A Mata Atlântica é reconhecida internacionalmente como uma das prioridades em termos de conservação de florestas tropicais. Ocupando principalmente as planícies e vertentes voltadas para o mar, estendia-se originalmente do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul englobando 17 estados brasileiros, abrangendo uma área de 1,3 milhão de quilômetros quadrados.
Atualmente com cerca de 5% de sua extensão original, aproximadamente 52.000 Km2, encontra-se extremamente fragmentada e reduzida à manchas disjuntas, concentradas nas regiões Sudeste e Sul, principalmente em locais de topografia acidentada e nas unidades de conservação.
Seu clima é equatorial ao norte e quente temperado sempre úmida ao sul com temperaturas médias altas e elevada pluviosidade.
Seu solo é frequentemente de composição argilosa, de natureza granítica ou gnáissica pobre em nutrientes minerais, contudo, a exuberância desta floresta em solo originalmente tão pobre pode ser explicada pela presença de serrapilheira, importante fator na disponibilidade de nutrientes em ecossistemas florestais.
O bioma mais rico em biodiversidade do planeta, a Mata Atlântica é classificada como um conjunto de fisionomias e formações florestais, denominadas Mata Ombrófila Densa, Mata Ombrófila Mista, Floresta Estacional Semidecidual e Estacional Decidual e ecossistemas associados como manguezais, restingas, brejos interioranos, campos de altitude e ilhas costeiras e oceânicas; classificadas de acordo com a composição florística da área, isto é, que espécies vegetais compõe a floresta. A composição florística por sua vez, é determinada pelas condições físico-químicas do ambiente, como luz, temperatura, umidade do solo, topografia entre outras.
O bioma Atlântico apresenta uma extraordinária diversidade florística. Estima-se a presença de mais de 20 mil espécies da flora, muitas ainda desconhecidas pela ciência. A característica marcante desta mata é o grande número de lianas, epífitas, fetos arborescentes e palmeiras. Na fauna da Mata Atlântica existem cerca de 260 espécies de mamíferos, 620 de aves, 200 de répteis, 280 de anfíbios e 350 de peixes.
Um grande número destes animais figura na lista de espécies ameaçadas de extinção devida á destruição de seu habitat. As principais causas de perda deste bioma são o desmatamento, a proliferação das pastagens, o plantio de eucaliptos e a implantação de monoculturas comerciais como a soja e a cana e os assentamentos irregulares.
Para saber mais:
BC Kurtz, DSD Araújo. Composição florística e estrutura do componente arbóreo de um trecho de Mata Atlântica na Estação Ecológica Estadual do Paraíso, Cachoeiras de Macacu, Rio de Janeiro, Brasil. Rodriguésia, 2000
M SANCHEZ, F PEDRONI, HDEF LEITAO-FILHO . 1999 Composição florística de um trecho de floresta ripária na Mata Atlântica em Picinguaba, Ubatuba, SP Rev. bras. Bot
São Paulo, 2002. Atlas de Remanescentes da Mata Atlântica. SOSM Atlântica/INPE
Tabanez, A.A.J., Viana, M.V. 2000. Patch Structure within Brazilian Atlantic Forest Fragments and Implications for Conservation. BIOTROPICA 32 (4): 925-933.
|
"O bioma mais rico em biodiversidade do planeta, a Mata Atlântica..."
|