A língua do pica-pau
A língua do pica-pau: Leonardo da Vinci já manifestava curiosidade sobre a peculiar língua do pica-pau e seus mecanismos. Há tempos cientistas sugerem que a longa língua teria o papel de amortecedores. Um novo estudo aponta que a explicação pode ser outra.
A língua do pica-pau e a proteção dos impactos
24/10/2022 :: via Revista Pesquisa Fapesp
Um pica-pau bica o tronco de uma árvore quase 20 vezes por segundo quando procura larvas e insetos para comer ou prepara um ninho. Apesar de tanto impacto, essas aves não parecem sofrer lesões cerebrais.
Como? Há meio século estudiosos sugerem que os ossos do crânio, esponjosos, ou a língua, bastante longa, fariam o papel de amortecedores. Um estudo liderado por Sam Van Wassenbergh, da Universidade de Antuérpia, na Bélgica, indica que a explicação pode ser outra.
Em 109 vídeos gravados em câmera lenta, ele e colaboradores rastrearam o movimento de pontos no bico e na cabeça de três espécies de pica-pau em ação.

Por que os pica-paus não têm dor de cabeça
Concluíram que, no impacto, o crânio sofre a mesma desaceleração que o bico. Ou seja, não há amortecimento, embora, a cada bicada, o cérebro, no choque com o crânio, sofra uma redução de velocidade três vezes superior à que provocaria concussão cerebral em humanos (Current Biology, 14 de julho).
O tamanho e o formato do crânio, porém, evitam que a pressão interna aumente a ponto de causar danos no cérebro.