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Resistência bacteriana

Resistência bacteriana: Encontrados na superfície de colchões, equipamentos médicos e celulares, microrganismos resistem à limpeza diária.

Resistência bacteriana

Out/2019 :: por Carlos Fioravanti / Pesquisa FAPESP

As bactérias parecem estar adaptadas às Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) dos hospitais, ambiente que deveria ser praticamente livre de agentes infecciosos por causa da gravidade da saúde de seus pacientes.

Introdução à Microbiologia
Louis Pasteur. Introdução à Microbiologia

Essa é a conclusão de um levantamento feito por pesquisadores do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP), centro de referência no atendimento médico na região. O trabalho identificou 138 gêneros de bactérias na UTI de adultos e 160 na UTI pediátrica do HC.

Os microrganismos foram encontrados em colchões, grades da cama, móveis, teclados de computadores e aparelhos como bombas de inalação, respiradores e telefones celulares das equipes médicas.

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Segundo o estudo, mesmo depois da adoção dos procedimentos de higienização, a maior parte das bactérias sobreviveu. Elas chegam às UTIs sobretudo de carona nas mãos das equipes médicas, dos pacientes e dos visitantes, apenas aparentemente limpas. Com 817 leitos gerais e 105 de UTI, o HC de Ribeirão Preto tem quase 6 mil funcionários e gerencia cerca de 35 mil internações por ano – quase 100 por dia.

Bactérias em UTI

A maioria das bactérias identificadas geralmente não causa nenhum problema de saúde em pessoas saudáveis, mas pode gerar sérias infecções nos pacientes em UTIs, normalmente com as defesas do organismo debilitadas.

Havia bactérias nas mãos de 60% da equipe médica de um hospital de Uberlândia

Resistência bacteriana
Streptococcus pneumoniae

O risco de infecções microbianas é até 10 vezes maior em UTIs do que nos outros setores de um hospital, segundo a Associação de Medicina Intensiva Brasileira. As mais comuns são as pneumonias e as infecções da corrente sanguínea e do aparelho urinário. Esse é um problema mundial, combatido com práticas de limpeza em permanente aprimoramento.

Não existem ainda parâmetros que indiquem se essa diversidade bacteriana nas UTIs do HC de Ribeirão Preto está acima ou abaixo do aceitável. “O risco de contaminação para os pacientes precisa ser estudado”, diz o infectologista Gilberto Gaspar, coordenador da comissão de controle hospitalar, que participou do estudo, publicado em agosto na revista Frontiers in Public Health. Seu argumento é que não se conhece a quantidade de bactérias necessária para causar uma infecção. “Vamos rever os métodos, a frequência e a eficiência da higienização”, assegura. O hospital não divulga as taxas de infecção nas UTIs para o público externo.

>> Para saber mais, leia o artigo completo no site da Revista Fapesp > Bactérias em UTI

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