Abro o portão e tem um caminhão estacionado na saída e cadê o motorista? Depois de alguns minutos consigo pegar a rua e tomo uma, duas, três cortadas, de todos os jeitos possíveis e imagináveis, pois independente do sexo do ou da motorista, quando sentados atrás do volante, o(a) brasileiro(a) é um animal feroz, assassino convicto que se matar não vai dar em nada, principalmente se for qualquer tipo de merda de “auturidadi” tipicamente tupiniquim pois eu faço, quebro e “arrebentu”.
Vamos em frente e na praia parece que ocorreu uma luta campal onde como de praxe quem perdeu foi a natureza. De tudo se vê espalhado na areia. De merda de cachorro, material plástico de todos os tipos e restos de comida. Um verdadeiro chiqueiro onde rapagões, mocréias e cia. passeiam com seus cãezinhos sem serem molestados por nenhuma “auturidadi”. Aquela história de choque de ordem já passou e pela enésima vez nos meus quarenta e seis anos de Rio de Janeiro, a zona volta a reinar para a felicidade geral da nação!
Vou seguindo para o serviço nas lagoas da Baixada de Jacarepaguá e depois sigo para a Baía de Guanabara. Dos ônibus voam cuspes e latas de refrigerante, como também dos automóveis importados com ar condicionado, tv led, computador de bordo e tudo mais que o dinheiro da sétima economia do mundo possa comprar, menos é claro berço e educação, pois isso é outra história.
O céu está marrom, não chove há semanas e a atmosfera está carregada de poluentes. Ouço no rádio que experts dizem que só de quinhentos em quinhentos anos acontece uma chuva daquelas que arrasou a região serrana. Tudo bem, mas vamos aguardar o ano prosseguir, pois janeiro de 2010 foi em Angra dos Reis e depois em abril foi no Rio de Janeiro e em Niterói e sabe-se lá o que ainda vem por aí além das explosões solares.
Chego nos pacientes e o lixo, mais uma vez ele, me tortura sem parar. Ele impermeabiliza a lama, danifica propágulos danifica plântulas enfim faz um verdadeiro arrasa quarteirão.
Lembro que preciso dar um pulo na cidade. Deixo o carro no estacionamento e vou de metrô. Passo por um chamativo banheiro público com instruções de uso até em inglês. Tudo largado apodrecendo, provavelmente sem nunca ter visto um pingo de “xixi” ou de “caca”. Mais dinheiro rasgado que nem fosse lixo.
Mais tarde pego o helicóptero do OLHOVERDE e admiro a desordem ambiental que não tem ainda jeito em toda essa região.
O porto com suas águas asfaltadas por merda. Não tenho dúvida que daqui há alguns milhões de anos aquilo dali será uma rica fonte de petróleo. Aliás, os rios Sarapuí, Iguaçu, Irajá, São João de Meriti continuam regurgitando todas as fezes que são obrigados a engolir enquanto as estações de tratamento de Duque de Caxias e São Gonçalo continuam, digamos adormecidas. O rio Guaxindiba é merda pura, servindo de dreno de toda a caca produzida em Itaboraí e parte de São Gonçalo passando bem alegre com seus coliformes sem cérebro por dentro da Área Federal de Proteção Ambiental de Guapimirim. Imagino se agora já é desse jeito, imaginem vocês, quando o Complexo Petrolífero que está sendo instalado em Itaboraí estiver funcionando? Aí não vai sobrar mais nenhum rio com vida na Baía de Guanabara, pois é prática mais do que comum, criar grandes pólos de crescimento econômico sem qualquer infra-estrutura e dane-se a fatura, pois quem segura o passivo é a tal natureza.
Mandei denúncia ao Ministério Público daquela região da Baía de Guanabara, mas passados alguns meses nada de resposta. Diante do desinteresse vou recorrer ao Ministério Público Federal e se também por lá não obtiver o sucesso esperado, vou ter de encaminhar a denúncia à ONU ou talvez à algum planeta mais evoluído!
Destaco que essa baderna ambiental tem sido assim desde o século XVI e continua sendo desse mesmo jeito, é só checar as fotos em anexo tiradas em fevereiro de 2011.
No Pavão-Pavãozinho pacificado o lixo continua sendo lançado morro abaixo sem qualquer sinal de pacificação entre os porcos que o atiram e a natureza que os recebe.
No morro dos Tabajaras em Copacabana, se de um lado a prefeitura derruba as casas edificadas em áreas de risco, do outro lado, novas casas são construídas no meio do que restou de mata. Eu vejo, mas parece que mais ninguém quer ver e que helicóptero é uma exclusividade quase que só minha.
Destaco que a ocupação desordenada nos morros da Zona Sul se repete nos demais da Barra da Tijuca e cia, onde cada um faz o que quer, como quer e sem ser perturbado, tudo em área de risco. Depois desaba, é mídia, emoções, muita choradeira, desenterra, enterra novamente, doações de roupas, comidas, contas bancárias etc, etc e a zona volta logo em seguida.
|

"Olho para o que restou da Samba´s City , mais uma criação do mesmo criador da surda e muda Music´s City que engoliu MEIO BILHÃO DE REAIS e que ninguém mais fala no assunto (aí que bom ser político nesse país) e lembro que apesar de existir um histórico de incêndios em barracões de escolas de samba, a apoteótica Cidade do Samba, não tinha brigada de incêndio, o sistema contra-incêndio não funcionou e por aí vai!"
|