Voando e dormindo: 12.12.2016 :: Biólogos fizeram estudo nas ilhas Galápagos e descobriram que certas aves conseguem dormir em pleno voo.
Tal façanha é possível porque esses animais conseguem descansar cada hemisfério cerebral alternadamente ou simultaneamente, permitindo manter o controle do voo.
Voando e dormindo
Niels Rattenborg, do Instituto Max Planck de Ornitologia na Baviera, Alemanha, estudou o sono em humanos por dez anos antes de se dedicar às aves.
O cientista estava intrigado para entender como funciona o mecanismo pelo qual muitas aves voam sem parar por diversos dias, sem perder o controle aerodinâmico. Finalmente os biólogos elucidaram como tal proeza é possível.
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As fragatas, como demostrou a pesquisa, dormem com um hemisfério acordado e outras vezes dormem com os dois hemisférios. Mesmo assim conseguem manter o controle aerodinâmico.
A opção de estudar as fragatas
Os biólogos dizem que escolheram as fragatas (fragata minor) porque se alimentam exclusivamente no mar e realizam viagens de vários dias de duração sem parar. Ao contrário de outras aves marinhas, elas não conseguem descansar na superfície do mar, já que suas penas não são impermeáveis e absorvem água, ocasionando no afogamento da ave.
Além disso essas fragatas também são grandes o bastante para suportar o peso de um leitor de ondas cerebrais e um GPS.
Os resultados
Usando registros de eletroencefalograma de grandes fragatas (Fregata minor) voando sobre o oceano por até 10 dias, mostraram que eles podem dormir com um hemisfério de cada vez ou ambos os hemisférios simultaneamente.
Além disso, a pesquisa reforça a tese de que as aves podem dormir em voo. Os resultados desafiam a visão de que elas sustentam vôos prolongados com quantidades normais de sono.
Abaixo, o vídeo oficial da descoberta (em inglês)
Veja também uma entrevista, em inglês, com o biólogo Niels Rattenborg.