Biólogo

A polêmica dos alimentos transgênicos

Alimentos transgênicos:  Alimentos geneticamente modificados, ou alimentos transgênicos, são alimentos produzidos com base em organismos que, através das técnicas da engenharia genética, sofreram alterações específicas no DNA.

Essa técnica tem permitido a introdução de culturas agrícolas de traços diferenciados, assim como um controle sobre a estrutura genética bastante superior em relação ao que proporciona a Mutação artificial e a Seleção artificial. No entanto, os transgênicos ainda são alvo de muita polêmica.

A polêmica dos alimentos transgênicos

Controvérsia

Transgênicos - milho
By Keith Weller

Organismos oficiais, estudos isolados e importantes associações científicas deram pareceres favoráveis sobre culturas geneticamente modificadas, alegando que os mesmos não representam risco à saúde humana maiores do que os próprios alimentos naturais, embora a maioria deles reconhecesse riscos potenciais e recomendasse mais estudos.

A Organização Mundial de Saúde listou vários riscos envolvidos no uso desta tecnologia, e embora declare que não houve até o presente relatos de danos comprovados à saúde humana, recomendou que os estudos sejam continuados.

A polêmica dos alimentos transgênicos
Arroz comum e arroz transgênico “Golden Rice”. by International Rice Research Institute (IRRI) 

Entretanto, têm crescido o número de estudos que apontam variados e concretos efeitos negativos dos alimentos modificados e a controvérsia de fato tem sido grande.

Segundo Maria Alice Garcia, bióloga e professora da Universidade Estadual de Campinas, “a agressividade com que transgênicos têm sido propagandeados está diretamente relacionada ao fato de, no plano mercadológico de bens de consumo, os produtos da biotecnologia compõem um dos ramos mais promissores do capitalismo atual. […] No Brasil, a mídia tem apresentado matérias sobre transgênicos, mas, na maioria das vezes, essas matérias expressam mais opiniões de grupos de interesse e não prestam esclarecimentos à população”.

Polêmica

Os opositores citam questões de segurança, preocupações ambientais, aumento de intoxicações, reações alérgicas e outras doenças nos consumidores, como câncer e esterilidade, aumento na resistência a antibióticos, danos à biodiversidade, necessidade de maior uso de agrotóxicos, risco de surgimento de pragas resistentes a todos os pesticidas, prejuízo aos pequenos produtores, e receios econômicos sustentados pelo fato de que sementes geneticamente modificadas, que são fontes de alimentação, estão sujeitas a direitos de propriedade intelectual detidos por corporações multinacionais. Desta forma, a antiga confiança nos transgênicos vem sendo cada vez mais abalada.

Bioética - Monsanto
A Monsanto está contribuindo para o crescimento da fome e da miséria no mundo, ao controlar grande parte do comércio. foto: Lily Rhoads

Os verdadeiros efeitos de tais alimentos sobre a saúde dos consumidores provavelmente só serão conhecidos daqui a muitos anos, como alertou o conhecido médico brasileiro Drauzio Varella, mas testes em animais realizados na Itália, França, Canadá e Estados Unidos têm apontado que as cobaias desenvolveram tumores, alergias, esterilidade, malformações fetais e alterações no sistema imunológico, além de terem uma taxa de mortalidade mais elevada, entre outros problemas.

• Genoma

Ao contrário do que diz a propaganda das empresas de biotecnologia, os estudos recentes apontam que os custos de produção não são menores, que o uso de agrotóxicos não é menor, muitas vezes sendo maior, e que na maioria dos casos a produtividade não é maior do que no uso de sementes tradicionais, podendo ser até menor. Também foi apontado que algumas substâncias tóxicas penetram na corrente sanguínea dos consumidores, ao contrário da alegação das empresas de que elas são destruídas no estômago.

Rejeição

Quase todos os países da Europa têm rejeitado os alimentos transgênicos. Outros países importantes neste cenário, como o Japão e a China, têm imposto medidas de importação e controle mais rigorosas e o uso desses produtos está sendo cada vez mais cerceado e posto em questão.

A FAO ultimamente tem recomendado cautela na liberação de alimentos geneticamente modificados, e não recomenda sua liberação sem estudos de impacto ambiental. José Tubino, representante da organização no Brasil, salientou que o problema da fome no mundo não se deve à escassez de alimentos, pois eles existem em quantidade suficiente, e sim à sua má distribuição, o que está ligado diretamente às desigualdades sociais.

A polêmica dos alimentos transgênicos no Brasil

No Brasil, um dos países que mais cultivam transgênicos, o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional alertou para o surgimento de doenças ligadas ao consumo de tais produtos. Uma carta aberta publicada em 2012 por mais de 800 cientistas de 82 países denunciou as exigências legais inconsistentes para a aprovação oficial dos produtos, que se satisfazem com estudos de curto prazo, escassos ou mal dirigidos, a frequente tendenciosidade da mídia na divulgação das supostas vantagens, citaram casos de assédio e censura contra cientistas que tentaram provar impactos negativos, e concluíram dizendo:

“Quando aqueles com algum interesse tentam semear dúvida insensata em torno de resultados inconvenientes, ou quando os governos exploram oportunidades políticas escolhendo ao seu gosto quais evidências científicas vão apresentar, comprometem a confiança pública nos métodos e instituições científicas, e também colocam seus próprios cidadãos em risco. Testes de segurança, regulações baseadas na ciência, e o próprio processo científico, dependem crucialmente de uma confiança amplamente difundida em um corpo de cientistas dedicados ao interesse público e à integridade profissional. Se em vez disso o ponto de partida de uma avaliação do produto é um processo de aprovação manipulado em favor do solicitante, baseado em uma supressão sistemática do trabalho de cientistas independentes atuando em nome do interesse público, então jamais poderá haver um debate honesto, racional ou científico”.

fonte: Wikipedia.org

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