Agroecologia
A agroecologia é uma disciplina científica, uma prática agrícola, mas também pode ser vista como um movimento social e político. É uma ciência integradora que agrega conhecimentos de diversas ciências, além de reunir saberes populares e tradicionais provenientes das experiências de agricultores familiares de comunidades indígenas e camponesas.
Agroecologia
A agroecologia tem como unidades básicas de análise os ecossistemas agrícolas, abordando os processos agrícolas de maneira ampla, não só visando maximizar a produção mas também otimizar o agroecossistema total – incluindo seus componentes socioculturais, econômicos, técnicos e ecológicos.
Portanto, a base de conhecimento da agroecologia se constitui mediante a sistematização e consolidação de saberes e práticas (empíricos tradicionais ou científicos), visando à agricultura ambientalmente sustentável, economicamente eficiente e socialmente justa.
As práticas agroecológicas podem ser vistas como práticas de resistência da agricultura familiar, perante o processo de exclusão no meio rural e de homogeneização das paisagens de cultivo. Essas práticas se baseiam na pequena propriedade, na força de trabalho familiar, em sistemas produtivos complexos e diversos, adaptados às condições locais e ligados a redes regionais de produção e distribuição de alimentos.
A proposta agroecológica para sistemas de produção agropecuária faz direta contraposição ao agronegócio, por condenar a produção centrada na monocultura, na dependência de insumos químicos e na alta mecanização, além da concentração da propriedade de terras produtivas, a exploração do trabalhador rural e o consumo não local da produção.
Transição agroecológica
A transição agroecológica é a passagem da maneira convencional de produzir com agrotóxicos e técnicas que agridem a natureza, para novas maneiras de fazer agricultura.
Base ecológica
Isto inclui implementar tecnologias de base ecológica, buscando proporcionar de maneira integrada a produção agrícola, o respeito e a conservação da natureza, sem esquecer da meta de proporcionar uma melhor qualidade de vida às pessoas, sejam elas consumidores ou produtores agrícolas.
A transição agroecológica pode ser interna aos sistemas de produção, e também externa, pois implica mudanças ou alterações nas características culturais, estruturais e/ou ecológicas em sistemas já estabelecidos.
A transição externa é aquela que acontece fora das unidades de produção. Alguns dos fatores capazes
de influenciar na transição agroecológica externa são: Consciência pública, organização, mercados e infraestrutura; mudanças no ensino, pesquisa e extensão rural; Legislação; e Reforma Agrária.
No Brasil, o segmento é ainda tímido, tanto no que diz respeito ao número de propriedades que passaram pelo processo de transição, quanto à projeção de seus produtos no mercado interno.
Porém, com a promoção e divulgação cada vez mais constantes da agroecologia esse nicho, predominantemente destinado para a produção de hortaliças, tende a crescer.
Difundindo a agroecologia
Diversas redes, organizações não-governamentais e movimentos espalhados pelo Brasil atuam no sentido de articular, organizar e formar agricultores familiares em relação aos saberes e fazeres da agroecologia.
Estes espaços de articulação com a comunidade atuam de diversas formas: promovem oficinas de formação e prática agroecológica, bem como intercâmbios entre as comunidades, pesquisam aspectos geográficos, físicos e sociais das propriedades rurais, criam bancos de sementes nativas e crioulas e buscam com as experiências realizadas nas comunidades trabalhar com processos autogestionáveis.
“A Ecologia se refere ao sistema natural de cada local, envolvendo o solo, o clima, os seres vivos, bem como as inter-relações entre esses três componentes. (…)” – Agroecóloga brasileira Ana Maria Primavesi
A Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), criada em 2002 após o I Encontro Nacional de Agroecologia (ENA), busca reunir estas organizações a fim promover um intercâmbio de experiências que permita a construção de saberes mais sólidos e, com isso, fortalecer os movimentos agroecológicos.
fontes: Wikipedia.org e Yourownfood.org
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