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Jennifer Doudna

Jennifer Doudna é uma renomada bióloga americana, famosa pelo estudo pioneiro na edição de genes, que a levou a ganhar o Prêmio Nobel de Química de 2020, juntamente com Emmanuelle Charpentier.artigo original www.biologo.com.br

Jennifer Doudna e a edição de genes

14/6/2021 ::  Por Josué Fontana

Edição de genoma é uma prática na engenharia genética que permite inserir, substituir ou remover o ADN de um genoma fazendo uso da “tesoura molecular”, ou seja, nucleases modificadas artificialmente. A edição do genoma baseia-se no conceito de reparação de mecânica do DNA fita dupla pausa (DSB).

Jennifer Doudna e a edição de genes
Jennifer Doudna e a edição de genes

Nesta técnica Doudna foi pioneira com sua colega francesa Emmanuelle Charpentier. O sistema CRISPR-Cas9, desenvolvido por elas, abriu caminho para múltiplas aplicações — desde biologia celular, pesquisa de plantas e animais.  Outros usos já incluem tratamentos para doenças como anemia falciforme, fibrose cística, doença de Huntington e HIV.

A descoberta: CRISPR-Cas9

Doudna foi apresentada ao CRISPR por Jillian Banfield, que encontrou Doudna pesquisando no Google por “RNAi and UC Berkeley” — o nome de Doudna apareceu no topo da lista.

Tesoura genéticaEm 2012, Doudna e seus colegas fizeram uma nova descoberta que reduz o tempo e o trabalho para editar o DNA genômico. O advento se deve a proteína Cas9, presente no sistema imunológico “CRISPR” da bactéria Streptococcus que coopera com o RNA guia e funciona como uma tesoura. A proteína se conecta ao DNA dos vírus, e a corta, evitando que infecte a bactéria. 

Ela e Emmanuelle mostraram pela primeira vez que poderiam usar diferentes RNAs para programá-lo para cortar e editar diferentes DNAs.

Desde então, Doudna tem sido uma figura importante na assim chamada “revolução CRISPR” por seu trabalho fundamental e liderança no desenvolvimento da edição de genoma. 

Emmanuelle Charpentier e Jennifer Doudna: as primeiras a propor que o CRISPR-Cas9 (enzimas de bactérias que controlam a imunidade microbiana) poderia ser usado para edição de genomas, uma das descobertas mais significativas na história da biologia. 

À medida que o CRISPR se torna cada vez mais usado, Doudna continua a ser chamada para opinar na ética de mudar a função de um organismo usando a tecnologia.

Carreira

Além da descoberta do CRISPR, Doudna descobriu que o vírus da hepatite C usa uma estratégia incomum para sintetizar proteínas virais. Este trabalho pode levar a novos medicamentos para interromper as infecções sem causar danos aos tecidos do corpo.

Doudna cresceu no Havaí. Ela se formou no Pomona College em 1985 e obteve um Ph.D. da Harvard Medical School em 1989.

Além de sua cátedra na UC Berkeley, também é presidente do conselho do Innovative Genomics Institute, cientista do Lawrence Berkeley National Laboratory, pesquisadora sênior no Gladstone Institutes e professora adjunta de farmacologia celular e molecular da University of California, San Francisco.

Meninas na ciência
Meninas na ciência

Para lidar com a pandemia da COVID-19 Doudna organizou um esforço mundial no uso de tecnologias baseadas em CRISPR, criando com outros cientistas um centro de testes de diagnóstico de COVID-19 . Este centro processa mais de 1.000 amostras de pacientes por dia. Os testes são mais rápidos e menos caros do que os baseados em qRT-PCR.

Hoje Doudna é professora titular no Departamento de Química e no Departamento de Biologia Molecular e Celular da Universidade da Califórnia. Ela é pesquisadora do Howard Hughes Medical Institute desde 1997. 

Saiba mais em: Tesoura genética

Prêmios e conquistas:

1999: William O. Baker Award for Initiatives in Research da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos; 2000: Prêmio Alan T. Waterman; 2001: Prêmio Eli Lilly de Química Biológica; 2002: Membro da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos; 2003: Membro da Academia de Artes e Ciências dos Estados Unidos; 2014: Prêmio Dr. Paul Janssen de Pesquisa Biomédica (com Emmanuelle Charpentier); 2014: Prêmio Gabbay (com Feng Zhang e Emmanuelle Charpentier); 2015: Breakthrough Prize in Life Sciences; 2016: Prêmio de Bioquímica e Biofísica A.H. Heineken; 2020 – Prêmio Wolf de Medicina (com Emmanuelle Charpentier); 2020 – Prêmio Nobel de Química

Fontes e referências:
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