Nem acabamos de comemorar a recém indicação, e o lixo dos possíveis desvios com dinheiro público referente aos Jogos Pan Americanos, continua fedendo e se alastrando em direção aos gastos associados com a disputa recém finalizada das Olimpíadas.

Como meu bom pai sempre dizia: “ No Brasil, se tiver muito dinheiro à disposição, pode escrever, o dinheiro vai sumir!” E assim rumamos para mais algumas dezenas de escândalos envolvendo dinheiro meu e seu e que não vão dar em nada!

Será que eu seria fatalista ao afirmar isso?

Ora, ora, parem e pensem no que aconteceu com a obra da estação do Arroio Fundo, o tal legado ambiental dos Jogos Pan Americanos. Depois de muita denúncia e apenas após minha representação no Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro contra a Prefeitura do Rio de Janeiro e a União por abandono de obra, temperada com várias reuniões por vários meses, é  que a obra foi reiniciada há coisa de dois meses atrás. Alguém foi ou será punido pela degradação que a obra paralisada gerou ambientalmente? Alguém vai pagar pelo custo adicional que obra terá pelo sucateamento dos equipamentos abandonados ao tempo? É claro que sim , eu e você que pagamos os impostos que nem um bando de cornos mansos.

Também não dá  para esquecer a obra faraônica da “Cidade da Música” surda e muda até o momento que consumiu coisa de meio bilhão de reais desta cidade sem qualquer tipo de “probrema”. Pode ter certeza que não vai dar em nada toda aquela movimentação de acusações que eu faço e aconteço do início dessa atual administração municipal, de obra super faturada e finalmente os otários da cidade palanque é que vão ter de colocar mais uns cento e tantos “milhõeszinhos” naquele mimo do prefeito anterior. E fica o dito pelo não dito, pois político, em sua maioria absoluta, é tudo farinha do mesmo saco podre e o espírito de sobrevivência dessa escória da humanidade fala sempre mais alto.

Mas deixando esses detalhes de lado, vamos aos mais potenciais e recentes escândalos.

Estava no O GLOBO de 11 de outubro, páginas 20 e 21: “MP Federal investiga candidatura olímpica”, onde em resumo se dispensaram licitações de contratos no valor de R$ 48 milhões de reais, provenientes da transferência de verba pública, do Ministério dos Esportes, para o Comitê  Olímpico Brasileiro. Por sua vez como o tal comitê não é órgão público, o mesmo não viu necessidade de fazer licitações com a grana pública que estava recebendo.

Que BE LE ZA !!!!!!!

Começamos com o pé  direito e imaginem o que não vai vir por aí, visto que a imaginação dos pilantras de plantão e a certeza religiosa da impunidade epidêmica que orienta essas mentes brilhantes não vão fazer com os BILHÕES que estão para chegar na cidade dos devaneios.

Segundo Richard Baun, professor de Universidade da Califórnia “Os Jogos são um excelente momento para exibir a capacidade de organização de um país, mas também para enriquecer ilicitamente uma elite”.

Pois bem, dito isso, os pilantras de plantão começam a fazer suas contas e divisões, mas enquanto gastou-se 48 MILHÕES SEM LICITAÇÕES SÓ PARA A DISPUTA DAS OLIMPÍADAS, “Metade das escolas do RIO não tem quadra de esporte”.  Vai ver que é para ser desse jeito mesmo, professores ganhando pouco, ensinando aos trancos e barrancos, produzindo baixa qualidade de ensino, alunos abandonando escolas, semi-analfabetos, e o resultado final é aquele esperado pelos nossos estimados administradores públicos: “gente burra e fácil de manobrar, sociedade sem massa crítica e fácil de roubar”.

De qualquer forma como pensei infantilmente nos Jogos Pan Americanos e agora mais uma e definitiva vez nos Jogos Olímpicos, se não dermos jeito nas várias demandas que sufocam minha cidade, em particular aos passivos ambientais existentes nas lagoas da baixada de Jacarepaguá e na Baía de Guanabara, pode ter certeza que além de ficar de olho no que vai acontecer, se depois de toda essa enxurrada de dinheiro público não conseguirmos dar uma guinada ambiental, peço o chapéu e me mudo para algum canto esperando a volta do celacanto e de seu temível maremoto, previsto nos muros das décadas de setenta e oitenta.