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De olho nas queimadas

De olho nas queimadas: Dados de satélites municiam Inpe e Nasa e confirmam aumento de focos de queimadas na Amazônia. 

De olho nas queimadas

Nov/2019 :: por Rafael Garcia e Marcos Pivetta / Pesquisa FAPESP. Licença CC BY-ND 4.0

Entre janeiro e agosto deste ano, duas instituições de pesquisa que acompanham a evolução dos focos de queimadas na Amazônia brasileira registraram o maior número de incêndios nesse bioma desde os oito primeiros meses do ano de 2010.

Fogo no Cerrado

O Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), contabilizou 46.825 focos de calor; o Global Fire Emissions Database, uma parceria da Nasa, a agência espacial norte-americana, com outras instituições, listou 90.392 pontos de queimadas.

Nesse mesmo período em 2010, ano bastante seco, o Inpe registrara 58.476 focos e a Nasa 106.083. Por usarem métodos diferentes, os números absolutos dos dois levantamentos não são iguais.

Os registros da agência norte-americana são sempre maiores do que os do instituto brasileiro. Mas há uma explicação técnica para isso. Para montar sua série histórica, o Inpe utiliza dados de apenas uma das duas passagens diárias do satélite Aqua sobre a Amazônia, a que ocorre por volta das 14 horas (fuso de Brasília), no período do dia em que há usualmente mais queimadas. À tarde, o ar está mais quente, favorecendo o uso e a propagação do fogo na vegetação.

Mais da metade dos incêndios florestais na região Norte ocorre no terço final de cada ano, na época mais seca

Como monitorar o fogo

Queimadas na Amazônia
Foto: Mario Tama

Já a Nasa usa informações dos dois sobrevoos do Aqua (o segundo se dá na madrugada) e também das duas passagens do satélite Terra sobre a região, a primeira às 10h30 e a segunda às 22h30. A opção por incluir dados de todos os sobrevoos dos dois satélites pode fazer com que um único incêndio que dure muitas horas seja contabilizado por mais de um satélite e mais de uma vez, o que tende a tornar maiores os números da agência espacial norte-americana.

Distinções técnicas à parte, ambos os programas têm flagrado, ano após ano, o mesmo padrão de incêndios florestais na região. Quando o número de focos detectados por um dos levantamentos oscila para cima ou para baixo, o mesmo movimento é flagrado pelo outro programa

“A contagem de focos da Nasa e a nossa são excelentes indicadores da ocorrência de fogo na vegetação e permitem comparações temporais e espaciais para intervalos maiores que 10 dias”, comenta Alberto Setzer, coordenador do Programa Queimadas do Inpe. “Mas não devem ser consideradas como uma medida absoluta da ocorrência de fogo, cuja incidência é maior do que a indicada pelos focos.”

>> Para ler o artigo completo, acesse o link do site da Revista Fapesp > Como monitorar o fogo

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