fotos aéreas
Mario Moscatelli - © 2009
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O canal do Cunha em 1999 era uma gigantesca e grotesca latrina, receptor final de milhares de metros cúbicos de esgoto in natura e resíduos dos mais variados tipos dos "rios" Farias e Jacaré além de inúmeros outros canais de drenagem. Esta era a porta de entrada internacional da cidade maravilhosa. |
O canal do Cunha apesar das promessas e projetos de desassoreamento, ecobarreiras e melhora das condições de suas pútridas águas, continua a latrina e a cloaca de dez anos atrás onde de 200 metros de altura, sente-se o cheiro da podridão proveniente dos sedimentos contaminados e aquecidos pelo sol. Os "rios e canais" que desembocam nele continuam gigantescos valões de esgoto, prova que alguma coisa não vem funcionando nos megalomaníacos e pouco eficientes projetos implementados até agora. A porta de entrada da cidade maravilhosa continua arrombada pela incompetência gerencial das autoridades públicas que após anos de projetos e factóides não conseguiram produzir de fato alterações positivas visíveis na baía de Guanabara, apesar de já terem sido gastos apenas em empréstimos pelo PDBG, algo mais de um bilhão de dólares. Até quando esperar e quanto mais gastar para nada receber? |
Há dez anos atrás a existência de lixões clandestinos na periferia do aterro controlado de Gramacho era uma realidade conhecida por qualquer um que tivesse o interesse de saber o que andava acontecendo nos manguezais do município do Duque de Caxias. O processo era simples, sem fiscalização alguma, os resíduos de todos os tipos e procedências iam sendo empurrados manguezal adentro, sem qualquer perturbação das autoridades constituídas e assim progressivamente ia-se criando terrenos para novas ocupações com finalidade comercial ou "residêncial".
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Passados dez anos, não só cresceram os lixões já existentes, suprimindo áreas de manguezais direta e ou indiretamente pela produção de chorume como também se multiplicaram os pontos de lançamento clandestinos de resíduos sobre os manguezais. Protegidos desde 1965, os manguezais tem sido destruídos até hoje seja com a chancela passiva e omissa do poder público como ativa, principalmente num passado não muito distante, onde empreendimentos imobiliários eram autorizados à destruir manguezais em pró do desenvolvimento. Infelizmente diferente da importância dada através da retórica de discursos engajados na defesa da biodiversidade e do bioma da Mata Atlãntica, principalmente proferidos por burocratas verdes e ambientalistas de auditório, os manguezais de Duque de Caxias continuam sendo destruídos sob o passivo olhar do poder público.
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