Etnobotânica literária
“E era lá que o senhor podia estudar o juízo dos bandos de papagaios. O quanto em toda vereda em que se baixava, a gente saudava o buritizal e se bebia água estável. GSV pg. 372
Etnobotânica literária:
As plantas do livro Grande Sertão: Veredas na III Expedição Caminhos dos Geraes
por Fernando Tatagiba * :: No ano de 2007, a Seretaria do Meio Ambiente de Montes Claros (MG), em parceria com instituições públicas e privadas, realizou a terceira edição da Expedição Caminhos dos Geraes, que contou com quatro diferentes roteiros. Em seus mais de 900 km, o Roteiro Veredas visitou cidades, povoados, rios e veredas. Quem sabe, passamos pelas mesmas veredas que Riobaldo Tatarana e sua jagunçada?
Quem sabe não passamos pela Vereda-da-Vaca-Mansa-de-Santa-Rita, Vereda do Burití Pardo, Vereda-da-Vaca-Preta, os Buritis Altos, cabeceira de vereda, Vereda-do-Vitorino, Vereda do Alegre, Vereda Saco dos Bois, Veredas Tortas, Vereda-Funda, Vereda-Grande, Vereda do Ouriço-Cuim, Vereda-da-Aldeia, Veredas Mortas, Vereda-Meã, Vereda do Tamanduá-tão, com seus buritis altos e água donzela de branca, ou alguma das outras tantas sem nome nem fama, de água muito simplificada, que ganharam o mundo nas páginas de Guimarães Rosa.
Plantas úteis – Etnobotânica literária
Neste relato, são destacadas algumas plantas úteis, encontradas ao longo do Roteiro Veredas e que compõe o clássico Grande sertão: veredas , cuja narrativa abriga mais de uma centena diferentes espécies vegetais. São ervas, arbustos e árvores, nativas dos diversos ambientes do Cerrado e exóticas cultivadas em lavouras e quintais, de importância ecológica, econômica e cultural.
As plantas úteis são empregadas na alimentação, medicina, em jardins, como madeireiras, entre outras tantas serventias. Algumas dessas espécies figuram em listas oficiais de flora ameaçada, como a arnica e o pau-preto (braúna), outras foram imortalizadas na literatura dos sertões, como o pequi, o pau-d‘óleo, o jatobá e, é claro, o buriti.
Albuquerque (2005) define sucintamente etnobotânica como o estudo da inter-relação direta entre pessoas de culturas viventes e as plantas do seu meio. O autor fala, também, sobre uma etnobotânica histórica, baseada no tratamento e interpretação de documentos históricos sobre o uso das plantas, considerando a percepção do autor sobre o mundo vegetal. Aqui é apresentada uma nota de etnobotânica literária, baseada na análise das plantas utilizadas ou mencionadas pelos personagens de Grande sertão: veredas (Rosa, 2006) e observadas ao longo do Roteiro Veredas, da III Expedição Caminhos dos Gerais.
As plantas dos Caminhos dos Geraes/Roteiro Vereda
Das diversas espécies vegetais nativas registradas na expedição, destacamos dez que possuem importantes atributos ecológicos, econômicos e culturais, devendo ser levadas em consideração nas ações para a conservação da biodiversidade e/ou recuperação de áreas degradadas. Essas espécies exemplificam o potencial da flora nativa para a utilização na alimentação, medicina, fornecimento de madeira, fibras e outras formas que favoreçam as populações locais, em uma perspectiva de manejo economicamente viável e ambientalmente sustentável.
São destacados buriti, pequi, jatobá-do-cerrado, macaúba, janipapo, imburana, arnica-do-campo, ingá, copaíba (pau-d’óleo) e tamboril. Observaremos como passagens de Grande sertão: veredas revelam particularidades dessas plantas e sua interação com as pessoas do sertão norte mineiro.
1 • Buriti (Mauritia flexuosa L.f.) – Etnobotânica literária
“O senhor escute: o buriti é das margens, ele cai seus cocos na vereda – as águas levam – em beiras, o coquinho as águas mesmas replantam; daí o buritizal, de um e do outro se alinhando, acompanhando, que nem que por um cálculo.” GSV pg. 377.
