Lembremos da então salvadora CPMF, criada para salvar da bancarrota o apodrecido sistema hospitalar brasileiro. No que deu? Virou parte do orçamento da União e de lá o que sai para o sistema hospitalar continua gerando o quadro de horror visto periodicamente pela população menos abastada como por meio da mídia. Praticamente NINGUÉM solta nem um “pum” de reclamação. Conformados os pré-defuntos esperam em filas intermináveis, médicos enlouquecidos diante da demanda sem condições mínimas de atendimento abandonam os hospitais, perda de medicamentos por validade ultrapassada, provável pagamento de remédios não entregues enfim a zona, típica da mão pútrida do poder público.

Lembremos também a recente bravata da operação tapa-buracos, mais uma ópera bufa de nosso cefalópode e de sua corte, onde a maior parte das estradas continua também a mesma merda de sempre, e milhares de seres humanos continuam perdendo diariamente suas vidas.

Lembremos do estado da maioria das carceragens e presídios onde criminosos dos mais variados tipos de crimes são amontoados como animais em cubículos onde NADA sai melhor do que entrou. Condições de fato de recuperação e de re-socialização, apenas nos documentos dos programas de campanha.

Olho mais uma vez a revista Veja que em sua manchete em meio as labaredas do avião espatifado, pergunta: “Até quando?”. Fotos das centenas de mortos, crianças, grávidas, país, mães, enfim vidas irremediavelmente estraçalhadas junto com os destroços do airbus.

Vejo mais adiante as gargalhadas sórdidas de funcionários da Infraero, próximos a cena da remoção do que restou dos corpos. Meu cérebro não consegue entender do que aqueles canalhas estão rindo. Mal sabia eu que aquilo era apenas o começo. Depois veio o secretário especial Top, Top, Top, feliz, feliz ao saber do defeito no tal reverso, doido para tirar da reta a responsabilidade “du guvervu federau” e de seu chefe frouxo sobre a tragédia,. Mais adiante o presidente da ANAC, recebendo medalha, com aquele sorriso do tipo não estou nem aí. E finalmente, “il grand finale” com a destituição do ministro da defesa em meio a gargalhadas das auturidadis envolvidas direta e indiretamente no caos que assola e mata.