bocadomangue Mario Moscatelli

O MELHOR DO BRASIL É O BRASILEIRO

Os “marqueteiros” do planalto central realmente acertaram em cheio nessa frase.

Parem para pensar: uma sociedade na qual a carga de tributos e juros é extorsiva, onde os banqueiros “dão” aos otários 1%/mês como rendimento da caderneta de poupança e emprestam o mesmo dinheiro para outros otários a taxas de 9-15% ao mês, onde tudo que você paga ao poder público em suas diferentes esferas, praticamente nada volta em serviços de alguma qualidade, onde se você atrasar uma das centenas das malditas taxas e impostos criados pela mente imaginativa de nossas “auturidades”, você é obrigado a pagar multa, mora e mais o que vier na cabeça, onde se você tem direito de receber do poder público algum dimdim, o mesmo pode te pagar com os tais precatórios, que só tem valor na casa da mãe Joana, onde as obras começam e praticamente nunca acabam ou quando dizem que acabam quase nunca produzem os resultados esperados, onde cronogramas nunca são respeitados pelas “auturidades”, e quando morre peixe em nossas latrinas públicas, digo lagoas, a culpa é do peixe tarado.

Onde as Comissões Parlamentares de Inquérito indiciam os maus administradores públicos e de fato NADA acontece com os mesmos, onde quando por algum motivo alguém da “colônia” resolve encarar algum representante da “corte”, este “louco” pode até ser preso por desacato à “auturidade”, onde se descontam CPMF de todos os otários para que os hospitais públicos funcionem e os mesmos fecham por falta de TUDO.

Onde se paga imposto adicional nos combustíveis visando à melhoria das estradas e as mesmas não passam em sua maioria de trilhas, onde pessoas são exaustivamente ameaçadas de morte por desenvolverem importantes atividades sociais e ambientais, onde sua situação é denunciada às “auturidades” e finalmente essas pessoas acabam sendo mortas e onde nossas atentas “auturidades” com cara de pesar prometem as ações que deveriam ter sido tomadas antes do desfecho trágico destinado a mais uma vítima do descaso da “corte”.

onde o presidente do parlamento recém-eleito defende melhorias nos “pequenos” salários, bem como no aumento de “aspones” (assessores de porra nenhuma) de nossos “queridos” deputados, onde a esperança dá lugar à resignação ao contrário de gerar na massa de desempregados, marginalizados e revoltados de todas as classes sociais, uma reação à altura do desmando, da incompetência, da impunidade e da massa de impostos que não para de crescer visando exclusivamente manter uma boa relação com quem manda nesse planeta, isto é, o sistema financeiro internacional.

Realmente tendo uma sociedade tão abestalhada e brocha como a nossa, para as “auturidades” o melhor do Brasil é o brasileiro, pois pode empurrar que entra sem qualquer reclamação que de fato faça a metrópole e sua corte parar e pensar nas conseqüências de suas ações e omissões.

Enquanto isso segundo a mídia, o pau continua comendo no Pará, a floresta Amazônica continua virando pasto, a madeira continua sendo traficada, nas terças por paredão no BBB em média aproximadamente 20 milhões de ligações pagas são feitas para excluir o escolhido da vez, jorra excremento na praia de São Conrado, onde o IPTU é um dos mais caros da Cidade Maravilhosa, bem como a rede de águas pluviais, digo fecais do bairro do Jardim Oceânico, na Barra da Tijuca, continua seu extravasamento diário de fezes nas águas da lagoa da Tijuca e valão de Marapendi sem que NINGUÉM faça NADA para reverte a bacanal. Enfim tudo na maior paz e normalidade no país da interatividade visual, nasal e fecal.
“Por que não nasci burro, assim não sofria tanto..... “ (Barão Vermelho)

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É boa a resposta política dada pelo governo federal às recentes mortes de ativistas ambientais e sociais no Pará, seja através da criação de novas unidades de conservação federais em vários estados do norte do país como
pelo uso articulado das forças armadas na proteção dos recursos naturais da região. Lembro aos amigos, leitores desta coluna, que no artigo anterior eu já vinha levantando a questão do uso das forças armadas na defesa dos
recursos naturais.

Agora tanto num caso como no outro resta saber se essas novas unidades de conservação sairão de fato do papel e as operações com as forças armadas terão continuidade, visto que estamos cansados das ações de pirotecnia do poder público em resposta a demandas imediatas da opinião pública local e internacional. Infelizmente para quem morreu, a ação do poder público como de praxe, chegou tarde mais uma vez.

Mario Moscatelli - Biólogo - moscatelli@biologo.com.br

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