No bioma Cerrado é a espécie que caracteriza as veredas, marcante fitofisionomia da região, ocorrendo também em matas de galeria e ciliares, podendo formar densos buritizais. Para além dos domínios do Cerrado, corre em toda a Amazônia e Pantanal, sobre solos mal drenados, em áreas de baixa altitude até 1000m, sendo considerada a palmeira mais abundante do país (Lorenzi et al . 2004) .
De longe, a espécie mais citada na obra de Guimarães Rosa, o buriti é utilizado para as mais diversas finalidades pelo povo do sertão, dele se obtém abrigo, alimento e até mesmo transporte. As seguintes passagens de Grande sertão: veredas dão uma dimensão do potencial de utilização e da ecologia do buriti.
Frases com o buriti no Grande Sertão: Veredas
“O Senhor estando lembrado: aqueles cinco, soturnos homens, catrumanos também, dos Gerais, cabra do Alto-Urucúia. Os primeiros que com Zé Bebelo tinham vindo surgidos, e que com ele desceram o Rio Paracatú, numa balsa de talos de burití.” GSV 496.
“Topar um vivente é que era mesmo grande raridade. Um homenzinho distante, roçando, lenhando, ou uma mulherzinha fiando a estriga na roca ou tecendo em seu tear de pau, na porta de uma choça, de burití toda. Outro homem quis me vender uma arara mansa, que a qual falava toda palavra que tem á. […] GSV 382.
“… amarelos de tanto comer só polpa de buriti , e fio que estavam bêbados, de beber tanta saêta.” (…) “… e um porongo pendurado a tiracol por uma embira …” GSV 384.
“A coragem que não faltasse; para engulir, a pôlpa de buriti e carnes de rês brava.” GSV 448.
“ Pois, várias viagens, ele veio ao Curralinho, vender bois e mais outros negócios – e trazia para mim caixetas de doce de buriti ou de araticúm , requeijão e marmeladas .” GSV 115.
“… queria era só mesma Otacília, minha vontade de amor. Mas, com um significado de paz, de amizade de todos, de sossegadas boas regras, eu pensava: nas rezas, nas roupagens, na festa, na mesa grande com comedorias e doces; e, no meio do solene, o sôr Amadeu, pai dela, que apartesse – destinado para nóis dois – um buritizal em dote, conforme o uso dos antigos.” GSV 197.
“Ao menos alguém fungou e me cutucou, era o Preto Mangaba, mandado guarnecer ali, comigo junto. Preto Mangaba me oferecia dum pão de doce-de-burití, repartia, amistoso. Eu então me alembrei de que estava com fome.” GSV pg. 326
“Cabeça de um se bolou, redondamente, feito um coco, por cima da palha de burití que cobria a casa do vaqueiro.” GSV 336.
“Dum geralista roto, ganhamos farinha-de-burití, sempre ajudava. E seguimos o corgo que tira da Lagoa Sussuarana, e que recebe o do Jenipapo e a Vereda-do-Vitorino, e que verte no Rio Pandeiros.” GSV 55.
No Parque Estadual da Serra do Cabral foi observado grande número butiris, compondo veredas em bom estado de conservação. Entre Coração de Jesus e Lagoa dos Patos a expedição passou por uma vereda morta (ou moribunda), onde a vegetação está dando lugar aos cactos e faveiras, sendo observada alta mortalidade de buritis jovens.
2 • Pequi (Cariocar brasiliense Cambess.)– Etnobotânica literária
“Milho crescia em roças, sabiá deu cria, gameleira pingou frutinhas, o pequí amadurecia no pequizeiro e a cair no chão, veio veranico, pitanga e cajú nos campos.” GSV 303
Trata-se de uma das espécies mais tradicionalmente utilizadas por populações em toda área de abrangência do bioma Cerrado.
Seu emprego se dá na alimentação, medicina popular, indústrias de alimentos e cosméticos, na obtenção de madeira, entre outros. O alto valor utilitário e forte identidade com a cultura regional tem tornado o pequizeiro alvo de proteção e deferência oficial.
