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Sapo-anta “chocolate”, nova espécie da Amazônia

Sapo-anta (Synapturanus danta): biólogos descobriram novo sapo na Amazônia peruana. A espécie cuja cor assemelha a chocolate, já era conhecida pelos habitantes locais. artigo original www.biologo.com.br

Sapo-anta “chocolate”, nova espécie da Amazônia

29/4/2022 ::  Marco Pozzana, biólogo

Synapturanus é um gênero de sapos encontrados no norte da América do Sul.  Por de seu estilo de vida escavador, sua história natural é pouco conhecida.

Synapturanus danta
Synapturanus danta © Germán Chávez

Todavia, os cientistas descobriram uma espécie nova de sapo na Amazônia peruana — embora esses sapos fossem já conhecidos pelos moradores  —  cuja cor se assemelha a chocolate. O Synapturanus danta foi apelidado de “sapo anta” por seu focinho pontudo peculiar, cujos traços lembram os da anta amazônica. Agora são sete espécies no gênero Synapturanus.

A equipe de herpetologistas encontrou os pequenos sapos em um dos habitats mais raros do bioma, as turfeiras amazônicas.  Os biólogos usaram o chamado do animal para localizar e desenterrar três espécimes. 

Acharam o pequeno sapo de focinho comprido durante um rápido inventário no Peru, em um dos habitats mais raros da floresta, as turfeiras amazônicas, um pântano cheio de plantas em decomposição.

Diversidade oculta da Amazônia

Para a descoberta feita durante um inventário da Bacia do Baixo Putumayo, foi essencial a colaboração de guias da Comunidad Nativa Tres Esquinas do Per, que já conheciam o sapinho que escava buracos no subsolo, comportamento que dificultou a busca dos biólogos que o procuravam.

A equipe encontrou dois sapos adultos e um jovem. Esses espécimes, juntamente com o registro e a análise de DNA, foram suficientes para determinar que o sapo é uma espécie nova. 

Sapo-anta cor de chocolate
© Germán Chávez

“Esses sapos são realmente difíceis de encontrar, e isso os leva a serem pouco estudados”, diz Michelle Thompson, uma das autoras do estudo publicado na revista Evolutionary Systematics.

Um estudo anterior revelou que as turfeiras da Amazônia peruana armazenam 10 vezes mais carbono do que a floresta tropical primária das proximidades. São ecossistemas com água parada onde a matéria orgânica não se decompõe completamente porque falta oxigênio para que os microorganismos trabalhem. Assim, o carbono acaba não sendo liberado para a atmosfera.

Propõe-se uma área de conservação para a região, agora que há mais argumentos dos cientistas, que sustentam a importância de preservar a espécie, tão pouco conhecida.  Eles acreditam que o sapo-anta, como outros animais escavadores, possivelmente podem modificar a infiltração da água do solo, desempenhando papéis importantes no ecossistema das turfeiras.

Fontes e referências:

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