início bocadomangue Mario Moscatelli

O ESTADO DELINQUENTE

No país em que “o cara” disse publicamente que caixa dois em campanha presidencial é coisa normal e não aconteneceu NADA com o respectivo, na edição do dia 23 de abril de 2009 do jornal O GLOBO, em mais um feriado estadual no estado do Rio de Janeiro associado ao santo guerreiro São Jorge (Salve!), o segundo na mesma semana, lêem-se as seguintes manchetes:
  • BRIGA PÚBLICA ENTRE MINISTROS DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL VIRA CRISE INSTITUCIONAL – onde em certo trecho da matéria um dos ministros envolvidos no bate-boca fala ao presidente do supremo tribunal federal: “É isso (...) Vossa Execelência  quando se dirige a mim não está falando com os seus capangas de Mato Grosso, ministro...”
  • BAIXO CLERO DA CÂMARA REAGE E TENTA IMPEDIR MORALIZAÇÃO – Congresso propõe limitar passagens a parlamentares e assessores.
  • ORDEM PÚBLICA PARA A POLÍCIA É ASSIM – Posse de novo chefe de Polícia Civil acabou virando manual oficial de bandalha em área pública. Até o secretário municipal de ordem pública teve o carro parado em fila dupla.
  • ENQUANTO ISSO – Operação da Ordem Pública rebca 33 carros e multa 76.

Isso daí dá bem o resumo do que seja a definição do atual Estado Brasileiro, ou seja um Estado Delinquente, isto é, aquela estrutura que “evoluiu” da metrópole portuguesa, com todos aqueles vícios burocráticos, de extrema exploração de tudo e de todos com o único objetivo de manter a pesada e ineficiente máquina pública e todos os seus caprichos, devaneios e direitos adquiridos abastecidos.

Quase nada, absolutamente nada mudou para melhor, nessas centenas de anos fora do julgo oficial europeu. A antiga corte de aspones, amantes, burocratas, baba-ovos, bufões e todas as demais classes de parasitas do dinheiro público continuam existindo sob a fantasia de assessores, supervisores e sabe-se lá mais o nome que nossos representantes do povo inventam em suas festas noturnas regadas à champanhe e caviar.

Seja na câmara de deputados ou no senado a bacanal com dinheiro público é a mesma. Podem ter ecerteza que olhando para as câmaras estaduais e municipais, a bacanal também deve continuar.

São milhões e mais milhões de reais tragados por delinqüentes eleitos democraticamente por uma massa de brasileiros imbecilizados que não conseguem nem por um segundo reagir diante de tamanho descaso com as demandas mais urgentes de nosso país.

Milhares de presos entulhados em celas minúsculas, milhões de famílias sem saneamento básico, milhares de doentes atendidos, quando são atendidos, de forma precária em hospitais sucateados, importantes estradas de escoamento das safras de grãos completamente sucateadas, estradas de uma forma geral abandonadas, violência descontrolada nos grandes centros, proliferação do uso de drogas cada vez mais letais nas camadas mais pobres da sociedade, falta de oferecimento de educação de qualidade e enquanto isso os deputados federais da bancada do estado do Rio de Janeiro usaram “muito bem” para seu próprio benefício, parentes e amigos (as), o dinheiro proveniente de nossos impostos visando pagar viagens ao exterior. São eles:

  1. Eduardo Lopes(PSB) – 24 viagens – Miami e Buenos Aires;
  2. Leandro Sampaio (PPS) – 22 viagens – Buenos Aires, Miami, Santiago, Frankfurt;
  3. Otavio Leite (PSDB) – 18 viagens – Milão, Buenos Aires, Frankfurt, Nova York;
  4. Rodrigo Maia (DEM) – 12 viagens – Nova York, Paris;
  5. Pastor Manoel Ferreira (PTB) – 8 viagens – Miami, Frankfurt, Madri;
  6. Felipe Bonier (PHS) – 4 viagens – Miami;
  7. Filipe Pereira (PSC) – 4 viagens – Miami;
  8. Léo vivas (PRB) – 4 viagens – Londres;
  9. Leonardo Picciani (PMDB) – 4 viagens – Miami;
  10. Solange Amaral (DEM) – 2 viagens – Paris, Madrid;
  11. Neilton Mulin (PR) – 2 viagens – Buenos Aires;
  12. Nelson Burnier (PMDB) – 2 viagens – Miami;
  13. Silvio Lopes (PSDB) – 2 viagens – Miami;
  14. Alexandre Santos (PCdoB) – 2 viagens – Nova York;
  15. Edmilson Valentim (PCdoB) – 2 viagens – Montevidéo;
  16. Vinícius Carvalho (PTdoB) – 2 viagens – Londres (O GLOBO pág 3. 23/04/2009).

