Drosófila
A Drosófila (Drosophila melanogaster) é uma espécie de inseto díptero que é um dos mais importantes organismos modelo em Biologia. Muito estudada pelos biólogos por suas características únicas.
Durante muito tempo as drosófilas foram conhecidas como ‘moscas-das-frutas’, entretanto essa nomenclatura já não é mais adequada por referir-se mais apropriadamente às moscas da família Tephritidae, que causam prejuízo aos fruticultores.
Drosophila melanogaster
As drosófilas se alimentam de leveduras em frutos já caídos em início de decomposição e, portanto, não causam prejuízo na agricultura.
É utilizada em inúmeros estudos genéticos por apresentar cromossomas “gigantes”, formados por várias multiplicações dos filamentos da eucromatina, facilitando sua observação ao microscópio. Possui estruturas chamadas “pufes”, que são prolongamentos da eucromatina que permite um maior contato da mesma com o hialoplasma nuclear, ativando uma área maior do ADN.
As drosófilas são interessantes também pela curta duração de seu ciclo reprodutivo e pelo fato de suas células terem quatro pares de cromossomos.
Outras características da drosófila
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Essas moscas são muito comuns em regiões tropicais mas estão presentes em todas as zonas temperadas.
- Cada um de seus olhos compostos possuem cerca de 760 omatídeos.
- Ciclo reprodutivo curto
- A forma desta mosca que predomina na Natureza tem o corpo cinzento, olhos vermelhos e asas longas e é designada por forma selvagem. No entanto, também existem outras formas com características alternativas como, por exemplo olhos brancos, corpo preto ou asas vestigiais.
• As Maiores Descobertas da História Genética
Estudando a drosófila
Thomas Hunt Morgan, embriologista, realizou estudos aprofundados com drosófilas. Numa amostra com olhos vermelhos, consideradas a forma selvagem, Morgan encontrou um dia, com grande surpresa, um macho com olhos brancos. Passou então a estudar a transmissão genética desta característica.
É costume representar-se a constituição genética das formas alternativas pela letra inicial da palavra inglesa que expressa a característica que elas manifestam. Por exemplo, o alelo para olhos brancos representa-se por w (de white). Quando este locus é ocupado pelo alelo da forma selvagem, este representa-se pela mesma letra afetada do sinal + (w+).
Se nas experiências de Mendel não foi relevante que determinado fenótipo pertencesse à fêmea ou ao macho, isto é, efetuar o cruzamento direto ou o cruzamento recíproco não interferiria nos resultados, o mesmo não se passou nos resultados obtidos por Morgan.
Assim, cruzou entre si indivíduos pertencentes a linhas puras, uns com olhos brancos e outro com olhos vermelhos (selvagem); mas não só efetuou o cruzamento direto (fêmea de olhos vermelhos com macho de olhos brancos) como o cruzamento recíproco (fêmea de olhos brancos com macho de olhos vermelhos). O alelo que condiciona a cor selvagem (w+) é dominante em relação ao alelo que condiciona a cor branca dos olhos (w).
No primeiro cruzamento os indivíduos apresentam todos os olhos vermelhos, sendo 50% de fêmeas e 50% de machos. Estes resultados estão de acordo com os previstos por Mendel, evidenciando-se o alelo vermelho como dominante. Porém, no cruzamento recíproco, as fêmeas tem todas olhos vermelhos e os machos têm todos olhos brancos. Não se verifica nestes resultados a uniformidade fenotípica dos indivíduos da primeira geração.
Cromossomos sexuais
Na drosófila, como na maioria dos animais, o sexo masculino ou sexo feminino depende de um par de cromossomos chamados cromossomos sexuais. Os indivíduos que apresentam dois cromossomas sexuais idênticos dizem-se homogaméticos e os que apresentam dois cromossomas sexuais diferentes entre si dizem-se heterogaméticos. As fêmeas de drosófila possuem dois cromossomas X, ao passo que os machos possuem os mesmos autossomas mas um cromossoma X e um cromossoma Y. O sexo heterogamético é, pois, o sexo masculino.
Todavia, a determinação do sexo em drosófilas não é devido à presença do cromossomo Y como na espécie humana e, sim, pela quantidade de cromossomos X divida pelo número do conjunto autossômico (2n), de modo que o quociente sendo 1, o indivíduo é fêmea, caso seja diferente de 1, o indivíduo é macho. Por exemplo, sendo uma com dois cromossomos X, teríamos, Sexo = 2X / 2n = 1 (fêmea); de forma semelhante, se o individuo tiver um cromossomo X e outro Y, teríamos, Sexo = 1X / 2n = 0,5 (macho).
Considerando então que o alelo responsável pela cor branca dos olhos de drosófila se localiza no cromossomo X, justificam-se os resultados dos dois cruzamentos.
fonte: Wikipedia.org
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