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Indicadores ambientais

Indicadores ambientais: Hoje em dia muito se fala em espécies indicadoras, sejam em estudos de impacto ambiental e em outros mais amplos que pretendem entender como está o ambiente de forma mais simplificada. Apesar de parecer um termo claro e simples, existem algumas confusões a respeito que merecem ser esclarecidas.

Ecologia Hoje #3 :: Branca Medina

Indicadores ambientais

Bioindicadores - salamandra
Bioindicadores. Pleurodeles. Peter Halasz.

Para começar, a definição geral de espécie indicadora é um organismo cujas características (presença / ausência, densidade populacional, dispersão, sucesso reprodutivo etc) são usadas como um índice de atributos muito difíceis, inconvenientes ou caros de se medir para outras espécies ou condições ambientais de interesse.

Entretanto, existem algumas variações desta definição de acordo com o objetivo específico do que se quer avaliar. Os usos costumam variar entre indicar amplitudes dos vários tipos de influências antrópicas, dar pistas de mudanças populacionais em outras espécies, localizar áreas de elevada biodiversidade ou servir como “proteção” para os requerimentos de espécies simpátricas.

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Definições específicas: Indicadores ambientais

1) Espécies indicadoras da saúde do ambiente – usadas para acessar efeitos de poluentes ou processos do ecossistema e condições ambientais físicas em organismos. Pode ser uma única espécie ou uma guilda.

Normalmente são invertebrados como, por exemplo, os filtradores, que acumulam poluentes em determinados tecidos.

Indicadores ambientais
Macho da libélula Austrolestes annulosus.

2) Espécies indicadoras de populações – indicam padrões de outras espécies, como presas, que são submetidas a distúrbios humanos ou variações ambientais. Usadas também para indicar se um determinado habitat é apropriado para outros membros da mesma guilda.

Por exemplo, variações na mortalidade de jovens aves marinhas são indicadas para avaliar a variação dependente de temperatura na distribuição de peixes porque não conseguem nadar fundo o suficiente para encontrar peixes em águas muito frias.

3) Espécies indicadoras de biodiversidade – a riqueza dentro de um taxa pode ser usada para estimar a riqueza (biodiversidade) de outros taxa mais difíceis de se medir, e por consequência, de uma região. Por exemplo, a diversidade de um tipo de besouro pode prever a de aves e borboletas em escalas bem grandes.

4) Espécies “guarda-chuva” – usada para especificar o tamanho e tipo de habitat a ser protegido, a fim de acolher outras espécies. Espécies migratórias são particularmente efetivas.

5) Espécies bandeira – carismática para o público, usada como propaganda para proteger determinada área, que protegerá outras espécies menos conhecidas e/ou carismáticas e seus habitats. Exemplos clássicos são o urso panda e o mico leão dourado. Portanto, dependendo do objetivo da avaliação ambiental e sua conservação, diferentes tipos de indicadores devem ser utilizados.

Abaixo seguem tabelas comparativas com os atributos para que cada tipo de espécie indicadora seja eficiente.

1) Atributos de medida

Atributos de medida - Indicadores ambientais

2) Características da história de vida

Características da história de vida - Indicadores ambientais

3) Características ecológicas

Características ecológicas - Indicadores ambientais

4) Atributos da raridade

Atributos da raridade - Indicadores ambientais

5) Sensibilidade às mudanças ambientais

Sensibilidade às mudanças ambientais - Indicadores ambientais

Leitura sugerida:
Caro, T> M. & O’Doherty, G. O. 1999.On the use of surrogate species in conservation biology. Conservation Biology 13: 805-814.

Branca M. O. Medina – branca@biologo.com.br – Bióloga Mestre e Doutoranda em Ecologia, Consultora Ambiental e de SIG.

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