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Richard Dawkins

Richard Dawkins: Richard Dawkins (Nairóbi, 26 de março de 1941) é um proeminente biólogo evolucionista, etólogo, escritor britânico e um dos principais nomes do ateísmo no mundo. Conheça aqui um pouco do seu trabalho e seu pensamento.

Richard Dawkins

Dawkins ganhou destaque com o seu livro O Gene Egoísta, de 1976, que popularizou a visão da evolução centrada nos genes e introduziu o termo meme. Em 1982, ele introduziu à biologia evolutiva o influente conceito de que os efeitos fenotípicos de um gene não são necessariamente limitados ao corpo de um organismo, mas podem ampliar-se também ao meio ambiente, incluindo os corpos de outros organismos; este conceito é apresentado em seu livro O Fenótipo Estendido.

Richard Dawkins

Dawkins é ateu declarado, vice-presidente da Associação Humanista Britânica e defensor do movimento bright. Ele é bem conhecido por suas críticas ao criacionismo e ao design inteligente.

Em seu livro O Relojoeiro Cego, de 1986, critica a analogia do relojoeiro, um argumento para a existência de um criador sobrenatural baseado na complexidade dos organismos vivos. Em vez disso, ele descreve os processos evolutivos como análogos a um “relojoeiro cego”.

Ele já escreveu vários livros de divulgação científica e faz aparições regulares na televisão e no rádio, principalmente para discutir esses temas. Em seu livro The God Delusion (Deus, um Delírio no Brasil e A Desilusão de Deus em Portugal), de 2006, Dawkins afirma que um criador sobrenatural quase certamente não existe e que a fé religiosa é uma ilusão — “uma crença falsa e fixa”. Até janeiro de 2010, a versão em inglês do livro havia vendido mais de dois milhões de cópias e havia sido traduzida para 31 idiomas.

Para não acreditar na evolução você deve ser ignorante, estúpido ou insano.

Richard Dawkins e a Biologia evolutiva

O Gene Egoísta
O Gene Egoísta

Em seus trabalhos científicos, Dawkins é mais conhecido por popularizar o gene como a principal unidade de seleção na evolução; este ponto de vista é mais claramente definido nos seus livros:

  • O Gene Egoísta (1976), no qual ele afirma que “toda a vida evolui pela sobrevivência diferencial de entidades replicadoras”.
  • O Fenótipo Estendido (1982), no qual descreve a seleção natural como “o processo pelo qual replicadores propagam-se uns em relação aos outros”.
Altruísmo

Richard Dawkins tem se posicionado de maneira consistentemente cética em relação aos processos não adaptativos de evolução (tais como os descritos por Gould e Lewontin) e sobre a seleção em níveis “acima” do gene. Ele é particularmente cético sobre a possibilidade prática ou a importância da seleção de grupo como uma base para o entendimento do altruísmo.

• Documentário A biografia de Charles Darwin

Richard Dawkins
Richard Dawkins. by Colin Grey

Este comportamento parece, à primeira vista, um paradoxo evolutivo, visto que ajudar outro indivíduo custa preciosos recursos e diminui a própria aptidão de cada ser vivo. Anteriormente, muitos interpretaram isso como um aspecto da seleção de grupo: os indivíduos estão fazendo o que é melhor para a sobrevivência da população ou da sua espécie como um todo.

O biólogo evolucionista britânico W. D. Hamilton tinha usado a visão genecêntrica para explicar o altruísmo em termos de aptidão inclusiva e de seleção de parentesco — os indivíduos se comportam de forma altruísta para com os seus parentes próximos, que compartilham muitos de seus próprios genes.

Da mesma forma, Robert Trivers, pensando nos termos do modelo genecêntrico, desenvolveu a teoria do altruísmo recíproco, pelo qual um organismo fornece um benefício a outro, na expectativa de uma reciprocidade futura. Dawkins popularizou essas ideias na obra O Gene Egoísta e desenvolveu-as em seu próprio trabalho. Ele também tem sido um crítico expressivo da teoria filosófica de Gaia, criada pelo cientista independente James Lovelock.

Em junho de 2012 Dawkins criticou incisivamente o livro A Conquista Social da Terra, de 2012, de autoria do biólogo Edward Osborne Wilson.

Controvérsias

Críticos da abordagem de Richard Dawkins sugerem que interpretar o gene como uma unidade de seleção (um único evento em que um indivíduo teve sucesso ou fracasso na reprodução) é enganoso; o gene poderia ser melhor descrito, dizem eles, como uma unidade de evolução (mudanças de longo prazo nas frequências alélicas em uma população).

anfibios

Em O Gene Egoísta, Dawkins explica que usa a definição de George C. Williams do gene, que define como “aquilo que segrega e recombina com frequência apreciável”. Outra crítica comum é a de que um gene não pode sobreviver sozinho, já que tem de cooperar com outros genes para construir um indivíduo, e, por conseguinte, não pode ser uma “unidade” independente. Em O Fenótipo Estendido, Dawkins sugere que, do ponto de vista de um gene individual, todos os outros genes são parte do ambiente ao qual estão adaptados.

Defensores dos níveis mais elevados de seleção (como Richard Lewontin, Sloan David Wilson e Elliott Sober) sugerem que há muitos fenômenos (incluindo o altruísmo) que a seleção centrada nos genes não pode explicar satisfatoriamente. A filósofa Mary Midgley, com quem Dawkins debateu através da imprensa sobre a obra O Gene Egoísta, criticou a seleção genética, a memética e a sociobiologia como sendo excessivamente reducionistas; ela sugeriu que a popularidade da obra de Dawkins ocorre devido a fatores no zeitgeist, como o aumento do individualismo nas décadas de Thatcher/Reagan.

Interpretações da evolução

No conjunto de controvérsias sobre os mecanismos e interpretações da evolução (o que tem sido chamado de “As Guerras de Darwin”), um grupo é defendido por Dawkins, enquanto o outro pelo paleontólogo norte-americano Stephen Jay Gould, refletindo a proeminência de cada um como um popularizador das ideias pertinentes sobre o assunto.

Dawkins e Gould têm sido comentaristas particularmente destacados na controvérsia sobre a psicologia evolutiva e a sociobiologia, com Dawkins geralmente aprovando e Gould sendo crítico em relação a esses temas. Um exemplo típico da posição de Dawkins é a sua crítica mordaz a Not in Our Genes, obra de Steven Rose, J. Leon Kamin e C. Richard Lewontin.

Dois outros pensadores que muitas vezes são considerados aliados de Dawkins nessa questão são Steven Pinker e Daniel Dennett; Dennett tem promovido uma visão genecêntrica da evolução e defende o reducionismo na biologia. Apesar de suas divergências acadêmicas, Dawkins e Gould não tinham uma relação pessoal hostil.

Dawkins dedicou uma grande parte de seu livro O Capelão do Diabo a Gould, que havia falecido no ano anterior. O lançamento do livro de Dawkins O Maior Espetáculo da Terra – As Evidências da Evolução expõe as evidências da evolução biológica e coincidiu com o ano do bicentenário de Charles Darwin.

fonte: Wikipedia.org

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