bocadomangue
Mario Moscatelli
Eu acredito em fadas.
Hoje às 10:00, 22 de janeiro de 2004, me descontrolei e bati palmas para os engenheiros da CEDAE e para seus piões. Mandei vários deles à MERDA, em alto e bom som na frente do clube Piraquê que patinava em esgoto. Quando algum pião falou e gesticulou algo para mim, mandei-o calar a boca e ir trabalhar, pois quem pagava pelo trabalho deprimente que a CEDAE costuma fazer, sou eu e o resto dos que moram nessa cidade que se tornou uma bacia de fezes.
Diante do que vem acontecendo não só nas lagoas, como nas praias da região metropolitana, o MAL ambiental COMPENSA no Estado do Rio de Janeiro. Peguei minha moto, ainda verifiquei que o vazamento de um rio de MERDA também acontecia em frente a rua Frei Leandro. Liguei para Os jornais O Globo e JB, expliquei o que estava acontecendo mais uma vez, mas confesso que me senti gradativamente um palhaço, um idiota, gastando celular, explicando as mesmas coisas pela centésima vez e com a certeza que tudo aquilo não ia dar em nada, principalmente para os administradores públicos responsáveis pelo atual estado de degradação ambiental. Pensei que num lugar onde as pessoas morrem normalmente por balas perdidas e não acontece NADA com as "auturidades" "responsáveis", a não ser aquela cara de tédio diante da mídia, como se quisessem dizer, foi-se mais um... Senti-me mal a tarde inteira, e fui ver para aliviar a pressão, Peter Pan no cinema. A única coisa que me passa na cabeça é a frase chave do filme e o seu efeito repetitivo: "Eu acredito em fadas... ...Eu acredito em fadas... ...Eu acredito em fadas... ...Eu acredito em fadas... ...Eu acredito em fadas... ...Eu acredito em fadas... ...Eu acredito em fadas... ...Eu acredito em fadas... ...Eu acredito em fadas... ...Eu acredito em fadas... ...Eu acredito em fadas... ...Eu acredito em fadas... ...Eu acredito em fadas... ...Eu acredito em fadas... ...Eu acredito em fadas... ...Eu acredito em fadas... ...Eu acredito em fadas... ...Eu acredito em fadas... ...Eu acredito em fadas..." Parece que diante de uma tarde que pensei em mandar tudo às favas, numa guerra perdida, esta frase surgiu como uma bóia de alento. Eu acredito em fadas... MARIO MOSCATELLI - Biólogo - moscatelli@biologo.com.br |
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