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Floresta amazônica e mudanças climáticas

Floresta amazônica e mudanças climáticas: Falta de fósforo pode afetar reação da floresta amazônica às mudanças do clima. Experimento pretende usar torres de 30 metros que emitam gás carbônico para testar a reação das árvores.

Floresta amazônica e mudanças climáticas

Ago/2019 :: por Rafael Garcia  / Pesquisa FAPESP

Dentre os diversos fatores que influenciarão o modo como a Amazônia vai reagir às mudanças climáticas está a escassez do elemento fósforo na floresta. Esta foi a conclusão de um estudo que realizou simulações usando 14 modelos computacionais de vegetação para entender o que acontecerá com as árvores da região.

Queimadas na Amazônia
Queimadas na Amazônia. Foto: Mario Tama

Em artigo publicado na revista Nature Geoscience  (5/8), um grupo de pesquisadores liderado pelo ecólogo David Lapola, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), mostra que o solo pobre em fósforo da floresta pode impedir as árvores de reagir ao aumento de gás carbônico atmosférico associado às mudanças climáticas.

Calcular qual será a reação da cobertura vegetal com a mudança do clima é um dos pontos centrais para estimar o impacto do aquecimento global no Brasil. Uma possibilidade considerada pelos pesquisadores é a de que, submetida a estresse hídrico, a floresta tende a encolher, dando espaço para o avanço de uma vegetação mais típica de Cerrado.

A hipótese da “savanização”, como ficou conhecida, perdeu um pouco de força depois que alguns experimentos em regiões temperadas mostraram que plantas podem ser capazes de superar as dificuldades a serem impostas pela mudança climática.

Simulações – Floresta amazônica e mudanças climáticas

O futuro da Amazônia
O futuro da Amazônia

Apesar de as simulações preverem um ambiente mais inóspito para muitas espécies de árvores nas próximas décadas, a maior concentração de gás carbônico (CO2) no ar – uma das causas do aquecimento global – traz algo de bom para as espécies vegetais. O carbono é um dos principais elementos com o qual as plantas constroem a si próprias, e uma concentração maior disponível na atmosfera poderia ajudá-las a crescer sem gastar muita energia.

Uma classe de experimentos chamada Free-Air Carbon Dioxide Enrichment (Face) indicou que, nas florestas de clima temperado, esse efeito benéfico do CO2 provavelmente vai ajudar árvores a se adaptarem ao novo clima que enfrentarão. Para saber se essa premissa é válida também para florestas tropicais, um consórcio internacional liderado pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) planejou um experimento similar a ser realizado ao norte de Manaus.

Floresta amazônica e mudanças climáticas
by NASA.gov

A proposta do Amazon-Face consiste essencialmente em borrifar um grande volume de CO2 sobre algumas parcelas de floresta para estudar como as árvores ali reagem a uma maior concentração de carbono no ar. Ainda em fase de implementação, o experimento requer grande preparo, sobretudo o conhecimento de como a floresta se comporta em condições naturais.

Foi em busca de fatores que podem influenciar mais a reação da floresta à mudança climática que pesquisadores do projeto decidiram simular em computador a dinâmica do fluxo de carbono e nutrientes das árvores. No caso, computaram o ciclo de carbono, fósforo e nitrogênio para entender quais medições serão as mais importantes na futura interpretação dos experimentos.

>> Para saber mais, leia o artigo completo no site da Revista Fapesp > Falta de fósforo pode afetar reação da floresta amazônica às mudanças do clima

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