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Gato-andino

Gato-andino: considerado um animal sagrado pelos indígenas locais, o Leopardus jacobita encontra-se ameaçado de extinção, pressionado por diversos problemas ambientais causados pelo homem.artigo original www.biologo.com.br

Gato-andino: um raro felino sobrevive nas montanhas

14/6/2022 ::  por Marco Pozzana, biólogo

Pequeno gato selvagem nativo dos Andes, o gato-andino (Leopardus jacobita) vive somente em altitudes elevadas (entre 1.800 m a mais de 4.000 m) em territórios que incluem parte do Peru, Chile e Bolívia.Leopardus jacobita - Gato-andino: um raro felino sobrevive nas montanhas

Está listado como ‘Ameaçado‘ na Lista Vermelha da IUCN porque no último amplo levantamento em 2014 foram estimados somente 1,378 indivíduos maduros na natureza. Até onde se sabe, as populações continuam decaindo.

Está protegido em todos os países da sua área de distribuição, mesmo assim os desafios tem se mostrado complexos e os esforços de conservação não tem se mostrado suficientes.

Leopardus jacobita (Cornalia, 1865)

Também conhecido como gato-andino-das-montanhas, o felino foi descrito como espécie por Emilio Cornalia, em 1865. 

Gato-andino: um raro felino sobrevive nas montanhas

O animal tem a pelagem do corpo e da cabeça na cor cinza, com rosto e orelhas arredondadas. Indivíduos adultos variam de 57,7 a 85 cm de comprimento da cabeça ao corpo com uma cauda longa de 41,3 a 48,5 cm, e altura do ombro de cerca de 36 cm.  Podem pesar até 5,5 kg.

Semelhança enganosa:

Tem aparência semelhante ao gato-dos-pampas (Leopardus pajeros), também conhecido pelo nome de gato-palheiro, outro gato selvagem nativo da América do Sul, por isso são confundidos com frequência. No entanto, essas espécies apresentam diversas particularidades nos detalhes da cauda, traços faciais, cor da orelha, entre outras características.

Gato-andino: um sobrevivente nas montanhas

Essa semelhança entre as duas espécies simpátricas de gatos selvagens, além de dificultar a identificação, também cria dificuldades para as estimativas corretas das populações

Gato-andino: um raro felino sobrevive nas montanhas
O habitat do gato-andino é dividido por vales profundos

A presa preferida do gato-andino é o Lagidium viscacia, espécie de roedor, que ocorrem em colônias irregulares. Análises indicam o Lagidium representa até 93,9% da biomassa da dieta do felino.

A ninhada geralmente consiste em um ou dois filhotes nascidos nos meses de primavera e verão, que coincide com o período em que os recursos alimentares estão aumentando, o que favorece a sobrevivência dos filhotes

Conservação:

Diversas ameaças fizeram a espécie declinar de modo alarmante. Entre as principais estão a perda e degradação do habitat. O mau uso da terra na região inclui problemas com mineração e extração de água. 

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Outros problemas incluem a caça ilegal — para uso religioso ou por suas peles —; mudanças climáticas; presença de animais introduzidos como cães; simpatria com espécies filogeneticamente relacionadas (L. colocolo); entre outras.

Faz-se necessária a criação de áreas protegidas e melhoria das condições das existentes. Também é importante o envolvimento das comunidades locais nas decisões de conservação e uso da terra, além de investimentos em pesquisa sobre os processos de desertificação que afetam o gato andino.

Organizações estão atuando na região, como a Andean Cat Alliance, formada em 2003 por representantes da Argentina, Bolívia, Peru e Chile com o objetivo de fomentar a pesquisa e conservação do gato-andino.

Fontes e referências:

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