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Ecolocalização

Ecolocalização: Certos animais têm um fantástico sentido para auxiliar na navegação, coleta e caça, e até na comunicação, seja na terra, água ou no ar.  Chamamos esse sentido adicional, diferente dos cinco que os humanos dominam, de ecolocalização (ou biossonar).artigo original www.biologo.com.br

Ecolocalização, muito além dos cinco sentidos

23/6/2021 ::  Por Josué Fontana

Imagine sobrevoar uma floresta sem sequer precisar da visão e saber exatamente onde estão os galhos das árvores e os animais que podem ser sua refeição ou sua ameaça — pois é exatamente o que os morcegos fazem. Mesmo em completa escuridão, o morcego é capaz de capturar sua presa em pleno voo.

Essa incrível capacidade dos morcegos já havia sido observada pelo biólogo italiano Lazzaro Spallanzani (1729-1799), mas foi detalhada somente na década de 1930, quando o termo foi cunhado pelo zoólogo americano Donald Griffin. 

Os morcegos podem ser os únicos mamíferos capazes de fazer o voo verdadeiro, no entanto, essa habilidade de se orientar por seu ultrassom é compartilhada com outros mamíferos como golfinhos e baleias, mas certas aves também fazem uso do biosonar.

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Biossonar no golfinho. © Malene Thyssen

E foi inspirado nessas habilidades impressionantes que os cientistas desenvolveram invenções indispensáveis nos dias atuais, como aparelhos de ultrassom, radares e sonares.

A biomimética é a área da biologia que tem por objetivo o estudo das estruturas biológicas e das suas funções, procurando aprender com a Natureza, suas estratégias e soluções, e utilizar esse conhecimento em diferentes domínios da ciência. 

Como funciona

Ecolocalização ou biosonar
O morcego emite ultrassons que atingem o objeto e são refletidos como eco, voltando ao morcego que calcula a distância com base no tempo entre a emissão e recepção.

Ecolocalização opera como um sonar ativo, isto é, usando sons produzidos pelo próprio animal. O alcance é feito medindo-se o intervalo de tempo entre a emissão de som do próprio animal e quaisquer ecos que retornem do ambiente.

Golfinho-lacustre-chinês - animais extintos pelo homem
Golfinho-lacustre-chinês, animal extinto, tinha a visão muito ruim e usava o biossonar para se orientar e se comunicar nas águas turvas. 

A intensidade relativa do som recebido em cada ouvido, bem como o intervalo de tempo entre a chegada nos dois ouvidos, fornecem informações sobre o ângulo horizontal de onde chegam as ondas sonoras refletidas.

Ao contrário de alguns sonares feitos por humanos que dependem de muitos feixes extremamente estreitos e muitos receptores para localizar um alvo (sonar multifeixe), a ecolocalização animal tem apenas um transmissor e dois receptores (as orelhas) posicionados ligeiramente separados.

Os ecos que retornam aos ouvidos chegam em momentos e intensidades diferentes, dependendo da posição do objeto que os gerou. As diferenças de tempo e volume são usadas pelos animais para perceber a distância e a direção.

Com o sentido do biossonar, o animal pode ‘ver’ não apenas para onde está indo, mas também o tamanho do animal em seu campo, a forma e que animal é esse.

Estudos e referências:

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