EvoluçãoPaleontologia

Fósseis

Os fósseis (palavra derivado do termo latino fossilis que significa “desenterrado” ou “extraído da terra”) são restos de seres vivos ou evidências de suas atividades biológicas preservados em diversos materiais.

Os Fósseis

Essa preservação ocorre principalmente em rochas, mas pode ocorrer também em materiais como sedimentos, gelo, piche, âmbar, resinas, solos e cavernas e os exemplos mais citados são ossos e caules fossilizados, conchas, ovos e pegadas. 

Fosseis de aranha - história da paleontologia
Par de fósseis: masculino (à esquerda) e feminino (à direita) de Mongolarachne, aranha jurássica extinta da China. © Paul A. Selden

A Paleontologia é a principal disciplina científica que utiliza fósseis como objeto de estudo, instaurada com a aceitação dos trabalhos de Georges Cuvier. Nessa área do conhecimento, os fósseis fornecem dados importantes quanto a evolução biológica, datação e reconstituição da história geológica da Terra.

A totalidade dos fósseis e sua colocação nas formações rochosas e camadas sedimentares é conhecido como registro fóssil, o qual contém inúmeros restos e vestígios fossilizados dos mais variados seres do passado geológico da Terra. Porém, apenas uma porcentagem ínfima das espécies que já habitaram a Terra preservou-se na forma de fósseis, já que a fossilização é considerada um fenômeno excepcional por contrapor-se aos processos naturais de decomposição e o intemperismo. 

Logo, as partes esqueléticas biomineralizadas, mais duras e resistentes à decomposição e à erosão, tais como dentes, conchas, carapaças e ossos, é bem mais frequente e, por isso, a esmagadora maioria do registo fóssil é constituída por fósseis deste tipo de restos biológicos. Entretanto, restos orgânicos mais delicados e perecíveis também podem fossilizar. 

Dificuldades

Expedição paleontológica
Expedição paleontológica. fonte: Youtube.com

A preservação de matéria orgânica ou de restos esqueléticos delicados, uma vez que estes se decompõem e são destruídos rapidamente, requer condições de fossilização especiais, assim, ocorrem na natureza mais raramente.

Isso implica que fósseis de restos destes tipos não sejam frequentes. Em qualquer das circunstâncias, para que os restos de qualquer ser vivo fossilizem, é fundamental que estes sejam rapidamente cobertos por um material que os preserve, geralmente sedimento.

Segundo algumas fontes, somente os restos ou vestígios de seres com mais de 11.000 anos seriam considerados fósseis. Este tempo, calculado pela última glaciação, é a duração estimada para a época geológica do Holoceno ou recente.

Foraminíferos fósseis dos Emirados Árabes
Micropaleontologia. Foraminíferos fósseis dos Emirados Árabes

Quando os vestígios ou restos possuem menos de 11.000 anos, seriam denominados de subfósseis. Entretanto, outros autores, consideram que um fóssil é todo e qualquer resto ou vestígio de seres vivos do passado preservado em contexto geológico, independentemente da sua idade.

De acordo com estes paleontólogos, fixar uma qualquer data para se poder considerar se algo é ou não um fóssil é arbitrário.

Por outro lado, sendo o Holocênico (menos de 11.700 anos) parte do registo geológico, os restos orgânicos contidos em materiais holocênicos deverão ser considerados fósseis. Ou seja, o que determina o fóssil é a ocorrência conjunta de um resto identificável com origem biológica num contexto geológico, independentemente do seu tipo e da sua idade.

Tipos de Fósseis

Paleobotânica
Fóssil da folha da faia Europeia (Fagus sylvatica) do Plioceno da França

Os fósseis são classificados em dois tipos: restos (ou somatofósseis) e vestígios (ou icnofósseis).

  • Resto: tipo de fóssil que ocorre quando alguma parte do ser vivo é preservada. São consideradas evidências diretas dos seres vivos. Por exemplo, fósseis de dentes, de carapaças, de folhas, de conchas, de troncos, etc.
  • Vestígio: tipo de fóssil que ocorre apenas com evidências indiretas dos seres vivos, isto é, resultam de suas atividades biológicas. Por exemplo, estromatólitos, fósseis de pegadas, de marcas de mordidas, de ovos (da casca dos ovos), de excrementos (os coprólitos), secreções urinárias (urólitos), de gastrólitos, de túneis, de galerias de habitação, etc

“Todos os fósseis que já encontramos sempre foram encontrados no lugar apropriado na sequência temporal. Não há fósseis no lugar errado.”Richard Dawkins 

Processos de fossilização

Esses diferentes tipos de fósseis – restos e vestígios – formam-se a partir de distintos processos de fossilização ou diagênese. Após os eventos de morte do organismo, transporte de material orgânico e soterramento, estudados pela bioestrationomia, ocorre o processo de fossilização que reúne os processos físicos e químicos que alteram tais restos, sendo que os mais frequentes são as mineralizações (incluindo as permineralizações), os moldes e as incarbonizações.

