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Amaro Macedo

Amaro Macedo (1914 – 2014) foi um destacado naturalista e botânico brasileiro. Foi o maior coletor de espécies vegetais dos cerrados do século XX e entre 1943 e 2007, coletou 6008 espécies. Os exemplares estão espalhados pelos herbários do mundo todo.

Várias das espécies que coletou foram descritas como espécies novas, sendo que cerca de 50 delas receberam o nome de Amaro Macedo, como homenagem de botânicos famosos.

Amaro Macedo

Em suas viagens Amaro escrevia relatos, que lembram os de Auguste de Saint-Hilaire: falando das plantas, do meio ambiente, das cidades visitadas, do transporte, dos rios e suas praias, das festas populares, das crendices, das comidas regionais e dos hábitos das pessoas.

biografia

Amaro Macedo é filho de Otávio Macedo, um fazendeiro do Triângulo Mineiro, em Minas Gerais e de dona Maria da Glória Chaves Macedo. 

Documentários de Botânica
Documentários de Botânica. Mutisia linearifolia

Fez o curso primário em Ituiutaba e o ginasial em Campanha, MG. Formou-se como Técnico Agrícola na Escola Superior de Viçosa, hoje Universidade Federal de Viçosa, MG.

Quando se preparava para o vestibular para o Curso de Agronomia, foi chamado por seu cunhado Álvaro Brandão de Andrade, para lecionar no curso primário no Instituto Marden, que Álvaro acabara de fundar em Ituiutaba. Isto aconteceu em 1935. Logo passou a dar aulas de matemática, ciências e desenho geométrico no curso ginasial do mesmo Instituto.

professor de Ciências Naturais – Amaro Macedo

Com a criação do Curso de Comércio passou a ser professor de estatística. Era o substituto de Álvaro quando assumia a direção do Instituto. Nesta cidade passou também a lecionar ciências e matemática no Colégio Santa Tereza. Como professor de Ciências Naturais começou a ensinar o nome científico das plantas do dia-a-dia, como arroz e feijão. No entanto, os alunos, filhos de fazendeiros, começaram a querer saber o nome latino de plantas que ocorriam em suas fazendas. Ele não sabia e começou a estudar e a dar aulas de campo.

Começou assim seu interesse pela Botânica e pelo Meio Ambiente. Com muito empenho começou a pedir ajuda a botânicos famosos na época e pouco a pouco aprendeu a coletar e a preparar com esmero seus espécimes botânicos.

naturalista – Amaro Macedo

Em geral era um solitário naturalista. As plantas foram coletadas, em sua maioria, nos estados de Minas Gerais, Goiás, Maranhão, Pará e Rio de Janeiro. Coletou em Natividade, Porto Nacional e Filadélfia, que na época pertenciam ao estado de Goiás e hoje fazem parte do estado de Tocantins.

Amaro Macedo
Amaro Macedo

A primeira planta coletada foi Roupala tomentosa Pohl., em 03 de maio de 1943, em Ituiutaba. Durante as viagens, sempre escrevia relatos pormenorizados, falando de plantas, mas comentando o meio ambiente, o povo, as cidades em formação, os meio de transportes, as condições de vida, a culinária, os costumes das gentes, as festas típicas.

Graças aos serviços prestados à Botânica e divulgação da flora do Brasil foi homenageado pelo British Museum of Natural History, de Londres, Inglaterra. Em 1958, foi agraciado pelo governo do Brasil, com a Medalha Mérito Dom João VI, pelos serviços prestados ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

Do casamento com Célia Duarte Macedo vieram quatro filhas: Regina, Marília, Beatriz e Maria do Carmo.

o amor pelas plantas – Amaro Macedo

Quando se aposentou iniciou uma nova vida como fazendeiro, mas continuou a coletar as plantas dos cerrados. Um dia, coletando plantas na fazenda, foi atingido no olho esquerdo por um galho de “unha-de-cabrito”, Bauhinia bongardi Steud. – ficou totalmente cego desse olho, mas não parou de trabalhar.

Aprendeu e manteve um intercâmbio muito ativo com botânicos brasileiros como Franco de Toledo, Oswaldo Handro, Frederico Carlos Hoehne, Graziela Maciel Barroso, Carlos de Toledo Rizzini e Alexandre Curt Brade, Guido Frederico João Pabst, Gil Martins Felippe, Lúcia Rossi e João Aguiar Nogueira Batista, para citar apenas alguns.

Teve intercâmbio intenso com botânicos estrangeiros como Carlos M.D.E. Legrand, do Uruguai; Lorenzo R. Parodi e Arturo E. Burkart, da Argentina; Harold N. Moldenke, Richard Sumner Cowan, Robert E. Woodson Jr., Conrad V. Morton, Jason R. Swallen e Lyman B. Smith, dos Estados Unidos; Noel Y. Sandwith, da Inglaterra; Joseph V. Monachino, da Itália, radicado nos Estados Unidos; Erik Asplund, da Suécia.

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