“O fumo de pitar se acabando repentino na algibeira de uns e outros – bondade dos companheiros era que acudia. E deu daquele vento trazedor: chegou chuva. A gente se escondendo, divididos, em baixo dos pequizeiros, que tempesteava.” […] “E a gente ia, recomeçando, se andava, no desânimo, nas altas campinas.” GSV 372
Após publicação da Portaria Federal 54, em março de 1987, do antigo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), hoje Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), fica proibido o corte e comercialização de madeira do pequizeiro em todo o território nacional (Ribeiro, 2003; Wernek, 2001 apud Santos et al. ) Sua madeira, de excelente qualidade, está entre as menos susceptíveis ao ataque por cupins de madeira seca, tais como o Cryptotermis brevi, o mais importante do Brasil, em termos econômicos (Gonçalves e Oliveira 2006).
Proteção – Etnobotânica literária
O Decreto Nº. 14.783/1993 do Governo do Distrito Federal, entre outras medidas, torna imunes ao corte, além do pequi, o buriti (Mauritia flexuosa), copaíba (Copaifera langsdorffii) , cagaita (Eugenia dysenterica), sucupira-branca (Pterodon pubescens) , todos os ipês (Tabebuia spp.), entre outras espécies do Cerrado, consideradas Patrimônio Ecológico.
No ano de 2001, em concurso realizado pelo Instituto Estadual de Florestas-MG, o pequizeiro foi eleito “Árvore Símbolo do Estado de Minas Gerais”. Há dezessete anos é realizada em Montes Claros , no norte do estado, a Festa Nacional do Pequi , ocasião em que moradores da região festejam o Cerrado, sob o signo desta importante espécie. Foram observados pequizeiros em diversos pontos do roteiro, assim como em muitos pousos éramos recebidos com refeições a base de pequi, arroz e frango, um dos mais típicos pratos da região.
Na vereda morta, entre Coração de Jesus e Lagoa dos Patos, foi observado fruto de pequi com larva de inseto. Segundo o engenheiro florestal Rinaldo José de Souza, supervisor do Escritório Regional Alto Médio São Franciso do IEF-MG, a supressão da vegetação tem aumentado a incidência de ataque destes insetos, comprometendo a produção de frutos do pequi, que caem prematuramente e perdem valor comercial. Em face da importância do pequi na economia e cultura da região, o tema merece atenção de instituições de ensino/pesquisa, como a Embrapa, universidades, escolas técnicas, entre outras.
“De como, no prazo duma hora só, careci de ir me vendo escorando rifle (…)
trepado em jatobá e pequizeiro, deitado no azul duma lage grande.” GSV 230.
3 • Jatobá-do-cerrado (Hymenaea stigonocarpa Mart.)
Arvoreta ou árvore de até cerca de 12 metros de altura, amplamente utilizada por todas as populações tradicionais do bioma Cerrado. Ocorre em cerrados e cerradões e mesmo sem flores pode ser facilmente identificada pelas suas folhas, alternas e compostas por dois folíolos.
A farinha extraída de seus frutos tem alto valor nutricional, sendo ideal para enriquecer biscoitos, pães, bolos e vitaminas. É atualmente comercializado na forma de sorvetes e picolés, ou ao natural, em feiras e supermercados.
Pudemos observar jatobás ao longo de todo o roteiro, com destaque para dois belos exemplares em Curimataí, que podem servir como matrizes, em programas de coleta de sementes. (mais em Jatobá-do-cerrado)
4 • Arnica-do-campo (Lychnophora spp.)
São muitas as espécies de arnica (Lychnophora spp.) utilizadas popularmente para o tratamento de contusões, pancadas, como cicatrizante e para mistura com cachaça. A perda de habitat e a coleta predatória fizeram com que mais de 20 espécies de arnica fossem incluídas na lista de espécies ameaçadas de Minas Gerais (Deliberação COPAM 085/97), sendo algumas consideradas criticamente em perigo e outras provavelmente extintas .
A Serra do Cabral abriga espécie de arnica-do-campo, bem como outras altamente vulneráveis, sendo uma das áreas prioritárias para ações de conservação, na região visitada pela expedição.
“Aí foi curto fogo, mas eu levei uma bala, de raspaz, na carne do braço, perdi muito sangue. Raimundo Lé banhou com casca de angico, na hora melhorei; Diadorim amarrou bem, com pano duma camisa rasgada. Apreciei a delicadeza dele.” […]
“Uns recomendavam arnica-do-campo , outros aconselhavam emplastro de bálsamo , com isso rente se sarava. Aí Raimundo Lé garantiu cura com erva-boa . Mas onde que erva-boa se ia achar?”
