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Tamanduaí, o menor dos tamanduás

Tamanduaí: pequeno tamanduá arborícola, a espécie — Cyclopes didactylus — é pouco conhecida e estudada. É encontrada no norte e nordeste do Brasil e certas áreas florestais do Suriname, Guiana Francesa, Venezuela e ilha de Trindadeartigo original www.biologo.com.br

Tamanduaí, o menor dos tamanduás 

2/6/2022 ::  por Marco Pozzana, biólogo

Entre as espécies vivas de tamanduá, o Cyclopes didactylus é o menor representante, com um tamanho médio de 36 a 45 cm. O tamanho diminuto lhe rendeu um de seus nomes populares: tamanduazinho. Outros nomes vulgares são tamanduá-seda e tamanduá-cigarra.

Tamanduaí, o menor dos tamanduás 
Cyclopes didactylus (Lineu, 1758)

Como tem hábito solitário, noturno e arborícola, descendo próximo ao solo somente em ocasiões raras, o contato com humanos é muito limitado, fato que torna a espécie pouco conhecida e difícil de ser estudada na natureza.

Um estudo publicado no final de 2017 apontou que o tamanduaí não tem uma única espécie, mas pelo menos sete. A descrição das novas espécies é fruto do trabalho da veterinária Flávia Miranda, do Laboratório de Biodiversidade e Evolução Molecular da UFMG.

Outras características do C. didactylus

A pelagem é curta, densa e macia, variando do cinza ao amarelado, com um brilho prateado. É comum em subespécies a presença de listras escuras, muitas vezes acastanhadas. Os olhos são pretos e as solas dos pés são avermelhadas.

As patas traseiras são bem adaptadas para escalar as árvores. Eles têm caudas parcialmente preênsil que também auxilia no deslocamento.

סלומה

A dieta consiste principalmente de formigas, ingerindo entre 700 e 5.000 indivíduos por dia, utilizando para tal sua língua longa e pegajosa. Se alimentam também de outros insetos, como cupins e besouros, além de vespas, as quais preferem atacar o vespeiro à noite, quando estas estão mais vulneráveis.

Dá à luz a um único filhote, até duas vezes por ano. O filhote já nasce peludo, e demanda intensos cuidados, sendo normalmente colocado dentro de um ninho de folhas mortas construído em cavidades de árvores. A prole inicialmente alimenta-se de insetos regurgitados pelos pais. 

Cyclopes didactylus Tamanduaí, o menor dos tamanduás
Cyclopes didactylus © Quinten Questel

Um mamífero pouco estudado

Embora o risco de extinção tenha sido avaliado como ‘pouco preocupante’ pela IUCN, as ameaças para as populações tem aumentado. Entre essas, a redução e fragmentação de suas florestas devido ao desmatamento e a incêndios. A expansão da agricultura e a captura do tamanduaí são outras ameaças presentes.

É preciso que mais estudos sejam feitos com o tamanduazinho, para que possamos conhecer melhor as populações e seus hábitos. Assim será possível conseguir mais apelo para esforços na proteção necessária para uma espécie tão enigmática, assim como para as suas florestas.

Fontes e referências:

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