Pingo-de-ouro-clarissa
Pingo-de-ouro-clarissa: ecólogos da UERJ são responsáveis pela revelação da espécie recém-descrita — Brachycephalus clarissae — endêmica da Mata Atlântica brasileira. Com a descoberta, o gênero Brachycephaluspassa passa a ter 38 espécies, das quais 82% descritas desde 2000.
Pingo-de-ouro-clarissa, nova espécie de sapo da Mata Atlântica
22/9/2022 :: por Marco Pozzana, biólogo
Ecólogos da UERJ estavam expedição em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, quando viram anfíbio muito pequeno e colorido entre as folhas no chão da Mata Atlântica.
Aquele sapinho chamou a atenção com sua barriga amarela, manchas avermelhadas pelo corpo e uma marca em forma de ‘X’ nas costas. Essas características peculiares fizeram com e equipe resolvesse investigar a possibilidade de se tratar de uma espécie ainda não conhecida pela ciência.
Os estudos confirmaram a suspeita dos biólogos, que publicaram suas descobertas na revista científica Ichthyology & Herpetology. O nome escolhido para a espécie recém-descrita (Brachycephalus clarissae) faz homenagem à pesquisadora e professora Clarissa Canedo da UERJ, especialista em anfíbios brasileiros.
Brachycephalus
Com a nova descoberta, o gênero passa a ter 38 espécies, das quais 82% foram descritas desde 2000. Os sapos Brachycephalus são endêmicos da Mata Atlântica brasileira, onde habitam a serapilheira do chão da floresta.
Esses diminutos anfíbios são comumente conhecidos como sapos-pulgas ou sapos-abóboras, dependendo de suas características fenotípicas.
Muitas das espécies de Brachycephalus são coloridas, um alerta para a presença de uma neurotoxina muito potente em sua pele, fatal para seus predadores.
Brachycephalus clarissae
Esse sapo muito pequeno, menor do que uma moeda de 1 centavo, não passa pela fase larval (girino), como a maioria das espécies de sapos do mundo.
Até onde se sabe, ocorre apenas numa área muito restrita da região: é conhecido apenas em duas localidades (Theodoro de Oliveira e Macaé de Cima) distantes cerca de 6,5 km uma da outra, no município de Nova Friburgo, estado do Rio de Janeiro.
Por provavelmente possuir uma distribuição geográfica extremamente restrita, sua descoberta reforça a importância da Serra dos Órgãos para a conservação da biodiversidade de anuros da Mata Atlântica.
Fontes e referências:
- Manuella Folly, Davor Vrcibradic, Carla C. Siqueira, Carlos F. D. Rocha, Alessandra S. Machado, Ricardo T. Lopes, and José P. Pombal Jr. 2022. A New Species of Brachycephalus (Anura, Brachycephalidae) from A Montane Atlantic Rainforest of Southeastern Brazil, with a Reappraisal of the Species Groups in the Genus. Ichthyology & Herpetology. 110(3); 585-601. DOI: 10.1643/h2020144
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