Como o zika afeta o cérebro adulto
Como o zika afeta o cérebro adulto: Experimento feito em camundongos mostrou que o vírus pode infectar neurônios e causar perda de memória.
Como o zika afeta o cérebro adulto
Out/2019 :: por Carlos Fioravanti / Pesquisa FAPESP
O vírus zika pode infectar e se reproduzir em tecidos cerebrais de pessoas adultas, produzindo novas partículas virais capazes de infectar mais células nervosas.
A conclusão resulta de experimentos realizados na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com fragmentos de córtex que seriam descartados em cirurgias realizadas no Hospital Universitário. O trabalho, publicado em 5 de setembro na revista Nature Communications, amplia o alcance do vírus.
Em estudos anteriores, o vírus havia sido detectado apenas em neurônios em formação ou imaturos, em cérebros em desenvolvimento, como o de embriões, causando microcefalia e outras malformações neurológicas. “Vimos que o vírus pode infectar e se replicar também em neurônios maduros, de adultos, que pensávamos que fossem resistentes à infecção”, diz o bioquímico e neurocientista Sergio Teixeira Ferreira, pesquisador da UFRJ e coordenador desse trabalho.
Em consequência, ele acrescenta, “a infecção pelo vírus zika não é mais um problema apenas para grávidas e fetos, na medida em que pode causar danos relevantes também em adultos, que têm sido pouco acompanhados”.
Danos do zika no cérebro adulto
Para examinar as consequências da infecção pelo zika, a equipe da UFRJ injetou uma solução com o vírus purificado, obtido de um paciente brasileiro, diretamente no cérebro de camundongos adultos, comparando os resultados com o grupo controle, formado por animais que não receberam o vírus. Os animais infectados apresentaram perda de memória e problemas motores, mesmo depois de o organismo combater a infecção. As regiões do cérebro responsáveis pela aprendizagem, memória e controle motor foram os principais alvos da replicação do vírus.
Uma análise mais profunda indicou que o vírus causou uma inflamação intensa no cérebro de camundongos. Após detectarem o vírus, células de defesa intensificaram a produção de proteínas conhecidas como fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), que induzem a morte de células infectadas ou anormais. O TNF-α também ativa células de defesa residentes do cérebro chamadas micróglias.
>> Para saber mais, leia o artigo completo no site da Revista Fapesp >Danos do zika no cérebro adulto
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