Biologia

Veado-mateiro-pequeno

Veado-mateiro-pequeno: espécie que provavelmente ocorria desde o leste de Santa Catarina até o sul de São Paulo, o veado-mateiro-pequeno tem desaparecido em seu ambiente, cada vez mais degradado.

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Veado-mateiro-pequeno: a maior espécie endêmica do Brasil

23/8/2024 ::  por Marco Pozzana

O veado-mateiro-pequeno, também conhecido como veado-vermelho, é uma espécie (Mazama jucundade) de cervídeo que desempenha um papel crucial nos ecossistemas das florestas tropicais e subtropicais da Mata Atlântica no Paraná, Santa Catarina e São Paulo, no sudeste do Brasil, região de onde é endêmico.

A espécie há pouco era conhecida como M. bororo, mas teve seu nome mudado em 2022. A mudança ocorreu porque foi descoberto um erro na etiqueta de um museu, na ocasião de nomenclatura, em 1992. O nome científico foi então atualizado para Mazama jucunda.

Mazama jucunda

O veado-mateiro-pequeno é ligeiramente menor que o veado-mateiro (Mazama americana) e um pouco maior que o veado-mão-curta (Mazama nana), também presentes em território brasileiro. A espécie é a de maior porte exclusiva do Brasil, em segundo lugar está o macaco muriqui, que pode chegar a 15 Kg.

Pouco sabemos sobre o comportamento e dados biológicos desses animais que são difíceis de pesquisar por causa do habitat em que vivem e de seu hábito furtivo. O animal maduro pesa cerca de 25 kg e, supostamente, é um animal solitário e crepuscular, se alimentando principalmente de frutos.

Importância e preservação

Preservar essa espécie ameaçada é muito importante por diversas razões. Entre estas está a manutenção do equilíbrio ecológico: o veado-mateiro-pequeno é uma espécie-chave em seu habitat, ajudando na dispersão de sementes e na manutenção da vegetação. Ao consumir frutos e plantas contribui para a regeneração florestal, o que é essencial para a saúde do ecossistema. A perda dessa espécie poderia desencadear desequilíbrios que afetariam outras espécies, tanto de flora quanto de fauna, que dependem direta ou indiretamente dele. O animal serve de alimento para outros animais ameaçados, grandes predadores como onças e harpias.

Veado-mateiro-pequeno - Mazama jucunda
Veado-mateiro-pequeno. Bernard DUPONT

Mazama jucunda

Como o veado-mateiro-pequeno é sensível a mudanças em seu habitat, a presença ou ausência desse animal pode ser um indicador do estado de conservação do ambiente. Um declínio na população pode sinalizar problemas ambientais graves, como desmatamento ou fragmentação de habitat.

Mazama bororo: também conhecido por veado-bororó-de-são-paulo ou veado-vermelho
Mazama jucunda: também conhecido por veado-bororó-de-são-paulo ou veado-vermelho

A espécie é importante para pesquisas científicas que precisam entender melhor os ecossistemas tropicais e subtropicais, bem como os impactos das atividades humanas sobre a fauna silvestre. Há uma necessidade urgente de estudos mais aprofundados sobre o veado-mateiro-pequeno para compreender melhor sua biologia, ecologia e as ameaças que enfrenta. A conservação desta espécie depende diretamente da preservação e recuperação dos fragmentos restantes da Mata Atlântica, além de medidas eficazes contra a caça.

Preservando o Mazama jucunda

A IUCN lista a espécie como “vulnerável”, mas a situação pode ser muito mais grave, uma vez que a espécie é difícil de monitorar e os desafios para a conservação são crescentes. A caça ilegal e a destruição de habitats naturais são as principais ameaças ao veado-mateiro-pequeno. Cachorros e doenças transmitidas por bovinos são outras ameaças. A preservação da espécie exige esforços para combater a caça predatória e para conservar e restaurar os habitats naturais.

Em suma, a preservação do veado-mateiro-pequeno é indispensável para manter a saúde dos ecossistemas onde ele vive, proteger a biodiversidade e garantir a sustentabilidade a longo prazo da Mata Atlântica. Sua preservação está intimamente ligada à conservação deste bioma altamente ameaçado.

Fontes e referências:

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