Bem
que meu médico sempre me recomenda: “Deixe de lado essa mania
de ler jornal no banheiro. Faz mal. Você ainda vai acabar tendo
hemorróidas além de ficar deprimido....”.
Pois
bem, como péssimo paciente que sou, lá fui eu ao
banheiro nesta segunda, dia 16 de abril de 2007, com o jornal
nas mãos. Sentei no trono e de cara peguei esse magnífico
posicionamento de nosso estadista tupiniquim: “SE
EU PUDESSE, ACABARIA COM O IBAMA”. Como é
que é? E aí foi pipocando na minha cabeça
sem parar “SE EU PUDESSE, ACABARIA COM O IBAMA”
“SE EU PUDESSE, ACABARIA COM O IBAMA” “SE EU
PUDESSE, ACABARIA COM O IBAMA” “SE EU PUDESSE, ACABARIA
COM O IBAMA” “SE EU PUDESSE, ACABARIA COM O IBAMA”
“SE EU PUDESSE, ACABARIA COM O IBAMA” “SE EU
PUDESSE, ACABARIA COM O IBAMA” “SE EU PUDESSE, ACABARIA
COM O IBAMA” “SE EU PUDESSE, ACABARIA COM O IBAMA”
“SE EU PUDESSE, ACABARIA COM O IBAMA” “SE EU
PUDESSE, ACABARIA COM O IBAMA”.
O
que mais dizer do que já foi dito ou demonstrado nos últimos
anos de nossa “mui querida” classe política
brasileira e de nosso “não sei de nada”?
Só
para relembrar, nossa colônia é responsável
em números redondos por algo de 20% de todos os organismos
vivos desse planeta. O detalhe é que os 20% dizem respeito
à apenas 1.750.000 espécies conhecidas, isto é
um pouco mais de 10% das 14 MILHÕES de espécies
que se supõe que existam de fato.
Então entendemos que nossa colônia é uma potência
biológica megadiversa. Muito bem! No entanto na velocidade
em que nossa classe política disponibiliza recursos para
os centros de pesquisa descobrirem e aplicarem o que poderia ser
descoberto de nossa riqueza biológica, congelados hipoteticamente
nossos recursos biológicos nesse exato momento, levaríamos
OITOCENTOS ANOS para descobrir o que existe em pindorama!
Enquanto
isso, depois de terem acabado com o pau-brasil, agora os gringos
do momento, muito bem assessorados, exportam pererecas, microorganismos
e sabe-se lá mais o que, que provavelmente serão
os remédios, devidamente patenteados que nós subdesenvolvidos
vamos pagar a preço de ouro.
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Os variados
ecossistemas “em pé”, como já repetiram inúmeras
vezes, milhares de entendidos no assunto, vale muito mais e por muito
mais tempo do que os pastos, as imensas monoculturas de soja e mais
uma vez de cana, esse último voltado para a produção
do etanol.
Em plena
queda livre de toda a humanidade no inferno do aquecimento global, na
maior onda de extinção de espécies dos últimos
milhões de anos, o mandatário do único país
que tem por nome uma árvore, desdenha do seu órgão
ambiental federal, que por acaso é o responsável pela
execução da política de meio ambiente do governo
federal.
Por outro
lado fiquei feliz com a declaração do nosso “guia
presidencial”. Se o IBAMA está incomodando tanto assim
à nossa “santidade presidencial”, provavelmente deve
estar fazendo o trabalho direito, não “abrindo as pernas”
para os interesses imediatistas dos amigos da patota dirigente. Isso
é bom!
Mas por outro lado, como também é possível, a excessiva
morosidade do órgão público pode estar prejudicando
importantes investimentos. Neste caso, visando ajudar nosso “pai
dos pobres”, sugiro que já passou da hora de transformar
o IBAMA num exemplo de eficiência, tanto por meio da melhoria
dos salários, como da contratação de mais funcionários
e equipamentos que tornem o IBAMA no órgão moderno e fundamental
em relação ao patrimônio maior dessa terra, chamado
biodiversidade.
Sei que
todo esse desabafo, adianta de pouca coisa na rota de colisão
que tanto localmente como globalmente, nossa classe política
míope e genocida, traçou e que a maior parte de nossa
sociedade por falta de informação e ou interesse têm
seguido.
Finalmente,
gostaria de dizer ao Senhor Presidente que se eu pudesse:
1-Acabaria com todos os políticos demagogos, assistencialistas,
fisiologistas e corruptos;
2-Investiria todo o dinheiro à disposição em educação,
saneamento básico, habitação, transporte seguro
e de qualidade bem como no tão indesejado pela classe política,
planejamento familiar;
3-Possibilitaria economicamente para que todos os centros de pesquisa
investigassem nossa biodiversidade e sua aplicabilidade econômica;
4-Fortaleceria o IBAMA tornando-o peça fundamental na proteção
de nossos recursos naturais bem como na garantia da qualidade de vida
nossas futuras gerações;
5-Acabaria com esse negócio de reeleição.
E aí me vem na cabeça, a frase de nosso “estadista”:
“SE EU PUDESSE, ACABARIA COM O IBAMA”.
Ninguém merece ter de ler uma merda dessas em plena segunda-feira.
Enquanto isso, as florestas ardem, os esgotos sem tratamento invadem
os rios e milhares de crianças em vários estados, não
começaram ainda o ano letivo de 2007. Assim mais uma horda
de tecnicamente analfabetos é gerada para a manutenção
das coisas como elas devem continuar a ser.
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