A Tafonomia é a área do conhecimento que engloba os estudos de diagênese e a bioestrationomia, ou seja, ela estuda os processos de formação dos fósseis, desde o momento em que um dado resto ou vestígio biológico é produzido até que o encontramos, fossilizado, no registo fóssil.

Tronco fóssil petrificado
Tronco fóssil petrificado

A lista a seguir cita alguns exemplos de processos de fossilização:

  • criopreservação (preservação pelo gelo);
  • dessecação (ex.: dinossauros mumificados);
  • inclusão em âmbar (ex.: insetos em resina);
  • conservação de parte dura (ossos e conchas);
  • permineralização (lenhos e ossos);
  • incrustação (ossos e conchas em cavernas);
  • recristalização (conchas);
  • incarbonização ou destilação (restos vegetais);
  • substituição (por silicificação, piritização, limonitização ou carbonatização);
  • moldagem (vestígios).

Mumificação ou conservação

A mumificação é o mais raro processo de fossilização. Pode ser:

  • Total – quando o ser vivo é envolvido por uma substância impermeável (por exemplo: resina, gelo) que impede a sua decomposição.
  • Parcial – quando as formações duras (carapaças, conchas, etc) de alguns seres permanecem incluídas nas rochas por resistirem à decomposição.
Mineralização
Documentários de Evolução e Paleontologia
Documentários de Evolução e Paleontologia

Este processo, também denominado de petrificação, consiste literalmente na substituição gradual dos restos orgânicos de um ser vivo por matéria mineral, rocha, ou na formação de um molde desses restos, mantendo com alguma perfeição as características do ser. Ocorre quando o ser vivo é coberto rapidamente por sedimento após a morte ou após o processo inicial de deterioração.

O grau de deterioração ou decomposição do ser, quando recoberto, determina os detalhes do fóssil, alguns consistem apenas em restos esqueléticos ou dentes; outros fósseis contêm restos de pele, penas ou até tecidos moles. Uma vez coberto com camadas de sedimentos, as mesmas compactam-se lentamente até formarem rochas, depois, os compostos químicos podem ser lentamente trocados por outros compostos. Ex.: carbonato por sílica.

Moldagem

Consiste no desaparecimento total das partes moles e duras do ser vivo, ficando nas rochas um molde das suas partes duras. O molde pode ser:

  • molde externo – quando a parte exterior do ser vivo desaparece deixando a sua forma gravada nas rochas que o envolveram;
  • molde interno – os sedimentos entram no interior da parte dura e quando esta desaparece fica o molde da parte interna.
Marcas

É o tipo de fossilização mais abundante em que permanecem vestígios deixados pelos seres vivos, uma vez que é o mais fácil e simples de ocorrer. Exemplos de marcas podem ser: pegadas, ovos e excrementos de animais.

Moldes e traços de fósseis

Um molde de fóssil é formado por fluidos infiltrados que dissolvem os restos de um ser vivo, criando um buraco na rocha . Se esse buraco for preenchido com mais minerais, é chamado de molde fóssil. Se o enterro do resto biológico ocorre rapidamente, são grandes as chances de que até mesmo as impressões de tecidos moles permaneçam. Traços fósseis são os restos de caminhos, enterros, pegadas, ovos, conchas, ninhos e fezes. Estes últimos, chamados coprólitos, podem fornecer uma ideia do comportamento alimentício do animal, tendo assim, grande importância.

Preservação em Âmbar
Inseto preservado em âmbar
Inseto preservado em âmbar. foto: Adrian Pingstone

Âmbar é o nome dado aos fósseis conservados em resina e são um exemplo de mumificação (ou conservação). Animais menores, como insetos, aranhas e pequenos lagartos, quando presos em resina segregada por certas árvores, ficam praticamente intactos por milhões de anos. A produção de resinas remota ao Paleozóico, no período Carbonífero, mas a partir do Triássico encontra-se maior abundância de âmbar no registro geológico. Além disso, estes fósseis podem ser encontrados em rochas sedimentares, assim como os demais tipos de fósseis.

O âmbar representa uma preservação de ótima qualidade relevante para estudos sobre evolução dos seres vivos. Por exemplo, podem apresentar informações sobre o ser vivo, o ambiente em que viveu, eventos relacionados a seu ciclo de vida e até mesmo possibilitam extração de DNA.

Estromatólitos

Estromatólitos

Estromatólitos são estruturas biossedimentares formados por meio de atividades microbianas, por exemplo cianobactérias, nos ambientes aquáticos, porém sua definição exata ainda é um assunto controvertido. 

São considerados as mais antigas evidências da vida na Terra, principalmente datados do Pré-Cambriano. 

Existem várias aplicações para esse tipo de fóssil das quais podemos destacar: identificação de regiões que ocorreram as primeiras atividades biológicas na Terra, da localização de microfósseis, interpretações sobre ambientes e suas respectivas mudanças ambientais que ocorreram no passado, além de serem atrações para turistas pela beleza e atração educativa.

fonte: Wikipedia.org

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