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Mosquitos aliados contra a dengue

Mosquitos aliados contra a dengue: Os mosquitos aliados do projeto Eliminar a Dengue: Desafio Brasil (ED Brasil), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), chegam a mais 14 bairros da Zona Norte do Rio.

Nessa etapa de liberação de Aedes aegypti com Wolbachia estão incluídos os bairros Bonsucesso, Brás de Pina, Complexo do Alemão, Manguinhos, Olaria, Penha, Penha Circular, Ramos, Colégio, Irajá, Vicente de Carvalho, Vila da Penha, Vila Kosmos e Vista Alegre.

Mosquitos aliados contra a dengue no Rio

Zika vírus prejudica células do cérebro fetal humano
Aedes aegypti. Zika vírus prejudica células do cérebro fetal humano

05/02/2018 :: O trabalho consiste na liberação de Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia em pontos pré-determinados com o objetivo de que esses mosquitos, que  têm a capacidade reduzida de transmitir dengue, zika e chikungunya, se reproduzam com os mosquitos de campo e gerem Aedes com a mesma característica.

A liberação é feita de carro, por técnicos da Fiocruz e, em determinadas localidades, conta com o apoio de Agentes de Vigilância em Saúde (AVS) da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, que fazem a liberação a pé.

Nessas localidades atendidas na etapa atual vivem mais de 600 mil pessoas. Para que o monitoramento das atividades seja possível, o ED Brasil conta com o apoio de anfitriões de armadilhas de mosquito. São moradores, comerciantes e donos de estabelecimentos que, voluntariamente, hospedam o equipamento e mantém o compromisso de, semanalmente, receber os técnicos do EB Brasil que fazem a coleta dos mosquitos capturados. O ED Brasil conta com 645 anfitriões de armadilha.

Liberação de mosquitos aliados avança na Zona Norte do Rio

Doenças transmitidas por mosquitos

Nos laboratórios da Fiocruz, esse material passa por uma análise que utiliza técnicas de biologia molecular para identificar a presença da Wolbachia nos Aedes aegypti. Por meio desse acompanhamento, é possível verificar a evolução da população de mosquitos aliados em relação aos mosquitos de campo, que não possuem a Wolbachia.

O trabalho de liberação de mosquitos aliados no ambiente dura dez semanas. Concomitantemente, a equipe de Engajamento Comunitário do ED Brasil atua nos 21 bairros da Zona Norte que, ainda neste primeiro semestre de 2018, vão receber os Aedes com Wolbachia.

Nessa etapa do trabalho, são realizadas visitas e palestras em escolas, unidades de saúde e associações dos bairros para que a população possa conhecer. Até o mês de janeiro, a equipe de Engajamento Comunitário envolveu 45 mil pessoas diretamente nas áreas que já foram atendidas pelo ED Brasil.

Mosquitos aliados contra a dengue
Soltura de mosquitos aliados contra a dengue. by equipe do EDBrasil.

Iniciativa global: Mosquitos aliados contra a dengue

A entrada dos mosquitos aliados nesses 14 bairros ocorre concomitantemente ao início da transição da marca do projeto Eliminar a Dengue: Desafio Brasil para World Mosquito Program (WMP), o líder global da iniciativa. Anteriormente, em âmbito internacional, o WMP era conhecido como Eliminate Dengue: Our Challenge.

Essa mudança no nome se dá em função de manter o alinhamento com a liderança do programa mundial, que tem como premissa, por meio da colaboração e da inovação, implantar uma abordagem global com o objetivo de proteger as comunidades contra doenças transmitidas por mosquitos.

“Existe um esforço mundial para implantar o método que utiliza o Aedes aegypti com Wolbachia no combate à transmissão de arboviroses. Participamos desse esforço e nosso objetivo é ter êxito na substituição da população de mosquitos de campo por estes mosquitos que têm a capacidade reduzida de transmitir doenças”, afirmou Luciano Moreira, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e líder do projeto ED Brasil/WMP.

O World Mosquito Program está atualmente operando em 10 países ao redor do mundo – incluindo Austrália, Brasil, Colômbia, Indonésia, Sri Lanka, Índia, Vietnã, Kiribati, Fiji e Vanuatu. Dirigido pelo professor Scott O’Neill, pesquisador da Universidade de Monash, sediada em Melbourne, na Austrália, o WMP reúne colaboradores científicos de todo o mundo com ampla experiência no estudo da bactéria Wolbachia, biologia e ecologia de mosquitos, epidemiologia de doenças transmitidas por Aedes aegypti, controle vetorial e educação e promoção da saúde.

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