    Só faltou colocar também na lista, o deputado do PV, Fernando Gabeira que também fez mau uso do dinheiro público, subsidiando passagens para familiares para viagens ao exterior.

    Como pode ser verificado nesta pequena amostra dos deputados do estado do Rio de Janeiro, independente do partido e da teórica orientação ideológica, a farra é generalizada com dinheiro público, já chamado inúmeras vezes de lixo em artigos anteriores.

    Os números não mentem e não param de crescer:

    • 1.883 vôos pela TAM e pela GOL/VARIG em 22 meses;
    • Ao menos 261 deputados (51% da câmara) participaram da farra das passagens;
    • O universo de parlamentares envolvidos é maior, já que muitos viajaram por empresas estrangeiras e fora dos meses analisados (O GLOBO pág 3, 23/04/2009).
O ESTADO DELINQUENTE
> Enquanto a bacanal com dinheiro público continua subsidiando em Brasília, amantes, namoradas(os), familiares, viagens, apartamentos funcionais, veículos, aspones, baba-ôvos, prostitutas e sabe-se mais lá o que a imaginação adubada de nossos políticos fluminenses possa produzir em benefícios, ajudas, auxílios, etc, etc, etc, a estação do arroio Fundo, aquela velha e chata história do legaos dos antigos Jogos Pan Americanos, continua largada, no meio do lixo e da merda, que não param de escoar da baixada em direação ao sistema lagunar. Nossas "auturidadis" muito preocupadas em enganar os representantes do COI visando mostrar uma cidade ordenada dão uma garibada superficial na mesma, mas os problemas infra-estruturais continuam lá, latejando e destruindo o que ainda de bom sobrou em nossa cidade sucateada. Há esperança mas a cada dia a mesma se torna mais escassa de alguma coisa melhorar antes da vinda da Fúria de Gaia.

    Em resumo quanto mais mexer, mais merda associada a privilégios espúrios, amorais vão continuar aparecendo pois é assim que a classe política brasileira vive, no meio das suas próprias fezes e da certeza da impunidade, fortemente ancorada na mais completa falta de reação da sociedade brasileira, completamente catatônica, imbecilizada e condenada pela sua própria omissão.

    Parem e pensem: Para que estamos pagando essa gente toda? O que essa gente traz de bom para nossa colônia? Essa horda votou algum projeto importante para a colônia? Esses boçais produziram algo para o país?

    Pois bem, é isso que eu tenho medo. As respostas são claras e para mim o objetivo também o é em relação à desmoralização ao qual o Congresso e suas verdadeiras e importantes funções estão sendo submetidos por essa classe psicopata.

    Tenho duas escolhas:

    1. Ou essa horda de amorais não está nem aí para a opinião pública e assumem publicamente a bacanal com verba pública subsidiada por nossos impostos e quem não estiver satisfeito que se mude;
    2. Ou a idéia é conduzir à um tal desgaste que um possível fechamento do Congresso Nacional, teria apoio de boa parte da população, deixando caminho livre para um possível salvador da pátria e sua respectiva equipe.

    Sei lá, a política é a arte do disfarce, nada acontece por acaso, tudo tem um motivo de acontecer, muitas vezes sem sentido neste momento, mas que na verdade faz parte de uma grande orquestração visando um objetivo muito claro no futuro: Mais poder, poder concentrado nas mãos de um pequeno grupo de supostos iluminados! E aí danou-se, pois não existem iluminados por aqui e mesmo que existisse poder concentrado corrompe, destrói qualquer noção de liberdade, que até o momento ainda temos por meio da imprensa, visando intimidar toda essa vergonha.

    Mas enfim, o mar na Ilha do Cardoso (litoral sul de SP), vai subindo, a restinga vai desaparecendo e com ela os caiçaras vão sendo expulsos pela reação da Natureza x Experts analisam, geram especulações e na verdade no dia da Terra, no dia da Árvore, no dia do Meio Ambiente, o planeta continua ladeira abaixo no meio de muita comemoração, prêmios às pessoas envolvidas com a causa ambiental, plantios de árvores, mas a máquina e suas engrenagens da degradação planetária continuam sendo alimentadas por trilhões de dólares, yens e euros de dinheiro público, pois o consumo não pode parar e precisa ser retomado pelo bem da economia mundial.

    Resta saber até quando nós pagadores de impostos vamos continuar bancando essa bacanal em Brasília e no resto da colônia e a Natureza vai continuar mantendo sua calma aparente por meio dos mecanismos de homeostase planetários.

    Façam suas apostas, pois é pagar para ver.

Mario Moscatelli - Biólogo - moscatelli@biologo.com.br - . . . . . . . . . . . www.osvinhos.com.br . . . . . . . . o global

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