ComportamentoVídeosZoologia

Ecologia Comportamental

A Ecologia Comportamental é a área da biologia que procura estudar as bases ecológicas e evolutivas de um comportamento

Ecologia Comportamental

O comportamento dos animais, sua organização social, modo de obter alimento, comportamento reprodutivo e mecanismos de defesa, estão sujeitos à seleção natural tanto quanto sua anatomia, afinal, o comportamento de um animal é uma estratégia de sobrevivência mais evidente do que as estruturas que ele apresenta.

comportamento animal
Comportamento Animal

Krebs e Davies (1981) definem a ecologia comportamental como o estudo do valor de sobrevivência do comportamento.

Eles vinculam o comportamento às condições ecológicas em que o animal vive e visualizam o comportamento como uma resposta aos limites e às exigências daquelas condições ecológicas.

Então, a ecologia comportamental trata sobre a função dos comportamentos que terão consequências sobre a sobrevivência e reprodução dos organismos.

Vídeo: Comportamento Animal

Como exemplo, uma população de primatas. Eles vivem em grupos sociais. A razão funcional para a vida em grupo pode ser a de que, dessa forma, os indivíduos tem uma maior proteção contra predadores, aumentando o valor de sobrevivência. A razão mecanicista está relacionada ao modo como os indivíduos se reconhecem e interagem uns com os outros, formando laços sociais que os mantêm juntos.

Reserva brasileira é destaque na Netflix
Reserva brasileira é destaque na Netflix. Típicos da Mata Atlântica, tangarás fazem dança pré-nupcial para conquistar a fêmea. Créditos: Silverback/Netflix

É evidente que os comportamentos têm consequências sobre o sucesso reprodutivo de um indivíduo, porém, o mesmo não pode ser dito sobre o âmbito de controle genético, assunto ainda controverso.

Em um extremo existe a opinião de que cada comportamento é controlado por um único gene, que exerce controle direto. No outro extremo há a opinião de que os comportamentos são aprendidos e não controlados por genes, fazendo relação principalmente ao comportamento humano (Foley, 1993).

No entanto, entre esses dois extremos existem várias outras possibilidades. É improvável que o processo de aprendizagem faça sentido numa população com prazo de vida curto, que vivem em ambientes fixos e previsíveis. Porém em animais de maior porte, sociais e complexos, como muitos mamíferos, é quase inverossímil que apenas o controle genético seria o suficiente para promover a ampla e diversificada variação de comportamentos (Foley, 1993).

Interações: Ecologia Comportamental

Deve-se, então, supor que ocorram interações entre aprendizado e controle genético. Segundo Maynard Smith (1983), o melhor modelo para isso talvez seja o jogo, onde existem regras que resumem o objetivo básico e as relações e a partir dessas regras o jogador é capaz de desenvolver a melhor possibilidade para cada situação.

Apis mellifera - Matemática das abelhas
Matemática das abelhas. Apis mellifera

Esse conjunto de regras seria definido pela genética do indivíduo, por meio das quais podem ser seguidas as estratégias comportamentais.

Em resumo, com essas regras o indivíduo esta apto a começar a “jogar o jogo”, mas pode também aprender através das experiências obtidas durante a vida (Passingham, 1982; Layton e Foley, no prelo). Então, a seleção irá operar não sobre o próprio comportamento verdadeiro, mas sobre as “regras” pelas quais esse comportamento foi determinado.

Dessa forma, podemos concluir que o comportamento pode exercer um papel importante na evolução de um organismo e em suas adaptações. Isto é de particular importância nos estudos da ecologia evolutiva e podemos dizer que não só as adaptações comportamentais foram decisivas, como também é provável que esses comportamentos não se encontrem sob controle genético direto e simples.

Comentários do Facebook