bocadomangue Mario Moscatelli

Cadê o meu?

Eram oito horas da manhã deste Sábado (07/09), quando resolvi dar uma olhadinha nos estragos produzidos pela forte ventania. Pois bem, além das árvores caídas, quando fui chegando à praia de São Conrado, um verdadeiro rio de merda e lixo descia da Rocinha em direção ao mar, ou naquilo que se transformou o que antigamente se chamava praia. Sim a praia, aquilo que era o maior charme e a principal atração ambiental de nossa cidade e que hoje é a própria Geni.

Sempre me é confortante saber que ainda consigo continuar me chocando com os absurdos gerados pelos factóides de nossos administradores públicos em nossa cidade bem como com a brochura que abunda entre os cariocas. É um sinal que meus neurônios ainda não sucumbiram diante de tamanha insensatez e desrespeito com a saúde e o dinheiro público.

É bom lembrar que prometeram que o tal rio de merda e lixo ia acabar e que para isso fizeram obras e mais obras que de fato não resolveram até o último sábado em porra nenhuma! (desculpem o linguajar, só que a paciência já acabou). Pois bem, seja no caso daquilo que era a praia de São Conrado como na vergonha do PDBG (Programa de despoluição da Baía de Guanabara), onde existem gigantescas estações de tratamento, onde falta matéria-prima fecal para virar as estações, visto que a administração estadual passada "esqueceu" de instalar a rede coletora enquanto inaugurava as estações com dinheiro japonês, bem como com o sistema de saneamento da baixada de Jacarepaguá, só recentemente retomado pela atual administração estadual, existe uma pergunta que não quer se calar: Onde está o dinheiro que a administração passada diz ter deixado e que a atual diz ter encontrado no seu lugar um rombo? Parece que nossa sociedade preocupada com o natal, ano novo e o samba enredo do próximo carnaval não está percebendo que alguém está mentindo e mentindo sobre dinheiro público, meu e seu! Espera aí, não estava na hora de alguém pensar, dizer, fazer alguma coisa? Colocar os números das duas administrações e apurar quem está mentindo e descobrir onde foi parar o dinheiro público? Ou será que só após a finalização das eleições é que vai rolar alguma apuração, dependendo do resultado, é claro!

Realmente a cada dia que passa, eu me sinto cada vez mais impotente, vendo os absurdos acontecendo, se proliferando, as praias, lagoas, manguezais, baías e demais ecossistemas sendo metamorfoseados em lixeiras e privadas.

É um banquete regado a brochura cívica, esperteza e completa impunidade, pois dinheiro público é lixo, como também o é nossa saúde, segurança, educação e o que mais vier à cabeça dos mortos-vivos da cidade do toque de recolher.

Olha gente, é bom que você que já é biólogo ou que entrou nessa saga em defesa de nossa sobrevivência com qualidade de vida, entenda que nossos problemas ambientais envolvem primordialmente decisões políticas e muita grana e que se não nos organizarmos e pressionarmos os autodenominados administradores, pelos meios democráticos existentes, os que tem as verbas e seus respectivos destinos, nem sempre muito claros, vão continuar fazendo os absurdos e todos nós pagando a conta


Então vê se acorda e ponha o respectivo na reta, brigando e exigindo explicação pelos desmandos, porque senão, vai se acostumando ao inferno no que se transformou nossa cidade. Mario Moscatelli

Contribuinte enfurecido

MARIO MOSCATELLI - moscatelli@biologo.com.br



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