Adax: rara espécie de antílope — Addax nasomaculatus — da família dos bovídeos, nativa do deserto do Saara e única representante do seu gênero, encontra-se criticamente ameaçada de extinção na natureza segundo a IUCN, pressionada pela caça ilegal, entre outros problemas.
Adax: um antílope muito raro
20/7/2022 :: por Marco Pozzana, biólogo
Animal fácil de caçar devido aos seus característicos movimentos lentos, o adax (Addax nasomaculatus) tem sofrido declínio em suas populações naturais que antes eram abundantes, desde, no mínimo, meados de 1800.
É justamente a caça ilegal o fator apontado como a maior ameaça para a espécie, que vem se tornando cada vez mais rara e restrita. Além disso, sua carne e couro são muito valorizados, motivando os caçadores ilegais. No entanto, muitas outras ameaças são desafios para a conservação.
Entre esses problemas estão atropelamentos, assentamentos perto de poços de água (seus locais de alimentação na estação seca). Outras ameaças incluem secas crônicas nos desertos, degradação do habitat pelos homens e expansão da agricultura.
Addax nasomaculatus (Blainville, 1816)
Também conhecido como “antílope-branco” ou “antílope-chifre-de-parafuso”, o adax foi descrito cientificamente pela primeira vez por Henri de Blainville em 1816.
O adax está bem adaptado para viver no ambiente desértico, sendo capaz de viver sem água por longos períodos. Apresenta dimorfismo sexual, com machos um pouco maiores que as fêmeas. O animal maduro apresenta chifres longos e retorcidos — entre 55 a 80 cm em fêmeas e de 70 a 85 cm em machos — com altura corporal dos machos entre 105 a 115 cm.
A cor da pelagem varia com a estação do ano: no verão, fica quase completamente branca ou ligeiramente loira, enquanto no inverno é marrom-acinzentada com partes brancas como nas pernas, e cabelos castanhos compridos na cabeça.
Esses mamíferos se alimentam principalmente de gramíneas e folhas de arbustos, formando rebanhos de cinco a 20 membros, liderados pela fêmea mais velha.
A espécie foi classificada pela IUCN como “criticamente ameaçada” por suas populações selvagens em números muito baixos, segundo a última atualização em 2016.
De qualquer modo, felizmente, ao menos em cativeiro existem exemplares suficientes para que a espécie persista. No Brasil, por exemplo, o Zoológico de São Paulo possui alguns desses animais em exposição na área dedicada à planície africana.
Fontes e referências:
- Craig, T.M. (1993). “Longistrongylus curvispiculum (Nematoda: Trichostrongyloidea) in free-ranging exotic antelope in Texas“. Journal of Wildlife Diseases. doi:10.7589/0090-3558-29.3.516. PMID 8355363. S2CID 22059990. (em inglês).
- Addax – Wikipedia.org (em inglês).
- Claro, F.; Hayes, H.; Cribiu, E.P. (1996). “The karyotype of the addax and its comparison with karyotypes of other species of Hippotraginae antelopes”. Hereditas. doi:10.1111/j.1601-5223.1996.00223.x. (em inglês).
- IUCN SSC Antelope Specialist Group. 2016. Addax nasomaculatus. The IUCN Red List of Threatened Species 2016: e.T512A50180603. https://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2016-2.RLTS.T512A50180603.en. Accessed on 15 July 2022 (em inglês).