bocadomangue Mario Moscatelli

O ESTADO DE DIREITO

Em nossa colônia, o que fantasiosamente alguns chamam de país ou nação, visando garantir seus polpudos salários e rendimentos extras como despachantes de luxo nas casas que representam os colonos amaldiçoados, vivemos há muito tempo, da forma mais escancarada possível, vários tipos de estado de direito.

Não é apenas aquele que me garante o direito de escrever o que escrevo, mas principalmente o estado de direito de mentir, o estado de direito de matar, o estado de direito de roubar, o estado de direito de torturar, enfim uma verdadeira bacanal sob os atônitos olhares de uma sociedade que parece ter nascido abestalhada.
No país, digo colônia, onde cafetina não promove mais orgias nem bacanais mas sim “eventos”, onde eu e você que insiste em ler meus artigos e que somos obrigados a pagar impostos até pelo ar contaminado que respiramos, visando não apenas gerar superávits primários consecutivos para a alegria dos banqueiros de todo o planeta, mas também para cobrir os gastos dos cartões de créditos para que a corte federal petista gaste a bagatela de uns quinze milhões de reais nos últimos dois anos (segundo a imprensa).

Cueca e malas abarrotadas de reais e dólares voam pelos céus de nossa colônia sem origem mas com destino certo em nome de nosso senhor, onde se alguém embriagado atropelar uma dúzia de pessoas, dentre as quais, dez crianças, após pagar fiança, poderá aguardar calmamente em casa seu julgamento que provavelmente não vai dar em nada em virtude do assassino ser primário, onde quando a polícia federal consegue abocanhar um cardume de canalhas de colarinho branco, os mesmos não são forçados a falar a verdade em seus depoimentos.

Na constituição todos são iguais perante a lei, mas apenas alguns poucos afortunados, ungidos pelo voto democrático, têm fórum privilegiado ou são protegidos por “hábeas corpus” preventivos, onde mensalão tem título de governabilidade, onde os que deviam ser revolucionários se tornam parte dos reacionários, onde até o cacique máximo da taba desgovernada afirma em rede de tv que caixa dois é coisa normal, onde o que de verdade manda é a grana, sexo e o poder exercido sem qualquer limite, nem vergonha e sem pudor, diante da catatônica sociedade de colonos, pouca coisa resta a fazer.

Por aqui, pelas lagoas da baixada de Jacarepaguá, o “milkshake” de fezes, lixo e lama, que as “auturidadis” estaduais produzem continua na mesma, onde a dragagem da lagoa da Tijuca, continua paralisada há mais de dois meses e onde dizem as más línguas das tilápias contaminadas, que o “guvernu du istadu du” Rio de Janeiro, só não retoma as obras pois não tem um mais puto para gastar na dragagem. Que beleza! E aí tem alguma “auturidadi” para botar essa joça para funcionar?
Pensei que tendo uma pessoa que nasceu na floresta e dependeu diretamente de seus recursos, que a mesma teria conhecimento, vontade, competência e de fato geraria resultados a mostrar após, quase três anos de governo. Enganei-me mais uma vez, pois o que se viu e vê foram derrotas progressivas, principalmente no que diz respeito ao agravamento das queimadas generalizadas, da falta de gerenciamento de nossos biomas bem como das unidades de conservação, também conhecidas como parques de papel.
Vai ver que eu é que estou errado. Vai ver que eu é que tomei a pílula errada do MATRIX e vejo tudo sombrio, enquanto na verdade tudo está uma maravilha.

É vai ver que é isso, o estado de direito de delirar diante de tanta escrotidão e passividade.

Finalizando, alguns leitores me perguntam o que fazer diante desta sinistra situação. Eu respondo: Levem a vida e seus compromissos mais a sério, pois essa pode ser sua única possibilidade de vivê-los. Não fiquem rindo de tudo, fazendo graça de toda essa zona sem de fato tomar uma atitude madura diante dessa desordem moral que assola o lugar onde vivemos. Não podemos mais tolerar que tudo isso, todo esse dinheiro que gastamos com esses “ungidos” acabe apenas em novos acordos, onde o que vai rolar é o nosso futuro.

Fico besta de ver aquelas pessoas que nem cordeirinhos nas filas do INSS, dias esperando nas condições mais desumanas, sem que em nenhum momento ocorra qualquer reação em relação ao descaso, ao desrespeito dessa “elite” de esquerda de merda, desvairada pelo poder. Incrível como o brasileiro se mata por um time de futebol, pois o mesmo corre o risco de ser rebaixado e se deixa currar diariamente sem esboçar a mínima reação por uma classe política de MERDA. INCRÍVEL!!!!!!!!!!

Vou dormir pois por hoje já cansei de ver e ouvir tanta sacanagem.

Mario Moscatelli - Biólogo - moscatelli@biologo.com.br

comente aqui

imprimir
imprimir a página
artigo anterior

meio ambiente
| ongs | universidades| página inicial

opinião dos colunistas é de inteira responsabilidade dos mesmos