KATRINA, LATRINA E CIA.
Tanto lá como cá, a Natureza já de saco cheio de tanto ouvir falar às suas custas de economia, vem claramente, apesar de todos os avisos que teimamos em desacreditar, mostrando mais uma vez que não é Ela que precisa de nós e sim nós dela como bem exemplifica historicamente em diversos casos o livro Colapso. Vendo e somando as imagens dos estragos materiais causados pelo Katrina, pelos corpos boiando nas águas fétidas, pelas cenas de completo descontrole da autoridade pública de lá, diante da barbárie que se instalou nas diversas cidades assoladas pela fúria dos ventos e da chuva, o rompimento dos diques, a inundação da cidade por água contaminada, estupros, saques, assassinatos, a fuga dos que puderam fugir, depois a vinda de Rita, com as imensas rodovias completamente engarrafadas, veículos abandonados por falta de combustível e mais destruição.
É sempre bom lembrar às autoridades de lá, que há coisa de uns dois anos o pentágono, produziu um relatório, no qual o mesmo alertava a quem tivesse algum tipo de responsabilidade, que o tal terrorismo, eixo do mal eram “fichinha” diante do que estava por vir em detrimento das alterações climáticas globais. Parece que o tal documento deve ter servido para limpar as dependências sanitárias, pois mais uma vez, pouca gente de lá deu ouvido ao tal documento.
Voltando para a biodiversidade, estima-se que existam aproximadamente 14.000.000 de espécies animais e vegetais em todo o planeta das quais conhecemos umas 1.700.000. Os números podem diferir entre os especialistas, mas de uma coisa não se tem dúvida, estamos no Brasil, torrando biodiversidade como se fosse mais uma vez dinheiro público, como se não valesse NADA, tanto filosoficamente mas principalmente economicamente, visto que segundo informações extra-oficiais, de nossa megadiversidade apenas conhecemos de fato 1%. Fico olhando para os manguezais, restingas, costões ou quando mergulho para o fundo do mar e fico imaginando que na minha frente podem estar as moléculas que são a solução para tantos sofrimentos humanos, mas no entanto continuamos destruindo aquilo que nem conhecemos. Enquanto isso, nossa biodiversidade deve muito provavelmente estar sendo exportada pela eficiente biopirataria para o primeiro mundo, onde deverá ser devidamente patenteada e vendida para os idiotas daqui por meio de remédios e outros produtos. Finalizando
a cidade do Rio de Janeiro, “cidade maravilha, purgatório
da beleza e do caos”, continua com sua sina fecal lagunar e praiana,
onde ninguém se entende com ninguém e as lagoas e praias continuam
sendo usadas como latrinas pelo “puder púbico”. Mais uma vez, a decisão é só nossa........ Mario Moscatelli - Biólogo - moscatelli@biologo.com.br |
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