Pesquisando na quarentena: Jamille Dombrowski, estagiária de pós-doutorado no ICB-USP, conta como criou uma rotina para analisar dados de pesquisa e escrever artigos trabalhando em casa
Pesquisando na quarentena
Abr/2020 :: Depoimento concedido a Fabrício Marques / Pesquisa FAPESP. CC BY-ND 4.0
Minha rotina mudou radicalmente no dia 16 de março. Como acontece toda segunda-feira, o professor Claudio Marinho, do Instituto de Ciências Biomédicas [ICB] da USP, reuniu-se com estudantes, parceiros e colaboradores para discutir o andamento das atividades de pesquisa do Laboratório de Imunoparasitologia Experimental, que ele coordena.
Nossa linha de pesquisa envolve a imunologia de malária gestacional. Sou enfermeira formada pela Universidade Federal do Acre. Passei dois anos no município de Cruzeiro do Sul, no interior do estado, acompanhando 600 mulheres grávidas e coletando dados e amostras biológicas para o meu doutorado em ciências, defendido no ICB em 2018 e orientado pelo professor Marinho, com bolsa da FAPESP.
“Em isolamento, estou produzindo mais”
O meu pós-doc envolve a avaliação de amostras biológicas – que é o sangue coletado – e de um extenso banco de dados com as informações das gestantes, como dados clínicos e epidemiológicos, análise placentária e muitos outros.
O objetivo é a identificação de biomarcadores no sangue periférico que indiquem precocemente se as gestantes com malária sofrerão lesões ou disfunção na placenta, o que pode levar a efeitos adversos na gestação.
A primeira parte da pesquisa, que envolve o processamento e análise das amostras, foi interrompida por conta da pandemia: os kits que compramos ainda não chegaram, enquanto outros materiais com pedidos para compra estão com o processo parado. Então, meu foco é a segunda parte, que é feita essencialmente no computador: a análise do banco de dados, gerando resultados para esse e outros trabalhos.
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