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Ararinha-azul

Ararinha-azul é uma ave criticamente ameaçada, endêmica do Brasil e única espécie descrita para o gênero Cyanopsitta, provavelmente extinta na natureza. No entanto, há uma tentativa de reintroduzir a espécie no ambiente selvagem nacional, uma vez que a reprodução em cativeiro tem sido feita com relativo sucesso.artigo original www.biologo.com.br

Ararinha-azul, esperança para uma espécie ameaçada

6/7/2021 ::  Por Josué Fontana

Certas vezes, parece que só nos damos conta da perda, assim que ela se concretiza. Assim foi com a ararinha-azul (Cyanopsitta spixii), considerada extinta em nossas matas desde o início dos anos 2000, quando foi avistada pela última vez no Brasil.

Cyanopsitta spixii - ararinha-azul
Animal taxidermizado em museu.

Desde então, houve certa comoção com o sumiço da ave. Mas somente em 2011, com o filme de animação Rio, cuja protagonista era uma ararinha-azul, o grande público conheceu de fato a história triste da espécie. 

Felizmente nem tudo estava perdido. Como na Europa, principalmente, havia exemplares com reprodução em cativeiro, fruto do tráfico ilegal, crescia a iniciativa para tentar reintroduzir a ararinha no seu lugar de origem, uma pequena área do interior baiano.

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), divulgou em 2019 uma iniciativa para reintroduzir a ave à sua área de ocorrência original até julho de 2024. 

A ararinha-azul (Cyanopsitta spixii)
A ararinha-azul (Cyanopsitta spixii)

As ararinhas em questão são orindas de um cativeiro alemão, a ACTP, que assinou a parceria com o governo brasileiro. Fato esse que gerou polêmicas, pois o mesmo é tido como um obscuro criadouro, por estar envolvido em denúncias de tráfico de animais silvestres e acusado de ter ligação com máfias.

Todavia, em 2021 alguns filhotes nasceram em cativeiro na Caatinga baiana. O problema é que as dificuldades para soltá-los na mata em segurança não são poucas — fora o fato do habitat da ararinha estar degradado, o projeto agora pode estar ameaçado pelas mudanças climáticas. 

A IUCN classifica a Ararinha-azul como “em perigo crítico, extinta na natureza”.

Outros nomes: Arara-azul-de-spix e arara-celeste

A ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) foi assim batizada em homenagem ao grande biólogo Johann Baptist von Spix.

arara-celesteA ave habitava matas de galeria de caraibeiras, ligadas a riachos sazonais do extremo norte da Bahia, sul do rio São Francisco. Os registros históricos do animal estão ligados aos municípios de Juazeiro e Curaçá na Bahia. 

Trata-se de uma bela ave com plumagem azul celeste de cerca de 57 centímetros de comprimento e 1,20 metros de envergadura.  Pouco se sabe acerca do comportamento na natureza, mas sabe-se que se alimentava principalmente de sementes de pinhão-bravo e faveleira. A nidificação ocorria na época das chuvas, em orifícios nas caraibeiras. 

Cyanopsitta spixii – Wagler, 1832

Spix, o biólogo aventureiro
Spix, o biólogo aventureiro

A primeira descrição foi feita por Spix em 1824 com o nome Arara hyacinthinus. Depois, Johann Wagler, assistente de Spix, substituiu o nome científico para Sittace spixii em 1832. Em 1854, Charles Bonaparte descreveu um novo gênero para a espécie, o Cyanopsitta, recombinando o nome científico para Cyanopsitta spixii.

Fontes e referências:
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