início bocadomangue Mario Moscatelli

IRRESPONSÁVEL MUNDO DOS HOMENS

Lendo a matéria do jornal O GLOBO de 11 de janeiro de 2009, página 14 com a manchete “MAIS 218 NOVAS FAVELAS”, não consigo parar de pensar na derrama de impostos que eu pago para essa corja de incompetentes não fazerem NADA que preste com o mesmo. Pelo menos no que diz respeito a um mínimo de melhoria da qualidade de vida e ambiental da cidade do Rio de Janeiro.

Sim, corja, visto que não é de hoje que considero a quadrilha = classe = panela = corporação política não só local como mundial, a escória da espécie humana. Tudo de ruim que você possa pensar sobre a humanidade, você encontra em abundância, diversidade e intensidade na quadrilha política.

Enquanto o ex-prefeito maluquinho tira merecidas férias na Europa, onde os impostos em geral são usados para a melhoria da qualidade de vida dos contribuintes, nós temos obrigatoriamente de continuar vivendo com o crescimento desordenado da malha urbana, das favelas e de seus demais subprodutos.

Diferente daqui, onde a sociedade acha graça de tudo, lá no chamado primeiro mundo, com uma educação de alguma qualidade a rapaziada não deixa barato sacanagem de político. Mas por aqui em Pindorama, enquanto a economia planetária dos homens engasga, executivo, legislativo e judiciário só pensam em gastar, gastar, gastar, gastar, pois é claro que não saindo do bolso deles, é fácil, aumentar, subsidiar, e cagar e andar para esse bando de bundões que somos todos nós! Os catatônicos idiotas contribuintes!

As favelas por inúmeras vezes denunciadas pelo projeto OLHO VERDE, como a da faixa marginal de proteção do canal do Cortado ou mais recentemente em dezembro de 2008 nos apicuns e manguezais de Guaratiba, estão identificadas na matéria do O GLOBO de janeiro de 2009. Além disso, a favela de Guaratiba foi coroada como a que mais cresceu em nove anos com um aumento de 81%, sabem onde? Em cima de manguezais, faixas marginais de proteção e apicuns. Sem falar no volume de esgoto in natura produzido sem parar e que usa o valão do Cabuçú-Piraquê como sua rede de esgoto e que drena toda a merda para a baía de Sepetiba.

Enquanto isso nosso ex-prefeito carinhosamente denominado maluquinho, está pelo primeiro mundo aproveitando o produto do bom uso dos recursos econômicos do contribuinte europeu. Igualzinho como faziam os regentes e demais “auturidadis” na época colonial, reinado e império. Não mudou PORRA NENUMA, nós pagando e a “muderna” corte usufruindo.

Aí eu me pergunto, o que o Instituto Estadual de Florestas do Rio de Janeiro anda fazendo nesta atual administração? Nas outras eu já sei. Fora as matérias de “crimes ambientais” causados em Paraty pela edificação de casas de abastados, porque o IEF não faz nada no caso da favela do rio Piraquê? Quando comparo o estardalhaço, as manchetes entre as duas atuações do órgão ambiental estadual, a primeira cinematográfica e a segunda catatônica, sinto que a vontade política da ação esbarra claramente em problemas de natureza ideológica, levando em conta a intensidade e a permanência dos impactos de fato gerados em cada um dos casos.

Na verdade, nem o IEF, nem o IBAMA e muito menos a prefeitura do Rio de Janeiro, não querem nem saber do que acontece com os manguezais de Guaratiba. Que se danem eles e a legislação pertinente. Aliás, não apenas os manguezais de Guaratiba que se danem, fruto da omissão do poder público, os de Duque de Caxias também podem ir junto, visto que “probrema sociá” deve ser tratado com carinho pelos socialistas do século XXI e dane-se a legislação bem como as responsabilidades dos maus gestores públicos. E cadê a ação de quem deveria fiscalizar o cumprimento das leis? O que falta mais para caracterizar omissão CRIMINOSA pela SUPRESSÃO DE MANGUEZAL? O caranguejo tem que aprender a falar? Ou melhor, votar? Criar um curral eleitoral? Eleger um líder do MSM (movimento dos sem mangue) no senado?

IRRESPONSÁVEL MUNDO DOS HOMENS
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Enquanto isso a estação de tratamento do rio Carioca continua parada desde 01 de dezembro de 2008 lançando em média 150 litros de merda por segundo nas águas da baía e destas para a praia do Flamengo. E aí, alguém vai ser punido? Que nada! Pode empurrar com a barriga que não pega NADA para os colegas, pois parece que quase TODO MUNDO tem o rabo preso com alguém e sabe como é amanhã uma mão lava a outra nesse pequeno mundinho do “puder púbicu” de pindorama.

Não tem jeito não, daquelas conhecidas e estatísticas exceções, o gerenciamento ambiental na média botou salto alto, vive em ar condicionado, passeando em conferências internacionais naquele reme, reme de sempre, em inúmeras e infindáveis recepções e naquela masturbação que não chega nunca a lugar nenhum.

Ir para o campo sentir cheiro de caca, gás sulfídrico, chorume e lixo é coisa para quem não tem mais o que fazer. Para quem já se pendurou por aí em algum carguinho, o negócio é ir levando, babando o ovo e esperando o tempo passar agregando valores para as respectivas belas aposentadorias, pois também a falta de pressão da sociedade é compensada pela falta de vontade de prestar serviço e assim rapidamente, vamos afundando cada vez mais em nossas belas retóricas nos dias do meio ambiente, da árvore, do macaquinho azul e da pqp.

Vivemos, não sei por quanto tempo, um período de entendimentos políticos entre município, estado e união que provavelmente dure até o ano que vem, quando se inicia a nova corrida pela mamata de mais quatro anos em algum cargo eletivo. Aí, salve-se quem puder e onde havia juras de amor eterno e troca de olhares apaixonados até xingar a mãe e chutar o saco vai estar valendo. Neste breve período, quem sabe, algum projeto ambiental possa vingar e enxaguar um pouco do passivo ambiental existente em minha cidade.

É, comecei 2009 do jeito de sempre, de saco cheio daquela que é a metástase da cultura de pindorama, a IMPUNIDADE onde ninguém é responsável por NADA, principalmente quando dá merda! Isso é do presidente ao mendigo! Deu merda, o problema é dos outros, nunca meu!

Finalizando não dá para fechar os olhos para os massacres de crianças no Oriente Médio. A espécie humana tão fascinante por suas conquistas únicas na medicina, astronomia, astrofísica, música, física, química, biologia e por aí vai consegue se superar em selvageria com aquilo que há de mais hediondo em nosso comportamento reptiliano, a aniquilação de vidas de crianças, muitas que nem sabiam o que estava acontecendo a sua volta. Igual às balas perdidas que insistem em matar crianças e jovens nas favelas de minha cidade, sempre acertando com mira invejável o crânio de quem estava no “local e hora errada”.

Sei lá, vendo a Terra lá do espaço tudo parece tão tranqüilo, aquela lágrima azul flutuando no frio do espaço, repleta de vida, tão vulnerável e nós nos matando sabe-se mais lá por qual motivo.

Posse, medo, ódio, vingança, todos sentimentos que nos conduzem inexoravelmente para o Dark Side. São eles que têm norteado as principais catástrofes geradas pela “humanidade”. Até quando vamos pagar, suportar e aceitar isso?
Mario Moscatelli - Biólogo - moscatelli@biologo.com.br - . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . o global

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