início bocadomangue Mario Moscatelli

2008 – O ANO DA TERRA E DO TROCO

Educação é que nem plantio de restinga, demorado, lento, onde tudo vai contra o desejo da recuperação de tão ameaçado e importante ecossistema. Mas ultrapassadas as duras etapas iniciais, os “jardins” formados, são de rara beleza em ambiente tão hostil.

Com as últimas informações obtidas pela análise das provas em matemática, linguagem, interpretação de textos e ciências, nosso país continente também é gigante nas maracutais de nossa “mui” honrada classe política como na ignorância que toma conta dos cérebros de boa parte de nossos jovens.

Estamos na quase lanterninha em todas as disciplinas, na frente apenas de uns poucos países miseráveis.

Não há dúvida que sem a idéia de um dos poucos senadores que de fato prestam em nosso congresso, a tal educação de qualidade vai continuar sendo a principal força que gera a violência descontrolada, a falta de perspectivas e a perpetuação dessa merda de classe política que aí está mamando sem parar há dezenas de décadas.

A idéia do senador é simples, isto é, federalizar o ensino básico e principalmente salários e a qualidade dos professores e equipamentos de aprendizagem. Assim acontece com a rede de banco estatal, onde por mais miserável que seja a cidade, os funcionários do banco, seus salários bem como as instalações desse mesmo banco são comparáveis com a dos grandes centros.

Comungo da idéia do senador mas também afirmo, como já o tenho feito várias vezes que não é de interesse dessa classe política de merda, que a educação seja prioridade, visto que com ela, a mamata acaba!

Em troca da permanência no poder, a classe política brasileira dilacera o futuro de milhões de alunos porcamente servidos por professores desmotivados, espoliados por salários aviltantes, por escolas sucateadas ou estruturadas em baixo de árvores ou palhoças, em temperaturas causticantes, onde falta de tudo, principalmente falta de vergonha na nossa cara por permitir que esse quadro prossiga governo após governo, seja ele de burrocratas e pilantras de direita, centro ou esquerda.

Dinheiro não falta, basta lembrar as matérias do Jornal O GLOBO em relação às regalias da moderna corte que hoje domina as elites do Judiciário, Executivo e Legislativo, onde não falta nada em luxuosos e suntuosos palácios. Por outro lado quando há investimento, o dinheiro é mal gerenciado, desviado, surrupiado e finalmente não alcança os objetivos propostos. O sentimento é que, o país sendo de dimensões continentais a roubalheira também o é, generalizada por quase total falta de acompanhamento da utilização dos recursos públicos. Se a polícia prende num dia, a justiça que é cega de nascença, e aparentemente surda, solta no outro, e assim rumamos para o eterno assistencialismo e populismo que tanto gostam os políticos vampiros.

E chegamos no ano novo, o ano de 2008, o ano do Planeta!

Acho sinceramente uma babaquice esse negócio, ano disso e daquilo. Talvez para as crianças seja estimulador, mas pensem comigo, depois de 3.5 bilhões de anos de evolução a espécie dominante do pedaço lembra do planeta que o sustenta e digamos lhe “concede” um ano! O ano do Planeta! E os demais, os outros que vierem, vão ser do que? Da mangueira? Do Vasco da Gama? Do Mickey?

Enfim o ano de 2007 deixa aquele gosto amargo que fomos feitos de trouxas mais uma vez.

A estação de tratamento do Arroio Fundo até agora não foi finalizada e o tal legado ambiental dos jogos Pan Americanos até o momento ficou apenas na porra do marketing.

2008 – O ANO DA TERRA E DO TROCO
para ver imagens relatando a degradação do Estado, clique aqui!

A prefeitura do Rio de Janeiro, se notabiliza como a que menos dá importância ao meio ambiente da cidade. Não controla porra nenhuma, sem políticas de habitação e transporte, as favelas deitam e rolam, deixando a vida lhe levar e nós com ela, pagando cada vez mais por cada vez menos. As unidades de conservação municipais em petição de miséria vão indo, para o c....... Foi triste de ver o Parque da Cidade, outrora área de lazer, onde quando criança costumava passar finais de semana com meus pais, hoje é área de crescimento da favela local, onde entra quem quer, principalmente caminhão com material de construção. Enfim naquela zona institucionalizada na qual nossa cidade se transformou.

No entanto uma nova idéia vem se materializando e se difundindo entre a população que é obrigada a pagar pelo que não recebe, isto é, pagar o IPTU em juízo. Taí, parece que depois de ser tanto abusada, a rapaziada está acordando e partindo para o confronto democrático com as forças que abusam de nossa paciência e de nosso dinheiro bem como destroem e deixam destruir nossa cidade.

Ando pensando até em fornecer publicamente um relatório ambiental da situação de nossa cidade para que seja usado por quem quiser como um dos argumentos para o pagamento em juízo contra a nefasta gestão dos recursos naturais da cidade do Rio de Janeiro pela prefeitura local.

Tomei gosto pela idéia.

Vamos entrar em 2008 dando o troco à essa corja que apenas consome os recursos econômicos e ambientais de nosso bolso e cidade sem dar os serviços correspondentes.

Caberá ao Judiciário resolver quem está com a razão.

Enquanto isso para que os Cariocas não se sintam sozinhos em seu processo de degradação, em anexo o resultado do sobrevôo na baía da Ilha Grande. Pobre Angra dos Reis.

Mario Moscatelli - Biólogo - moscatelli@biologo.com.br

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