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Rãzinha-verrugosa-da-serra-de-Brade

Rãzinha-verrugosa-da-serra-de-brade: Certas espécies são tão raras, que mal as conhecemos e elas podem já estar extintas. Esse é o caso da Holoaden bradei, conhecida por apenas dois registros.artigo original www.biologo.com.br

Rãzinha-verrugosa-da-serra-de-brade, um anfíbio desaparecido

20/5/2022 ::  por Marco Pozzana, biólogo

Os anfíbios são um dos grupos de animais mais ameaçados com a mudança climática e a escassez hídrica. E não é sem motivo que nas últimas décadas tem sido notado um alarmante declínio das populações deles ao redor do globo. Muitas espécies já foram extintas.

Indicadores ambientais
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Muitos biólogos valorizam os anfíbios como indicadores ecológicos, animais cuja presença em um ambiente indicam alterações ambientais. Justamente por essa sensibilidade ao clima e ao meio ambiente eles podem ser muito vulneráveis.

Com a rãzinha-verrugosa-da-serra-de-brade (Holoaden bradei), anfíbio endêmico do Brasil, da família Leptodactylidae, parece não ter sido diferente, uma vez que já foi apontada como provavelmente extinta

Holoaden bradei - Rãzinha-verrugosa-da-serra-de-Brade
Rãzinha-verrugosa-da-serra-de-Brade. © Ivan Sazina

Ela é conhecida por apenas de dois registros, uma acima de dois mil metros de altitude no Parque Nacional do Itatiaia, na Serra da Mantiqueira, Itamonte (MG) na divisa com o estado do Rio de Janeiro. O outro registro foi em Pedro da Mina, no estado de São Paulo (Caramaschi & Pombal 2006).

Holoaden bradei - Rãzinha-verrugosa-da-serra-de-Brade
Parque Nacional do Itatiaia

Holoaden bradei Lutz, 1958

Listada como “criticamente ameaçada pela IUCN, possivelmente extinta” a espécie não é encontrada desde 1979, embora tenham sido feitos esforços na procura. Naturalmente, com registros tão escassos a Holoaden bradei não foi apropriadamente estudada e quase nada sabemos de suas características biológicas e comportamentais.

Vive no solo, debaixo de detritos e folhas mortas. Oculta-se sob pedras e em bromélias terrestres. A postura é feita no solo entre o folhiço (Lutz 1958). A espécie é característica de habitat formado por matagal tropical húmido ou subtropical e campos de altitude subtropicais ou tropicais. 

As populações declinaram por diversos fatores, que podem ter levado à sua possível extinção. Geadas extremas acentuadas pelas mudanças climáticas são apontadas como um dos possíveis fatores naturais. Outras ameaças incluem desmatamento, incêndios florestais, expansão da agricultura e degradação do habitat, urbanização, mineração, entre outras.

Fontes e referências:

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