Das
400 espécies que habitam os oceanos, 33 já atacaram comprovadamente
o homem. Destas 33, 18 encontram-se em registros de ataques não
provocados, embora este número desça para 3 espécies
se considerar apenas o último século (registos entre 1907
e 2002).
A
maioria das espécies só ataca um ser humano quando acredita
que o seu território está a ser invadido, tal como faria
com outro tubarão. Das 1848 ocorrências documentadas de
ataques não provocados ao homem, 75% não estava relacionada
com a alimentação, mas sim com este fator.
Tubarão-branco é tubarão mais assustador,
mas ataques a humanos são muito raros.
A
biologia e os hábitos destas três espécies têm
sido extensivamente estudados. Entre si, apresentam dietas, estratégias
de caça e padrões de comportamento distintos.
A
interação entre o homem e o tubarão, só
acontece quando este está a nadar ou surfar nas águas
costeiras. Uma grande percentagem dos ataques não provocados
deve-se a um erro de identificação, que pode ocorrer em
animais mais jovens, condições de baixa visibilidade -
como águas escuras ou turvas, períodos da alvorada e crepúsculo
-, ou em ambientes de água agitada.
O
tubarão-branco
não se comporta como foi mostrado no referido filme de terror,
sendo, salvo raras excepções, o seu ataque ao ser humano
devido a um erro de identificação. Os surfistas e mergulhadores,
quando vestidos com roupas de neoprene, podem ser confundidos com focas,
uma das presas habituais desta espécie.
Já
otubarão-touro,
além do ataque por erro de identificação, podem
considerar as suas vítimas como invasoras, dado ser muito territorialista.
Mesmo que o ser humano não se aperceba, o tubarão pode
se sentir acuado ou que a sua área territorial está a
ser invadida pela presença humana.
Os
ataques do tubarão-tigre
estão normalmente relacionados com a sua caça às
tartarugas marinhas, que se dirigem para a costa, de modo a se alimentarem
e desovarem. O ataque ao homem pode ocorrer quando o tubarão,
com a visão (sentido pouco desenvolvido no animal) contra ao
sol, confunde os surfistas e banhistas com as tartarugas.
O
ataque não provocado mais comum, denominado hit and run,
ocorre mais frequentemente nas zonas de arrebentação com
banhistas e surfistas.
As provocativas e falsas vibrações (natação,
surf, etc), e/ou enganosas atrações visuais (objetos e
aparências humanas, como adereços brilhantes, roupas de
banho coloridas ou o contraste de bronzeamento entre a perna e a planta
do pé), podem originar que o tubarão confunda o homem
ou parte dos seus membros com as suas presas. A vítima raramente
consegue ver o seu agressor e o tubarão não costuma retornar
após a primeira mordidela, muitas vezes inquisitória -
o tubarão utiliza os seus dentes para identificar a textura,
sabor e consistência do que está a morder, sem empregar
a potência total da mordida. Suspeita-se que o tubarão,
durante a mordida, identifica que o ser humano é um objeto estranho
ou muito grande e, tão rápido quanto mordeu, solta a sua
vítima e não volta. As lesões provocadas por este
tipo de ataque ocorrem, com maior frequência, nos membros. Costumam
limitar-se a áreas restritas, raramente provocando fatalidades
quando a vítima é rapidamente resgatada da água
e os primeiros socorros executados adequadamente para evitar uma grande
hemorragia. Cerca de 90% das mortes ocorrem por afogamento secundário,
provocado pelo choque que advém da falta de controle da hemorragia.
Apesar
da maioria dos ataques de tubarão se dar sem nenhuma provocação
- cerca de 86% -, outros se dão quando são provocados.
Entre as provocações mais frequentes, encontram-se o arpoar,
tocar, segurar a cauda, oferecer comida, bloquear a sua passagem ou
qualquer outra ação que importune o tubarão.
Turismo/mergulho
para alimentação de tubarões
Proibida
na Florida, esta atividade tem proliferado nas últimas décadas
nas Caraíbas, como nas Bahamas. Estes tubarões passam
a associar o barulho do motor e a movimentação dos mergulhadores
com a oferta de comida. Alguém que, inadvertidamente, pare o
seu barco e mergulhe no mesmo local, pode vir a ser atacado por um tubarão
mais impaciente e frustado por não ter sido alimentado naquele
momento, como já estava condicionado.