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Cavalo-de-przewalski

Cavalo-de-przewalski: rara subespécie de cavalo selvagem, o Equus ferus przewalskii é nativo das estepes da Ásia Central. Chegou a ser considerado extinto na natureza, até que programas de reprodução em cativeiro mudaram este cenário.

Cavalo-de-przewalski: um animal raro de volta à natureza

13/7/2022 ::  por Marco Pozzana, biólogo

Subespécie descrita em 1881 por Ivan Semyonovich Polyakov (1845-1887), zoólogo, antropólogo e etnógrafo russo, o cavalo-de-przewalski (Equus ferus przewalskii) permanece com sua posição taxonômica controversa.

Equus ferus przewalskii © Joe Ravi

Isto ocorre uma vez que não existe consenso sobre se é uma subespécie, uma espécie ou uma variedade do cavalo domesticado. Todavia, sabe-se que é um equídeo de características únicas, raro e ameaçado de extinção.

Foi por muito tempo considerado o único cavalo remanescente verdadeiramente selvagem, posto que o Mustang americano ou o Brumby australiano, são cavalos selvagens descendentes de animais domesticados.

Polêmica

Até esta suposição foi alvo de contestação após análise de DNA em 2018. O status de domesticação desses animais continua sendo questionado e sua posição taxonômica ainda é debatida.

Alguns taxonomistas tratam o cavalo-de-przewalski como uma espécie (E. przewalskii), outros como uma subespécie de cavalo selvagem (E. ferus przewalskii) ou mesmo como uma variedade do cavalo domesticado (E. caballus).

Equus ferus przewalskii (I. S. Polyakov, 1881)

Também chamado de takhi, cavalo selvagem mongol ou cavalo dzungariano, o cavalo-de-przewalski possui várias características genéticas que o difere do cavalo doméstico moderno, indicando parentesco distante entre estes. Suas linhagens se separaram de um ancestral comum entre 38.000 e 160.000 anos atrás, ou seja, muito antes da domesticação dos cavalos.

O cavalo do Przewalski é robusto, menor e mais baixo do que seus parentes domesticados. A altura geralmente vai de 1,22 a 1,42 m. O peso é de cerca de 300 kg. Eles têm uma pelagem de cor castanha parda e a crina de cor negra.

Conservação

Após ser considerado extinto na natureza, foi feito um esforço para reproduzir e reintroduzir o cavalo-de-przewalski no ambiente selvagem. Em 1977, a Fundação para a Preservação e Proteção do Cavalo Przewalski foi fundada em Roterdã, na Holanda. Assim, foi iniciado um programa de intercâmbio entre populações cativas de zoológicos em todo o mundo para reduzir a endogamia, para em seguida começar um programa de reprodução próprio.

Com o programa, o rebanho conseguia finalmente adquirir diversidade genética. A partir de 1998, trinta e um cavalos também foram soltos na Zona de Exclusão de Chernobil na Ucrânia e na Bielorrússia, evacuados após o acidente nuclear, que agora serve como uma reserva natural de fato deserta.

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Embora a caça tenha afetado as populações, a partir de 2019 a população estimada na zona de Chernobyl era de mais de 100 indivíduos. Infelizmente, o maior programa de criação em cativeiro do mundo para os cavalos-de-przewalski fica na reserva Askania Nova, na Ucrânia, um dado preocupante, uma vez que encontra-se em zona de guerra.

De qualquer modo, a espécie foi introduzida em outros lugares da Europa e Ásia, e apesar das dificuldades para a conservação as populações vem crescendo aos poucos. Segundo a IUCN, é uma espécie ameaçada, portanto os esforços de conservação devem prosseguir contando com a ajuda dos governos e dos homens.

Fontes e referências:

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