início bocadomangue Mario Moscatelli

UMA LUTA DESIGUAL

Vendo o documentário denominado “Guerra dos Peixes” tive a certeza mais uma vez confirmada que a espécie humana é uma praga nesse planeta. Aliás, qualquer espécie animal ou vegetal que não tenha controle, vira praga, não sendo uma exclusividade do Homo sapiens.

Em resumo, uma das áreas mais exuberantes em biodiversidade dos oceanos desse planeta, situada na região Indo-Pacífica está virando um deserto sem vida. As causas variam da captura genocida de espécies marinhas ornamentais, à sobrepesca e poluição industrial, aquecimento global, perda das formações de coral enfim uma tragédia de proporções épicas. Uma verdadeira extinção em massa nesse exato momento, ao vivo e a cores, ornamentada por pobreza, falta de perspectivas e a mais completa falta de sustentabilidade das atividades econômicas em desenvolvimento. Em outro filme de origem francesa, denominado “Oceanos”, além das imagens paradisíacas, uma das várias catastróficas, não me sai da cabeça. A cena diz respeito ao lançamento de um tubarão vivo sem as nadadeiras peitorais e dorsais, afundando, “tetraplégico”, golfando sangue pela boca, moribundo, produto da insensatez humana. Olhando aquela carnificina, bem como tantas outras que acontecem com os próprios seres denominados humanos chego a conclusão que simplesmente não há futuro do jeito que vai.

Aí lá vou eu para a baía de Guanabara, em mais um vôo do projeto OLHOVERDE, devidamente acompanhado pelo delegado da polícia federal Fábio Sclair que lá do alto pôde constatar o que eu canso de dizer e mostrar todo mês, isto é, a vaca está afundando no brejo de degradação que criamos.

Como de praxe sobrevoamos as lagunas da baixada de Jacarepaguá que também como de praxe suas galerias de águas pluviais continuam sendo usadas como rede de esgoto sem serem incomodadas. Como de praxe sobrevoamos o aeroporto Tom Jobim, e como de praxe seu sistema de drenagem regurgitava esgoto. No itinerário aéreo fomos ao rio Iguaçu que continuava sendo lambido por óleo proveniente de dreno da Reduc.

Como de praxe a assessoria de comunicação da Reduc desconhece qualquer lançamento de óleo. Também como de praxe segundo todas as estatais envolvidas nos problemas observados, ou nada informam, ou quando informam, não dizem nada que possa de fato resolver os problemas repetidamente observados e denunciados.

Creio que estou ficando repetitivo! Mas infelizmente os problemas são os mesmos. Os administradores públicos quase sempre são os mesmos. A reação dos gestores públicos continua a mesma, isto é, geralmente desmentir até debaixo de tortura o que eu estou vendo, fotografando e levando polícia federal e imprensa que também vêem a mesma coisa.

A culpa é sempre de quem morreu, como no caso do motorneiro do bondinho que se espatifou no bairro de Santa Teresa. As autoridades nunca tem culpa de porra nenhuma, estando numa esfera muito acima dos babacas que pagam impostos.

Enfim, vivo numa realidade alternativa, diferente da realidade cor de rosa das estatais, onde tudo é lindo e maravilhoso, cheio de jatinhos particulares, viagens pagas com dinheiro público. Onde ninguém e o sistema são sempre os culpados pelas cagadas que repetidamente e sem fim são cometidas de forma infinita até o fim dos tempos.

A luta é desigual! Não tenho dúvida que vivo um verdadeiro filme daquelas superproduções de cinema catástrofe, onde o inimigo é aparentemente e imensamente mais poderoso que você, mas de repente, de onde menos se espera, chegam os reforços, sabe-se lá de onde. Talvez do espaço, talvez do fundo do mar, talvez do centro da Terra, ou quem sabe do triângulo das Bermudas, mas enfim o importante é que os reforços chegam e os degradadores são no fim do filme derrotados e os mocinhos acabam se dando bem “com ou sem beijo de namorada”. Apenas espero que o filme do qual participo seja norte americano, pois se for europeu, aí o final é uma incógnita e não posso dar certeza sobre um possível final feliz para os mocinhos e o planeta.

Mais uma vez as fotos irão gerar novo relatório que será encaminhado ao Ministério Público Federal para a pessoa do senhor procurador da República Maurício Andreiuolo e ao senhor delegado Fábio Scliar que têm se mostrado sempre atentos e interessados na resolução dos problemas apresentados.

UMA LUTA DESIGUAL
"A luta é desigual! Não tenho dúvida que vivo um verdadeiro filme daquelas superproduções de cinema catástrofe, onde o inimigo é aparentemente e imensamente mais poderoso que você, mas de repente, de onde menos se espera, chegam os reforços, sabe-se lá de onde."

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Enquanto nosso congresso nacional absolve mais uma trombadinha, reforçando o espírito patológico corporativista que corrói a olhos vistos os alicerces da democracia, chamo a atenção para o destaque que dou ao nome das autoridades envolvidas nas ações desenvolvidas no mês de agosto/2011. Tal destaque se faz necessário visto que precisamos identificar nesse mar de marasmo de degradação e muitas vezes de passividade corporativista do poder público, ou da república dos colegas, quais são os funcionários públicos que de fato se mostram interessados em reverter a última e mais importante guerra que se apresenta à nossa frente. A guerra pelo planeta Terra!

Mario Moscatelli - Biólogo

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