5 • Ingá (Inga spp.)
Ocorrendo tipicamente em beiras de rios, apresenta crescimento rápido e seus frutos são apreciados por aves, mamíferos e até mesmo peixes.
Produz substância atrativa de formigas em glândulas localizadas nas folhas (nectários extraflorais).
As formigas exercem certa proteção contra eventuais herbívoros e fitófagos. Estas características tornam as diversas espécies de ingá adequadas a recuperação de matas ciliares e de galeria degradadas.
Foram observados ingazeiros em beiras de rios e córregos, ao longo de todo o roteiro, como no Pacuí, Preto e Jequitaí
“O mundo estava vazio. Boi e boi. Boi e boi e campo. Eu tocava seguindo por trilhos de vacas. Atravessei um ribeirão verde, com os umbuzeiros e ingazeiros debruçados – e ali era vau de gado.
“Quanto mais eu ando, querendo pessoas, parece que entro mais no sozinho do vago…” – foi o que pensei na ocasião.” GSV 288.
6 • Copaíba ou pau-d’óleo (Copaifera langsdorfii Desf.)
Árvore de excelente madeira e reconhecido valor medicinal. Produz um óleo que é utilizado por populações indígenas e tradicionais de todo o bioma Cerrado e em toda a Amazônia, como cicatrizante, bactericida, antiinflamatório e febrífugo.
Na expedição, foi observada em São João da Vereda, Lagoa dos Patos, Claro dos Poções e em alguns pontos ao longo dos caminhos, como às margens do rio Preto.
“E o canoeiro me contradisse: – “Essa é das que afundam inteiras. É canoa de peroba. Canoa de peroba e de pau-d’óleo não sobrenadam…” Me deu uma tontura. O ódio que eu quis: ah, tantas canoas no porto, boas canoas boiantes, de faveira ou tamboril, de imburana, vinhático ou cedro, e a gente tinha escolhido aquela… Até fosse crime, fabricar dessas, madeira burra!” GSV pg. 106.
7 • Tamboril (Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong)
Espécie de árvore que atinge grande porte nas florestas ciliares e de galeria do bioma Cerrado. Madeira de boa qualidade utilizada para diversas finalidades, da construção de canoas à violas de cocho. Ideal para utilização em arborização de praças.
A produção de mudas é facilmente realizada com plantio de sementes, que apresentam boa taxa de germinação quando escarificadas (lixadas).
Foram observados alguns belos exemplares de tamboril ao longo do roteiro, como São João da Vereda, Lagoa dos Patos e Jequitaí
8 • Imburana ou Umburana (Amburana cearensis (Allemao) A. C. Sm.)
Além de servir para a fabricação de “canoas boiantes”, sua excelente madeira é empregada na confecção de móveis e tonéis, como os encontrados no local de produção da tradicional cachaça Providência, em Buenópolis.
A cachaça acompanha o sertanejo, na cultura da festa, do luto, na lida diária. Sua melhor produção se utiliza de nobres madeiras, como imburana, bálsamo, jequitibá, tamboril, entre outras. Está cada vez mais difícil encontrar árvores destas espécies, com porte tal que possam oferecer madeira para a confecção de tonéis como os de Buenópolis, verdadeiras relíquias da abundância da vegetação local.
“Diadorim tanto empalidecesse; ele pediu cachaça. Tomou. Todos tomamos. Titão Passos não queria ter as lágrimas nos olhos.” GSV 298
9 • Jenipapo (Genipa americana L.)
Seus frutos são utilizados na fabricação de licor tradicional; a polpa é utilizada por povos indígenas para obter a coloração negra em pintura corporal. Foram observados jenipapeiros em matas ciliares e um pelo exemplar em Curimataí.
“… Por sinal que armei a rede por entre cajueiro e jenipapeiro , perto dos currais, e, para o segundo sono, mudei de rearmar, de faveira para faveira, lá para dentro duma cerca.” GSV 460
10 • Macaúba (Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd. ex Mart.)
De grande utilidade na alimentação humana e animal. Frutos com alto teor de gordura, com a qual se fabrica sabão. O porte elevado torna a macaúba propícia para a arborização pública, na forma de agrupamentos ou ladeando avenidas e ruas.
A macaúba foi observada em diversos trechos do roteiro, como São João da Vereda, São João da Lagoa, Lagoa dos Patos, entre outros.
