Ariranha
A ariranha: A Pteronura brasiliensis é uma espécie de mamífero mustelídeo, típica do Pantanal e da bacia do Rio Amazonas, na América do Sul. Está em perigo de extinção e a principal ameaça é o desmatamento e a destruição do seu habitat.
Ariranha
14/10/2020 :: Por Josué Fontana.
A ariranha é a maior espécie da subfamília Lutrinae (lontras) e pode chegar a medir quase 2 metros de comprimento.

É claramente distinta das demais lontras pelas aparência e comportamento. A ariranha é a única espécie do gênero Pteronura. Duas subespécies são reconhecidas pelo Mammal Species of the World: P. b. brasiliensis e P. b. paraguensis.
Os machos são geralmente mais pesados que as fêmeas (até 34 kg). O peso varia de 32 a 45,3 quilogramas para machos e de 22 a 26 kg para fêmeas.
A espécie apresenta olhos relativamente grandes, orelhas pequenas e arredondadas, patas curtas e espessas e cauda comprida e achatada.

Os dedos das patas estão ligados por membranas interdigitais que facilitam a natação. A pelagem é espessa, de textura aveludada e cor escura, exceto na zona da garganta onde apresentam uma mancha branca.
Outros nomes: onça-d’água, lontra-gigante e lobo-do-rio
A ariranha é o maior membro da família Mustelidae em comprimento. Os machos possuem de 1,5 a 1,8 metros de comprimento e as fêmeas, de 1,5 a 1,7 metros.
Alimentam-se principalmente de peixes. Elas vivem e caçam em grupos que podem chegar até dez indivíduos. No seu habitat, as ariranhas adultas são predadores de topo da cadeia alimentar.
Ameaças à conservação da ariranha
As enormes queimadas registradas em 2020 no Brasil, bem como o alarmante desmatamento agravaram a situação desses animais que já estavam ameaçados.

Além da destruição do seu habitat as lontras enfrentam muitas outras ameaças. A poluição dos rios é uma delas: agrotóxicos, resíduos industriais e mercúrio, usado no garimpo envenenam as ariranhas. Isso porque estas se alimentam de peixes contaminados.
Há ainda algumas perdas devidas à caça. Em 1975, o Brasil aderiu a uma convenção internacional que proibia o comércio de espécies ameaçadas. Desde então, por todo o mundo, a demanda por peles de animais diminuiu, permitindo que as ariranhas começassem a se recuperar.
Estudos:
- Duplaix, N., Waldemarin, H.F., Groenedijk, J., Munis, M., Valesco, M. & Botello, J.C. (2008). Pteronura brasiliensis (em Inglês).
- Liddell, Henry George e Robert Scott (1980). A Greek-English Lexicon (Abridged Edition). Reino Unido: Oxford University Press.
- Wozencraft, W.C. (2005). Wilson, D.E.; Reeder, D.M. (eds.), ed. Mammal Species of the World
- A caça predatória na Amazônia e a recuperação das ariranhas do rio Negro. Como o comércio de peles impactou as populações de lontras neotropicais e ariranhas no século XX.