DANCING IN THE DARK
Depois de assistir a eleição da nova presidência do legislativo federal e com ele rever todas aquelas velhas caras cheguei à óbvia conclusão que por enquanto não vai ter mais jeito não.
Enfim, aquelas figuras foram eleitas pelo voto de cidadãos, então tem que agüentar mesmo aquela maravilhosa qualidade de pessoas humanas que tanto têm o “vício da amizade”, conhecido em meu planeta como quadrilha. Mas isso é problema de semântica e de formação cultural planetária.
A estação da Carioca continua parada, despejando uns 150 litrinhos de merda/segundo nas águas da baía e dessa para a praia do Flamengo para a alegria das hepatites A que faceiras se amigam com os fígados dos otários que se arriscam naquele caldo de bosta. Apesar de inúmeras ações concretas de demolição no primeiro mês de governo, a municipalidade vai precisar de muita vontade política para segurar a sanha da ocupação desordenada que já faz parte do DNA do “mudernu” carioca do século XXI. Seja no Pavão-Pavãozinho, ou no canal do Cortado, as favelas continuam em seu vertiginoso crescimento. Espera-se que o “choque de ordem” nessa casa da mãe Joana que se tornou a cidade do Rio de Janeiro não seja apenas aquele período de factóides bombásticos típicos do início de cada governo, onde presidente visita favela, governador visita hospital, prefeito faz e acontece para tudo se acabar na mesma mesmice de sempre. Enfim as águas das lagoas de Jacarepaguá e Camorim, muito bem alimentadas por caca o ano inteiro, como de praxe são os berçários de cianobactérias que felizes escoam para a praia da Barra através da lagoa da Tijuca. Enquanto isso as gigogas avançam sobre o espelho da lagoinha das Taxas e o esgoto que é lançado pelo valão das Taxas na lagoa de Marapendi, possibilita também nessa lagoa a proliferação de cianobactérias. Lá do alto vejo pescadores no meio do lixo na baía de Guanabara e de cianobactérias no sistema lagunar de Jacarepaguá. O sobrevôo durou duas horas e pelo que tenho passado nos últimos seis meses e pelo que venho acompanhando pelo OLHOVERDE nos últimos doze anos, me vem a clara sensação que aos poucos minhas esperanças de algo melhorar, vão escoando para o ralo da impunidade e da incompetência de Pindorama. Sinto muito, mas como os animais que precisam sobreviver, temos de saber a hora de migrar... |
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Mario Moscatelli - Biólogo - moscatelli@biologo.com.br - . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . o global |