“A quase meio-rumo de norte e nascente, a quatro léguas de demorado andamento, tinha uma venda de roça, no começo do cerradão. Vendiam licôr de banana e pequí , muito forte, geléia de mocotó, fumo bom, marmelada , toucinho. […] A gente outorgava a ele o dinheiro, cada um encomendava o que queria. Diadorim mandou comprar um quilo grande de sabão de coco de macaúba , para se lavar o corpo.” GSV 294
“Reprazia, para mim, um dia reverter para o rio das Velhas, cujos campais de gado, com o coqueiral de macaúbas , meio do mato, sobre morro, e o grande revôo baixo da nhaúma, e o mimoso pássaro que ensina carinhos – o manuelzinho-da-crôa… Diadorim, eu gostava dele?” GSV 466.
Considerações finais – Etnobotânica literária
Além das espécies destacadas neste artigo, foram observadas diversas outras de tradicional utilização pela população sertaneja. Muitas delas compõem o universo da jagunçada do livro Grande sertão: veredas. Entretanto, a maior parte das plantas foi observada isolada, em um contexto de franca deterioração de seus ambientes naturais.
Apesar desta riqueza disponível pelo Cerrado ao povo sertanejo, pudemos constatar um quadro de drástica redução de áreas bem conservadas ao longo da expedição.
Entre os danos ao patrimônio natural e cultural, observamos uma vereda morta por um conjunto de fatores, tais como traçado inadequado de rodovia, sucessivas barragens, pastoreio e pisoteio de gado e fogo em alta frequência; pichações sobre pinturas rupestres; vastas áreas de vegetação natural dando lugar a monoculturas de grãos e árvores exóticas, belas cachoeiras degradadas pelo uso público inadequado e pelo acesso do gado.
A obra de Guimarães Rosa tem sido verdadeira embaixadora dos Geraes, tendo fomentado a origem de um sem número de projetos voltados à promoção da cultura, natureza e pessoas da região. Contudo, é longo o caminho a ser percorrido para que o capital natural da região seja amplamente considerado e incorporado às políticas públicas e aos projetos econômicos da iniciativa privada.
Em um contexto de altas taxas de desmatamento no Cerrado, é urgente que haja mais energia nas estratégias de conservação do patrimônio natural do bioma, em especial por meio da promoção do uso sustentável de espécies vegetais nativas.
Tais espécies podem ser a base de uma economia envolvendo paisagismo, arborização pública e privada, alimentação humana e animal, aproveitamento madeireiro, entre tantas outras formas de utilização. Antes que seja tarde.
* Artigo originalmente publicado no Biólogo em 26/8/2009
Referências Bibliográficas:
Albuquerque, U. P. de. 2005. Introdução à Etnobotânica. 2ª Ed. Editora Interciência. Rio de Janeiro.
Gonçalves, F.G & Oliveira, J.T.da S. 2006. Resistência ao ataque de cupim-de-madeira-seca (Cryptotermis brevis) em seis espécies florestais. Cerne, v.12, n.1, p. 80-83. Lavras.
Governo do Distrito Federal 1993. Dereto N o 14.783 de 17 de junho de 1993.
Lorenzi, H. et al., 2004. Palmeiras Brasileiras e Exóticas Cultivada s. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum.
Minas Gerais, 1997. Lista das Espéies Vegetais Ameaçadas de Extinção da Flora do Estado de Minas Gerais. Deliberação COPAM 085/97 .
Rosa, J.G. 2006. Grande Sertão: veredas . 1.ed. – Rio de Janeiro, Nova Fronteira, (Biblioteca do Estudante).
Santos, B. R. et al . Pequizeiro (Caryocar brasiliense Camb.): uma espécie promissora do Cerrado brasileiro. Boletim Técnico no.64, Ed. UFLA. (acessado em 30/07/2009)
Tatagiba, F. C. P. Buriti (Mauritia flexuosa L.f.). https://biologo.com.br/bio/buriti/ (acessado em 30/07/2009)
Tatagiba, F. C. P. Pequi (Cariocar brasiliense camb.). https://biologo.com.br/bio/pequi/ (acessado em 16/06/2009)
Fernando Tatagiba, Msc. tatagiba@biologo.com.br – Biólogo/botânico :: Plantas do Cerrado
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