Momento difícil para a ciência
Momento difícil para a ciência: Falta de apoio e ambiente hostil contribuem para baixa adesão de mulheres às áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática.
Momento difícil para a ciência
2018 . por Rodrigo de Oliveira Andrade/Pesquisa FAPESP :: As mulheres que iniciam um doutorado em áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (Stem, em inglês) são 12% menos propensas a terminar suas pesquisas, em comparação com os homens.
A conclusão é de um estudo do Departamento Nacional de Pesquisas Econômicas dos Estados Unidos (NBER) e envolveu a avaliação dos dados de 2.541 estudantes que ingressaram em 33 programas de pós-graduação em seis universidades do estado de Ohio, entre 2005 e 2009.
Os resultados também indicam que a probabilidade de elas concluírem a pós-graduação aumenta até 1 ponto percentual para cada acréscimo de 10% na proporção de mulheres que iniciam o doutorado em alguma dessas áreas.
Os achados parecem estar alinhados a outros dados, como os divulgados em 2017 pela ONU Mulheres, entidade das Nações Unidas para a igualdade de gênero e o empoderamento feminino.
Ambiente hostil desestimula doutorandas na área de ciências exatas
No estudo Cracking the code: Girls’ and women’s education in science, technology, engineering and mathematics, verificou-se que 74% das mulheres se interessam por ciência, tecnologia, engenharia e matemática. No entanto, apenas 30% delas se tornam pesquisadoras nessas áreas.
Para as que ingressaram no mercado de trabalho, os dados indicam que 27% sentem que não estão evoluindo em suas carreiras, enquanto 32% desistem em até um ano depois de concluída a graduação.
Brasil: Momento difícil para a ciência
No Brasil, a discussão sobre a participação das mulheres nas áreas Stem também desperta a atenção de pesquisadores. É o caso de Márcia Cristina Bernardes Barbosa, do IF-UFRGS. Há quase duas décadas ela desenvolve estudos com o propósito de analisar obstáculos que dificultam, ou mesmo impedem, maior participação das mulheres nessas áreas do conhecimento.
Em um de seus trabalhos, desenvolvido em parceria com a cientista social Betina Stefanello Lima, analista de coordenação de programas acadêmicos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), depois de analisados dados do Censo da Educação Superior de 2010, constatou-se que as mulheres são maioria em 15 das 20 carreiras de graduação com maior número de recém-formados.
“Além disso, também são maioria entre os discentes nas universidades brasileiras e já compõem cerca de 50% dos docentes nas instituições públicas, segundo o mesmo censo”, destaca Márcia. “No entanto”, ela explica, “este crescimento não está homogeneamente distribuído entre as disciplinas. O percentual de mulheres nas áreas de Stem é muito pequeno e diminui desproporcionalmente à medida que se avança na carreira”.
>> Para saber mais, leia o artigo completo no site da Revista Fapesp > Onde os cientistas não tem vez
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