Biólogo

Falcão-peregrino, um mestre da velocidade

Falcão-peregrino (Falco peregrinus): Ave presente em todos os continentes, com exceção da Antártica, o falcão-peregrino é admirado, principalmente, por ser o animal mais rápido do mundo, capaz de chegar a 320 km/h ou mais.

Falcão-peregrino, o mestre da velocidade

22/2/2022 ::  por Marco Pozzana, biólogo

Chegar a velocidade de 320 km/h, ou mais, definitivamente não é façanha para qualquer espécie animal. Pois para o falcão-peregrino (Falco peregrinus) isso é possível graças à adaptações exclusivas, como em suas asas finas e aguçadas. 

Animal macho em Toronto, Canadá. © Mykola Swarnyk

A espécie evoluiu especializando-se no voo em alta velocidade, tornando essas aves de rapina formidáveis caçadores em espaços abertos, em cenários como montanhas e pradarias, bem como em planícies e desertos. Segundo um programa de TV da National Geographic, um falcão-peregrino atingiu a velocidade de 389 km/h.

Ave de médio porte, o falcão-peregrino exibe um corpo compacto, pescoço curto e cabeça com grandes olhos negros. As longas asas pontiagudas do animal adulto tem pontas pretas. Apresenta dimorfismo sexual, com os machos menos corpulentos do que a fêmeas, variando de acordo com a subespécie.

Numerosas subespécies de Falco peregrinus foram descritas, com o total de 19 aceitas pelo Handbook of the Birds of the World de 1994.

É uma espécie ornitófaga, isto é, alimenta-se quase exclusivamente de outras aves, estas são quase sempre de tamanho médio. De todo modo, ocasionalmente podem abater pequenos mamíferos, répteis e até insetos.

© Carlos Delgado

Ecologia e conservação

Quando em alta velocidade, prefere atingir a asa de sua presa para não se machucar no momento do impacto. Para proteção dos olhos, usam suas membranas nictitantes (terceiras pálpebras) para lubrificar e limpar detritos e preservar a visão.

Atinge a maturidade sexual com cerca de um ano. Preferem locais bastante elevados para acasalar e nidificar como bordas de penhascos. Também são observados em estruturas altas feitas pelo homem. 

O risco de extinção foi classificado como ‘pouco preocupante’ pela IUCN. Todavia, falcão peregrino tornou-se uma espécie ameaçada em muitas áreas devido ao uso generalizado de certos agrotóxicos, especialmente o DDT.

Desde a proibição do DDT no início da década de 1970, as populações se recuperaram, apoiadas pela proteção em larga escala dos locais de nidificação e solturas na natureza. Os esforços de recuperação foram bem-sucedidos. A espécie foi removida da lista de espécies ameaçadas dos EUA em agosto de 1999.

Fontes e referências:
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