Biologia marinhaConservaçãoOrnitologiaZoologia

Conservação das aves marinhas

Conservação das aves marinhas: Projeto Albatroz e ICMBio assinam acordo para coordenação compartilhada de plano nacional de conservação de aves marinhas.

Conservação das aves marinhas

2/3/2021 ::  Por Josué Fontana

Foi assinado recentemente o Acordo de Cooperação Técnica entre o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Instituto Albatroz, para formalizar a cooperação mútua com o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (CEMAVE/ICMBio).

Onde observar albatrozes
Onde observar albatrozes. Observador de bordo do Projeto Albatroz

O intuito é a coordenação compartilhada do Plano de Ação Nacional para a Conservação de Albatrozes e Petréis (PLANACAP) e a implementação conjunta do Banco Nacional de Amostras Biológicas de Albatrozes e Petréis (BAAP).

A assinatura deste importante acordo entre as instituições têm o objetivo de incrementar a execução de ações em apoio ao desenvolvimento de políticas públicas e integração para a conservação destas aves, que pertencem a um dos grupos mais ameaçados do planeta, contribuindo para o aprofundamento das bases teóricas e técnicas que subsidiam a implementação e sucesso do PLANACAP.

Termo também prevê a implementação da curadoria do Banco Nacional de Amostras Biológicas de Albatrozes e Petréis em parceria com o órgão federal

Um plano para a conservação das aves marinhas brasileiras

Albatroz-de-nariz-amarelo
Albatroz-de-nariz-amarelo (Thalassarche chlororhynchos). by Cláudio Dias Timm

Os Planos de Ação Nacional para a Conservação de Espécies Ameaçadas (PANs) são instrumentos de gestão, construídos de forma participativa pelo ICMBio, para o ordenamento e a priorização de ações para a conservação da biodiversidade. Com 30 anos de experiência na conservação de albatrozes e petréis, a equipe do Projeto Albatroz trabalha na realização de ações do PLANACAP desde 2006 e participa das discussões do Acordo Internacional para a Conservação de Albatrozes e Petréis (ACAP) vinculado à Convenção sobre Espécies Migratórias de Animais Selvagens (CMS ou Convenção de Bonn) da ONU.

O Projeto Albatroz é o autor do plano e participou da criação do primeiro ciclo de gestão do PLANACAP. Desde então, é o responsável pela articulação de diversas ações do plano, participando de suas monitorias anuais, avaliações e revisões. Em 2012, o Projeto foi escolhido pelas instituições participantes como coordenador executivo do plano e mantém o cargo até hoje.

Voando e dormindo. Fregata minor
Voando e dormindo

Para a coordenadora geral do Projeto Albatroz, Tatiana Neves, esta é uma importante conquista que vai permitir um trabalho ainda mais alinhado em prol da conservação dos albatrozes e petréis no Brasil. “A união faz a força e para nós é um grande privilégio juntar esforços com o ICMBio para implementar ações importantes do PLANACAP com diversas instituições parceiras para a proteção desses animais”, afirma.

“A formalização deste acordo fortalece ainda mais o processo de implementação das ações do PLANACAP na busca compartilhada de meios para o desenvolvimento de ações prioritárias para a conservação de albatrozes e petréis no Brasil. Esse trabalho de parceria já vem desde 2003 com a participação ativa do Instituto Albatroz, implantando ações de conservação contempladas pelo PLANACAP”, ressalta o presidente substituto do ICMBio, Marcos Simanovic.

Implementação compartilhada do BAAP

Atobás no Arquipélago de São Pedro e São Paulo
Atobás no rochedo. by Canindé Soares

Para além das ações previstas no âmbito do plano nacional, o acordo também prevê a cooperação entre o Projeto Albatroz e o ICMBio na curadoria do Banco Nacional de Amostras Biológicas de Albatrozes e Petréis (BAAP), localizado na Estação Ecológica dos Carijós, em Florianópolis (SC), onde fica Base Avançada do CEMAVE/ICMBio. Este banco de amostras é uma ação do PLANACAP sendo implementada como fruto de uma parceria entre o Projeto Albatroz, R3 Animal e ICMBio.

O BAAP tem a função de receber, processar e organizar amostras biológicas de albatrozes e petréis. Elas servem para fomentar a pesquisa, através do acesso ao material biológico armazenado pelo Projeto Albatroz, intercâmbio de informações entre instituições parceiras (universidades, grupos de pesquisa, etc) maximizando o aproveitamento do material, destinando as carcaças dos animais para coleções ornitológicas e convertendo todas as amostras em fonte de dados para pesquisadores interessados.

Na opinião de Patricia Serafini, analista ambiental do CEMAVE responsável pelo BAAP em sua instituição, a cooperação com o Projeto Albatroz vai trazer maior visibilidade ao banco e viabilizar trocas importantes com pesquisadores internacionais. “Desta forma, será possível enriquecer nossa coleção de amostras e subsidiar cada vez mais pesquisas científicas em prol destes animais”.

Parceria com a FURG
conservação das aves marinhas brasileiras
Albatroz-de-sobrancelha negra. by Dimas Gianuca

O Projeto Albatroz também oficializou a parceria com a Universidade Federal do Rio Grande (FURG), instituição de ensino renomada com forte pesquisa na área biológica e pesqueira, em especial no monitoramento de albatrozes e petréis que se alimentam nas águas do extremo sul do país.

O acordo de cooperação, que terá validade de cinco anos, prevê a realização de pesquisas científicas em conjunto além do intercâmbio de alunos de graduação, pós-graduação e pesquisadores da universidade.

Projeto Albatroz
Reduzir a captura incidental de albatrozes e petréis é a principal missão do Projeto Albatroz, que tem o patrocínio da Petrobras. O Projeto é coordenado pelo Instituto Albatroz – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) que trabalha em parceria com o Poder Público, empresas pesqueiras e pescadores.

Fonte: Projeto Albatroz www.projetoalbatroz.org.br  

Comentários do Facebook