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Cachorro-vinagre, canídeo do Brasil quase ameaçado 

Cachorro-vinagre, canídeo do Brasil: o cachorro-vinagre (Speothos venaticus) está presente em grande parte do Brasil e outros países da América do Sul e Central. Todavia, as populações tem declinado e a espécie encontra-se listada como “quase ameaçada” pela IUCN.artigo original www.biologo.com.br

Cachorro-vinagre, canídeo do Brasil quase ameaçado 

22/6/2022 ::  por Marco Pozzana, biólogo

Encontrados desde a Costa Rica e Equador na América Central e em grande parte da América do Sul, incluindo Brasil, Bolívia e Paraguai, esses canídeos habitam principalmente florestas de várzea de até 1900 metros de altitude.

 cachorros-vinagre
Cachorros-vinagre dormem em contato. © Carlos Delgado

No entanto esta espécie conseguiu se adaptar em condições muito diversas, como savanas úmidas e outros habitats próximos a rios, podendo ser encontrados em ambientes mais secos, como cerrados e pastagens abertas. 

São caçadores diurnos, de dieta exclusivamente carnívora, predando o tatu-galinha (Dasypus novemcinctus), a paca (Agouti paca) e animais como cutias, capivaras, e grandes roedores como presas típicas. Caçam normalmente em pequenos grupos, mas também podem caçar sozinhos.

Outros nomes: cachorro-do-mato-vinagre, aracambé, jaguacininga, jaguaracambé, janauíra ou januaíramas

Os animais adultos têm pelo castanho-amarronzado longo e macio, de tom avermelhado mais claro na cabeça, pescoço e dorso, enquanto a parte de baixo é escura, às vezes com uma mancha mais clara na garganta. Indivíduos mais jovens, no entanto, têm pêlo preto em todo o corpo.

Animais inteligentes, desenvolvem estratégias de caça sofisticadas, como quando parte da matilha persegue a caça em terra e outra parte a espera na água, montando emboscadas. São capazes de subjugar presas muito maiores, como queixadas e emas. Uma matilha de seis cães foi relatada caçando uma anta de 250 kg. 

Cachorro-vinagre, canídeo do Brasil quase ameaçado 
Speothos venaticus (Lund, 1842) © Josh More
Conservação

De acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), encontra-se quase ameaçada. Entre os problemas para a conservação destaca-se a destruição e degradação do seu habitat. 

Doenças como a raiva, parvovirose (doença causada pelo parvovírus, que acomete filhotes e adultos) e sarna sarcóptica, transmitidas por animais domésticos, são outros desafios complexos. 

Dados de fragmentos florestais na Amazônia demonstram que o cachorro-vinagre precisa de grandes áreas florestais e que é pouco provável que consiga persistir fora de áreas de floresta contínua (Michalski & Peres 2005; Michalski 2010).

Existem três subespécies reconhecidas: o Cachorro-vinagre-sul-americano (Speothos venaticus venaticus); o Cachorro-vinagre-panamenho (Speothos venaticus panamensis) e Cachorro-vinagre-do-sul (Speothos venaticus wingei).

Fontes e referências:

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